Notícias
05 de dezembro de 2017
- Visualizações: 28870
comente!
- +A
- -A
-
compartilhar
Como um pastor ajudou a depor um ditador no Zimbábue
.jpg)
Após a grande repercussão do primeiro vídeo, que rendeu mais 115 mil visualizações, Mawarire passou a publicar outros vídeos em inglês e em Shona, a língua mais falada do Zimbábue, pedindo às pessoas que se recusassem a pagar subornos e defendessem seus direitos, protestando sempre de forma pacífica.

Mawarire chegou a ser preso duas vezes e foi acusado de incitação à violência pública e subversão. Após várias manifestações de apoio a Mawarire, o caso foi arquivado em audiência. Nas mídias sociais, o pastor batista foi aclamado por muitos de seus compatriotas como um herói. Um zimbabuense no Reino Unido criou uma imagem de Mawarire como super-herói, “Capitão Zimbabwe”.
“Como pastor, tenho o dever de falar contra pobreza, corrupção e injustiça”
Em entrevista ao News Day, sobre sua visão política, o pastor explicou que nunca antes havia se importado com essas questões, mas os recentes acontecimentos o ensinaram a ser um cidadão. “Não sou nem um ativista político nem um ativista social; nunca havia pensado nisso, mas acho que me tornei um agora. Mas, mais do que qualquer outra coisa, sou cidadão e isso deve ser suficiente”. Mawarire também afirmou que, como pastor, tem o dever de falar contra pobreza, corrupção e injustiça.
O pastor enfatizou que os cidadãos precisam resgatar o protagonismo e não deixar que os partidos políticos falem pelas pessoas. “Os cidadãos estão dizendo que nós temos uma voz e aqueles que estão no poder devem nos permitir dar-lhes ideias sobre como queremos ser governados. Nós demos o nosso país aos políticos e agora queremos de volta. Permitam-nos reconstruir o nosso país e escolher como de ser administrado, sem coação e sem medo.”
Questionado sobre a participação das igrejas na política nacional, Mawarire disse que ao deixar questões de gestão pública apenas para políticos, a igreja abdica de um dever. “A Igreja fez um excelente trabalho, mas podemos fazer mais se pararmos de nos preocupar apenas em preservar nossos nomes e igrejas.”, concluiu.
Oportunidade para o nascimento de uma nova nação
Em novembro, após a renúncia de Mungabe, a Sociedade Evangélica do Zimbábue (Evangelical Fellowship of Zimbabwe) juntou-se a outros líderes católicos, carismáticos e ecumênicos protestantes na divulgação de uma declaração conjunta explicando como a crise atual é uma oportunidade. “Vemos a situação atual não apenas como uma crise na qual estamos desamparados. Nós vemos o arranjo atual como uma oportunidade para o nascimento de uma nova nação.”
Reproduzida na íntegra no site de Christianity Today, a carta expressa a preocupação dos zimbabuenses com a deterioração socioeconômica, o enfraquecimento dos três poderes, a perda de confiança na legitimidade de processos e instituições nacionais, o descumprimento da constituição e a falta de renovação democrática.
.jpg)
A declaração finaliza com um chamado à paz e ao respeito à dignidade humana, um convite ao diálogo e uma convocação para orar pela nação: “Todos precisamos ir diante de Deus e pedir a Deus que nos perdoe por maneiras em que contribuímos para a situação por negligência ou ação errada. Precisamos coletivamente e individualmente discernir a próxima direção para nós como uma nação. Somos o povo de Deus que está sendo chamado a defender o espírito de reconciliação. A igreja é composta por aqueles que foram reconciliados com Deus e, portanto, é chamado a ser um sinal dessa reconciliação ao chamar a nação para a reconciliação”.
Mais sobre o caso
Robert Mugabe esteve à frente de uma ditadura que durou 37 anos no Zimbábue – o país perde anualmente pelo menos US $ 1 bilhão em corrupção. Após grande pressão interna, Mugabe renunciou em 21 de novembro. Seu ex-chefe de segurança e vice, Emmerson Mnangagwa, tomou posse como presidente na manhã de 24 de novembro.
No início de novembro, o ditador afastou Mnangagwa do cargo de vice, indicando que apontaria a primeira-dama para sucedê-lo na presidência. Os militares tomaram às ruas do país e detiveram Mugabe, pressionando a renúncia, o que aconteceu após o ditador negociar um acordo de imunidade para ele e sua família.
Mnangagwa, que tinha deixado o país após seu afastamento, retornou a Harare para assumir a Presidência e prometeu respeitar o Estado de Direito. Entretanto, segundo informações da Folha de São Paulo, alguns analistas questionam o passado do novo presidente durante a ditadura Mugabe, em especial sua possível participação nos massacres de gukurahundis em 1983. Estimativas apontam que até 20 mil pessoas podem ter morrido em um ataque do Exército contra oposicionistas — Mnangagwa nega ligação com o episódio.
Nota: Com informações de Folha de São Paulo, News Day, BBC e Christianity Today.
05 de dezembro de 2017
- Visualizações: 28870
comente!
- +A
- -A
-
compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.

Leia mais em Notícias

Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Sessenta +
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- A explosão das bets e a implosão do cuidado
- O fenômeno das bets
- Oportunidades para março e abril de 2025
- Diálogos de Esperança: após 5 anos da pandemia, projeto lança nova temporada
- O Peregrino, clássico de John Bunyan, ganha versão em cordel
- Vem aí mais uma edição do retiro SEPAL para pastores e líderes
- Há esperança de êxito na criação de nossos filhos hoje?
- Jesus, as mulheres e a escuta verdadeira
- A gratidão mata a ansiedade
- Pós-graduação “Igreja com a cidade” capacita líderes para desafios urbanos