Opinião
- 10 de fevereiro de 2021
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Como John Stott pode nos ajudar a "viver em Cristo"
Por Ricardo Wesley
Que boa notícia! Um pequeno, mas precioso livro, escrito no final da década de 70, ganha uma revisão e é publicado agora em português, para o deleite dos que apreciam a obra de John Stott, ou como uma excelente introdução para aqueles que ainda não conhecem os escritos desse que estaria chegando nesse ano aos 100 anos.
O tema não poderia ser mais apropriado, centrado na pessoa de Cristo. E como Stott escrevia sobre a pessoa de nosso Senhor! Temos os clássicos A Cruz de Cristo, O Incomparável Cristo, a exposição do que significa ser um discípulo de Cristo em Como Ser Cristão, entre outros escritos.
Quem teve o privilégio de ouvi-lo ensinar se recordará de uma experiência comum. Aquela sensação depois de ouvir uma aula ou uma pregação e reconhecer que foi uma palavra simples. E digo simples, obviamente, não como um adjetivo negativo. Aliás, quando foi que passamos a identificar o que é simples como algo menos precioso e as palavras sofisticadas, às vezes difíceis, como tendo maior valor? Stott sempre teve essa virtude, de dizer algo profundo de maneira simples, acessível, entendível para uma larga audiência, explicando questões complexas de uma maneira que entendemos e em que nos conectamos com o que é ensinado. Quem dera houvessem mais pastores e mestres como ele.
Stott nos leva outra vez a um encontro especial com Jesus. Ele passeia por várias passagens das Escrituras ajudando-nos a entender quão central é para a nossa vida de fé a pessoa de Cristo. Sobre isso, uma confissão de minha parte. Recentemente, em uma interação com um jovem irmão africano, em um programa que ajudo a coordenar em meu trabalho com a IFES (International Fellowship of Evangelical Students), ele me disse como buscava ver a Cristo em cada passagem que estudava das Escrituras. Por alguma razão, talvez minha arrogância pessoal ou uma confiança em meus próprios estudos, minha primeira reação foi tentar convencê-lo de que haviam outros acercamentos possíveis quando lemos as Escrituras. Que poderíamos usar outras chaves hermenêuticas, considerar outros aspectos da revelação trinitária nas Escrituras, aprender a ler bem outros gêneros literários da Palavra. Podemos dizer que tudo o que eu lhe falei estaria correto teologicamente. Mas foi só depois de perceber sua decepção com os meus comentários, e vê-lo fazer a pergunta sobre o que havia de errado em buscar encontrar-se com Cristo na Palavra, que percebi, humilhado, o meu erro. Havia uma paixão em seu coração, um desejo intenso de aproximar-se da Palavra para encontrar-se com Cristo, para conhecê-lo e amá-lo mais.
Que bom que Stott nos ajuda nisso. Ao explorar diferentes passagens da Palavra de Deus, tio John nos ajuda a ver Cristo ao longo das Escrituras, e a descobrir o tesouro que é encontrar-se com ele, amá-lo e servi-lo. Mais, Stott parece ter essa habilidade singular de contar “causos”, fazendo pontes com as histórias de missionários de diferentes épocas e lugares, que amavam a Cristo e davam testemunho dele em suas culturas. Histórias fascinantes! Stott também revela um dom especial para escrever de maneira melodiosa sobre a pessoa de Jesus. Isso aparece nas diversas referências a hinos ao longo do livro, e também em sua prosa elegante e poética, como quando diz que a jornada de fé sem Cristo seria como “um baú sem tesouro, uma moldura sem retrato, um corpo sem vida”.
Temos em nossas mãos um belo trabalho de tradução e revisão para a língua portuguesa. Stott explora vários aspectos de nossa relação com Cristo usando várias preposições, e nossa versão em português capta muito bem essas nuances do que significa “viver nossa vida por meio de Jesus Cristo, sobre ele, nele, sob ele, com ele, para ele e como ele”.
Boa maneira de celebrar o centenário de John Stott! Centrados em Cristo! Meu amigo africano adoraria ler esse livro, que com certeza o levaria a amar a Cristo ainda mais. Também certamente ajudará cada um de nós para que tenhamos um encontro transformador com Jesus Cristo, que gere vida autêntica em nós e vida verdadeira e abundante a todos a quem testemunharmos de Cristo.
Leia mais:
» Vida no Espírito da verdade: Uma entrevista com John Stott
» John Stott: do primeiro – Cristianismo Básico – ao último – O Discípulo Radical, ninguém escapa
Que boa notícia! Um pequeno, mas precioso livro, escrito no final da década de 70, ganha uma revisão e é publicado agora em português, para o deleite dos que apreciam a obra de John Stott, ou como uma excelente introdução para aqueles que ainda não conhecem os escritos desse que estaria chegando nesse ano aos 100 anos.
O tema não poderia ser mais apropriado, centrado na pessoa de Cristo. E como Stott escrevia sobre a pessoa de nosso Senhor! Temos os clássicos A Cruz de Cristo, O Incomparável Cristo, a exposição do que significa ser um discípulo de Cristo em Como Ser Cristão, entre outros escritos.
Quem teve o privilégio de ouvi-lo ensinar se recordará de uma experiência comum. Aquela sensação depois de ouvir uma aula ou uma pregação e reconhecer que foi uma palavra simples. E digo simples, obviamente, não como um adjetivo negativo. Aliás, quando foi que passamos a identificar o que é simples como algo menos precioso e as palavras sofisticadas, às vezes difíceis, como tendo maior valor? Stott sempre teve essa virtude, de dizer algo profundo de maneira simples, acessível, entendível para uma larga audiência, explicando questões complexas de uma maneira que entendemos e em que nos conectamos com o que é ensinado. Quem dera houvessem mais pastores e mestres como ele.
Stott nos leva outra vez a um encontro especial com Jesus. Ele passeia por várias passagens das Escrituras ajudando-nos a entender quão central é para a nossa vida de fé a pessoa de Cristo. Sobre isso, uma confissão de minha parte. Recentemente, em uma interação com um jovem irmão africano, em um programa que ajudo a coordenar em meu trabalho com a IFES (International Fellowship of Evangelical Students), ele me disse como buscava ver a Cristo em cada passagem que estudava das Escrituras. Por alguma razão, talvez minha arrogância pessoal ou uma confiança em meus próprios estudos, minha primeira reação foi tentar convencê-lo de que haviam outros acercamentos possíveis quando lemos as Escrituras. Que poderíamos usar outras chaves hermenêuticas, considerar outros aspectos da revelação trinitária nas Escrituras, aprender a ler bem outros gêneros literários da Palavra. Podemos dizer que tudo o que eu lhe falei estaria correto teologicamente. Mas foi só depois de perceber sua decepção com os meus comentários, e vê-lo fazer a pergunta sobre o que havia de errado em buscar encontrar-se com Cristo na Palavra, que percebi, humilhado, o meu erro. Havia uma paixão em seu coração, um desejo intenso de aproximar-se da Palavra para encontrar-se com Cristo, para conhecê-lo e amá-lo mais.
Que bom que Stott nos ajuda nisso. Ao explorar diferentes passagens da Palavra de Deus, tio John nos ajuda a ver Cristo ao longo das Escrituras, e a descobrir o tesouro que é encontrar-se com ele, amá-lo e servi-lo. Mais, Stott parece ter essa habilidade singular de contar “causos”, fazendo pontes com as histórias de missionários de diferentes épocas e lugares, que amavam a Cristo e davam testemunho dele em suas culturas. Histórias fascinantes! Stott também revela um dom especial para escrever de maneira melodiosa sobre a pessoa de Jesus. Isso aparece nas diversas referências a hinos ao longo do livro, e também em sua prosa elegante e poética, como quando diz que a jornada de fé sem Cristo seria como “um baú sem tesouro, uma moldura sem retrato, um corpo sem vida”.
Temos em nossas mãos um belo trabalho de tradução e revisão para a língua portuguesa. Stott explora vários aspectos de nossa relação com Cristo usando várias preposições, e nossa versão em português capta muito bem essas nuances do que significa “viver nossa vida por meio de Jesus Cristo, sobre ele, nele, sob ele, com ele, para ele e como ele”.
Boa maneira de celebrar o centenário de John Stott! Centrados em Cristo! Meu amigo africano adoraria ler esse livro, que com certeza o levaria a amar a Cristo ainda mais. Também certamente ajudará cada um de nós para que tenhamos um encontro transformador com Jesus Cristo, que gere vida autêntica em nós e vida verdadeira e abundante a todos a quem testemunharmos de Cristo.
Leia mais:
» Vida no Espírito da verdade: Uma entrevista com John Stott
» John Stott: do primeiro – Cristianismo Básico – ao último – O Discípulo Radical, ninguém escapa
É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.
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