Opinião
- 02 de dezembro de 2024
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C. S. Lewis, 126 anos
Uma jornada filosófica e religiosa fascinante, marcada pela honestidade e integridade intelectual
Por Paulo Ribeiro
Cinquenta anos atrás, peguei meu primeiro livro de C. S. Lewis e fiquei imediatamente cativado por sua capacidade de escrever com tanta clareza e elegância
persuasiva. Suas palavras ressoaram profundamente dentro de mim, tecendo ideias complexas em uma narrativa que era acessível e profundamente atraente.
Dez anos depois, como aluno de doutorado no Reino Unido, minha admiração por seu trabalho se aprofundou. Embora eu dedicasse a maior parte do meu tempo à pesquisa em engenharia elétrica, também me aprofundei em seus escritos mais acadêmicos e literários, descobrindo camadas de percepção que se estendiam muito além de suas obras populares. Suas reflexões me ofereceram não apenas estímulo intelectual, mas também uma compreensão mais rica da experiência humana.
Na sexta-feira, dia 29 de novembro, ao celebrarmos o 126º aniversário de seu nascimento, me pego refletindo mais uma vez sobre sua profunda influência. Devo confessar que grande parte da minha maturidade intelectual se deve às suas reflexões sobre a vida, a fé e a condição humana. A capacidade de Lewis de abordar questões atemporais com honestidade e consistência continua a moldar como penso e me envolvo com o mundo.
Alguns dos meus amigos me provocam gentilmente por citá-lo com muita frequência – e talvez eles estejam certos – mas espero que suas palavras tragam valor às nossas discussões. Afinal, não é sem razão que C. S. Lewis é considerado um dos maiores escritores da língua inglesa do século 20. Sua jornada filosófica e religiosa foi tão rigorosa quanto fascinante, marcada por um firme compromisso com a honestidade e integridade intelectual.
Em Surpreendido Pela Alegria, Lewis conta como a leitura do romance de fantasia Phantastes, de George MacDonald, transformou sua visão de mundo. Ele escreve:
O que ele realmente fez comigo foi batizar... minha imaginação. Não me moveu a acreditar em Deus. Mas me fez sentir que o que eu anteriormente chamava de "beleza" não era uma qualidade subjetiva em mim, nem um efeito colateral de certos processos psicológicos, mas uma qualidade real fora de mim, e que foi somente estando em contato com ela que me tornei verdadeiramente eu mesmo.
Finalmente, Lewis disse uma vez sobre George MacDonald o que eu agora digo sobre o próprio Lewis:
Eu nunca escondi o fato de que o considerava meu mestre; na verdade, imagino que nunca escrevi um livro em que não o citasse.
E então, hoje, senhoras e senhores, eu faço um brinde silencioso ao legado de um homem cujo trabalho continua a inspirar gerações. Aqui vai para C .S. Lewis – autor, pensador e guia. SAÚDE.
UM RESUMO DA JORNADA DE C. S. LEWIS
Abaixo está um resumo de sua trajetória por fases-chave:
A jornada de vida de C.S. Lewis reflete uma complexa evolução filosófica e espiritual, moldada por experiências pessoais profundas e pelos escritos de diversos pensadores.
1. Nascido no Cristianismo
A jornada de C.S. Lewis do ceticismo à fé foi marcada por uma profunda exploração intelectual, imaginação artística e despertar espiritual. Seu caminho exemplifica a interação entre razão, desejo e crença, culminando em suas poderosas obras literárias e legado duradouro.
REVISTA ULTIMATO – BÍBLIA: REVELAÇÃO E LITERATURA
Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Surpreendido Pela Alegria, C. S. Lewis
» C. S. Lewis, Richard Dawkins e o Sentido da Vida, Alister McGrath
Por Paulo Ribeiro
Cinquenta anos atrás, peguei meu primeiro livro de C. S. Lewis e fiquei imediatamente cativado por sua capacidade de escrever com tanta clareza e elegância
persuasiva. Suas palavras ressoaram profundamente dentro de mim, tecendo ideias complexas em uma narrativa que era acessível e profundamente atraente.
Dez anos depois, como aluno de doutorado no Reino Unido, minha admiração por seu trabalho se aprofundou. Embora eu dedicasse a maior parte do meu tempo à pesquisa em engenharia elétrica, também me aprofundei em seus escritos mais acadêmicos e literários, descobrindo camadas de percepção que se estendiam muito além de suas obras populares. Suas reflexões me ofereceram não apenas estímulo intelectual, mas também uma compreensão mais rica da experiência humana.
Na sexta-feira, dia 29 de novembro, ao celebrarmos o 126º aniversário de seu nascimento, me pego refletindo mais uma vez sobre sua profunda influência. Devo confessar que grande parte da minha maturidade intelectual se deve às suas reflexões sobre a vida, a fé e a condição humana. A capacidade de Lewis de abordar questões atemporais com honestidade e consistência continua a moldar como penso e me envolvo com o mundo.
Alguns dos meus amigos me provocam gentilmente por citá-lo com muita frequência – e talvez eles estejam certos – mas espero que suas palavras tragam valor às nossas discussões. Afinal, não é sem razão que C. S. Lewis é considerado um dos maiores escritores da língua inglesa do século 20. Sua jornada filosófica e religiosa foi tão rigorosa quanto fascinante, marcada por um firme compromisso com a honestidade e integridade intelectual.
Em Surpreendido Pela Alegria, Lewis conta como a leitura do romance de fantasia Phantastes, de George MacDonald, transformou sua visão de mundo. Ele escreve:
O que ele realmente fez comigo foi batizar... minha imaginação. Não me moveu a acreditar em Deus. Mas me fez sentir que o que eu anteriormente chamava de "beleza" não era uma qualidade subjetiva em mim, nem um efeito colateral de certos processos psicológicos, mas uma qualidade real fora de mim, e que foi somente estando em contato com ela que me tornei verdadeiramente eu mesmo.
Finalmente, Lewis disse uma vez sobre George MacDonald o que eu agora digo sobre o próprio Lewis:
Eu nunca escondi o fato de que o considerava meu mestre; na verdade, imagino que nunca escrevi um livro em que não o citasse.
E então, hoje, senhoras e senhores, eu faço um brinde silencioso ao legado de um homem cujo trabalho continua a inspirar gerações. Aqui vai para C .S. Lewis – autor, pensador e guia. SAÚDE.
UM RESUMO DA JORNADA DE C. S. LEWIS
Abaixo está um resumo de sua trajetória por fases-chave:
A jornada de vida de C.S. Lewis reflete uma complexa evolução filosófica e espiritual, moldada por experiências pessoais profundas e pelos escritos de diversos pensadores.
1. Nascido no Cristianismo
- Aspecto Filosófico-Religioso: Enraizado na tradição cristã através de sua família.
- Influência: A exposição inicial à fé e aos valores familiares formou sua compreensão fundamental da religião.
- Aspecto Filosófico-Religioso: Suas experiências despertaram sentimentos de saudade e um engajamento com a imaginação.
- Influência: Escritores como Beatrix Potter e os contos de fadas estimularam sua imaginação e senso de maravilha.
- Morte da Mãe e Educação Secular: Aprofundaram seu ceticismo em relação à crença religiosa.
- Epicurismo: Influenciado por Lucrécio, abraçando explicações materiais para a existência.
- Realismo Popular: Inspirado por H.G. Wells, explorando uma visão científica e racional do mundo.
- Idealismo Filosófico: Influenciado por G.F.W. Hegel e, mais tarde, por George MacDonald, que plantou as sementes da transcendência.
- Racionalismo: Sob a influência de René Descartes e G.K. Chesterton, explorou lógica e razão.
- Dualismo: Envolvimento com ideias maniqueístas de conflito espiritual.
- Materialismo: Inspirado por Karl Marx e T.H. Huxley, adotando uma visão materialista da existência.
- Idealismo Subjetivo: Explorou as ideias de George Berkeley sobre a realidade como percepção.
- Materialismo Estóico: Influenciado por Marco Aurélio, investigando uma visão disciplinada e material da vida.
- Erotismo Platônico: Influenciado por Platão e Dante Alighieri, focando no amor como um anseio pelo eterno.
- Romantismo: Inspirado por William Wordsworth e John Milton, descobrindo beleza e reverência no mito e na natureza.
- Numinoso: Sob a influência de Rudolf Otto, reconhecendo o mistério e a reverência do divino.
- Sehnsucht (Alegria): Influenciado por George MacDonald e pela mitologia nórdica, despertando seu anseio por algo transcendente.
- Esperança: Inspirado por Boécio e G.K. Chesterton, introduzindo a ideia de providência divina e esperança.
- Dialética do Desejo: Influenciado por Agostinho de Hipona, compreendendo o desejo como um anseio por Deus.
- Panteísmo: Explorou ideias de Baruch Spinoza e William Wordsworth, considerando a presença divina na natureza.
- Teísmo: Influenciado por Tomás de Aquino e Aristóteles, reconhecendo uma base racional para a crença em Deus.
- Cristianismo: Abraçado plenamente sob a influência da Bíblia, G.K. Chesterton, George MacDonald e J.R.R. Tolkien, integrando sua imaginação, intelecto e fé em uma visão de mundo coerente.
A jornada de C.S. Lewis do ceticismo à fé foi marcada por uma profunda exploração intelectual, imaginação artística e despertar espiritual. Seu caminho exemplifica a interação entre razão, desejo e crença, culminando em suas poderosas obras literárias e legado duradouro.
REVISTA ULTIMATO – BÍBLIA: REVELAÇÃO E LITERATURA
Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Surpreendido Pela Alegria, C. S. Lewis
» C. S. Lewis, Richard Dawkins e o Sentido da Vida, Alister McGrath
Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
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