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- 29 de agosto de 2011
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Bolívia condena à prisão membros de comunidade religiosa por estupros
(BBC) Os homens, membros de um grupo menonita, foram condenados por sedar secretamente as suas vítimas antes dos ataques sexuais.
O advogado das vítimas diz que a comunidade de mais de 2 mil menonitas onde ocorreram os estupros aprovou a sentença.
O grupo segue um código moral restrito e rejeita invenções modernas, como automóveis e eletricidade.
Um oitavo homem foi condenado a 12 anos e meio de prisão por fornecer os sedativos usados para drogar as mulheres. A decisão do júri foi unânime.
Os estupros ocorreram entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, a 150 km a nordeste da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país.
Sedativo borrifado
Os réus foram acusados de borrifar, dentro dos quartos de suas vítimas, uma substância derivada da planta beladona, normalmente usada para anestesiar vacas.
Ao aplicar o sedativo, através das janelas e à noite, os acusados acabavam sedando famílias inteiras.
Depois, segundo a acusação, os homens estupravam mulheres e meninas. A vítima mais jovem tinha nove anos de idade.
O número exato de mulheres estupradas não é claro. Algumas mulheres não se lembram de ser violentadas, enquanto outras temem ser hostilizadas em sua comunidade, segundo o advogado Oswaldo Rivera.
Rivera afirma que quase 150 mulheres participaram do processo judicial, mas ele acredita que outras 150 podem ter sido estupradas e, depois, ficado muito constrangidas para fornecer provas.
O promotor Freddy Perez diz que os anciãos da colônia menonita suspeitavam que algo estava errado quando se perguntaram por que um integrante da comunidade estava acordando muito tarde pela manhã. Com isso, eles decidiram segui-lo.
O suspeito foi então encontrado pulando para dentro da casa de uma das vítimas por meio de uma janela.
O correspondente da BBC em Santa Cruz de la Sierra, Mattia Cabitza, disse que encontrar provas dos estupros foi difícil devido ao isolamento e à estrutura patriarcal dos menonitas.
Os condenados também foram acusados de ameaçar os pais de algumas das vítimas, caso os denunciassem.
'Danos irreversíveis'
Muitas das vítimas falam apenas baixo alemão, a língua que falavam os primeiros menonitas, e nunca aprenderam espanhol.
As igrejas menonitas descendem de comunidades protestantes da Europa. Acredita-se que elas tenham 1,5 milhão de seguidores em todo o mundo.
Os menonitas seguem os ensinamentos de Menno Simons, um líder religioso do século 16, originário do que hoje é a Holanda.
Existem entre 30 e 40 mil menonitas no Paraguai e na Bolívia. Embora muitos deles sejam impossíveis de distinguir de seus vizinhos, e tenham crenças religiosas muito semelhantes à maioria dos grupos evangélicos e protestantes, outros rejeitam a vida moderna e vivem em comunidades isoladas.
Segundo o correspondente da BBC, a colônia de Manitoba, onde ocorreram os estupros, é uma comunidade ultraconservadora, sem ruas pavimentadas ou eletricidade.
Seus integrantes se vestem com roupas tradicionais menonitas, e usam carroças puxadas por cavalos para se transportar.
Rivera aprovou as sentenças, mas disse temer que algumas das vítimas tenham sofrido danos irreversíveis.
O advogado das vítimas diz que a comunidade de mais de 2 mil menonitas onde ocorreram os estupros aprovou a sentença.
O grupo segue um código moral restrito e rejeita invenções modernas, como automóveis e eletricidade.
Um oitavo homem foi condenado a 12 anos e meio de prisão por fornecer os sedativos usados para drogar as mulheres. A decisão do júri foi unânime.
Os estupros ocorreram entre 2005 e 2009 na comunidade menonita de Manitoba, a 150 km a nordeste da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, no centro do país.
Sedativo borrifado
Os réus foram acusados de borrifar, dentro dos quartos de suas vítimas, uma substância derivada da planta beladona, normalmente usada para anestesiar vacas.
Ao aplicar o sedativo, através das janelas e à noite, os acusados acabavam sedando famílias inteiras.
Depois, segundo a acusação, os homens estupravam mulheres e meninas. A vítima mais jovem tinha nove anos de idade.
O número exato de mulheres estupradas não é claro. Algumas mulheres não se lembram de ser violentadas, enquanto outras temem ser hostilizadas em sua comunidade, segundo o advogado Oswaldo Rivera.
Rivera afirma que quase 150 mulheres participaram do processo judicial, mas ele acredita que outras 150 podem ter sido estupradas e, depois, ficado muito constrangidas para fornecer provas.
O promotor Freddy Perez diz que os anciãos da colônia menonita suspeitavam que algo estava errado quando se perguntaram por que um integrante da comunidade estava acordando muito tarde pela manhã. Com isso, eles decidiram segui-lo.
O suspeito foi então encontrado pulando para dentro da casa de uma das vítimas por meio de uma janela.
O correspondente da BBC em Santa Cruz de la Sierra, Mattia Cabitza, disse que encontrar provas dos estupros foi difícil devido ao isolamento e à estrutura patriarcal dos menonitas.
Os condenados também foram acusados de ameaçar os pais de algumas das vítimas, caso os denunciassem.
'Danos irreversíveis'
Muitas das vítimas falam apenas baixo alemão, a língua que falavam os primeiros menonitas, e nunca aprenderam espanhol.
As igrejas menonitas descendem de comunidades protestantes da Europa. Acredita-se que elas tenham 1,5 milhão de seguidores em todo o mundo.
Os menonitas seguem os ensinamentos de Menno Simons, um líder religioso do século 16, originário do que hoje é a Holanda.
Existem entre 30 e 40 mil menonitas no Paraguai e na Bolívia. Embora muitos deles sejam impossíveis de distinguir de seus vizinhos, e tenham crenças religiosas muito semelhantes à maioria dos grupos evangélicos e protestantes, outros rejeitam a vida moderna e vivem em comunidades isoladas.
Segundo o correspondente da BBC, a colônia de Manitoba, onde ocorreram os estupros, é uma comunidade ultraconservadora, sem ruas pavimentadas ou eletricidade.
Seus integrantes se vestem com roupas tradicionais menonitas, e usam carroças puxadas por cavalos para se transportar.
Rivera aprovou as sentenças, mas disse temer que algumas das vítimas tenham sofrido danos irreversíveis.
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