Notícias
- 23 de dezembro de 2015
- Visualizações: 2707
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Audiência Pública em Manaus discute infanticídio de crianças indígenas
No último dia 14 aconteceu na Assembleia Legislativa de Manaus (Aleam) uma Audiência Pública para discutir a prática do infanticídio de crianças indígenas com deficiência. A Audiência foi realizada pela Comissão Especial de Políticas Públicas de Acessibilidade da Aleam, presidida pelo deputado Luiz Castro (Rede).
O encontro contou com representantes de povos indígenas, da Funai, antropólogos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Sejusc, Ministério Público Federal (MPF), ONGs, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AM), dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de juristas e de militantes dos Direitos Humanos, dentre outros.
O pastor Paulo Nunes de Carvalho, integrante do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas (Conplei), que participou da audiência, contou como recebeu o apoio de advogados, líderes evangélicos indígenas e não indígenas, antropólogos, liderança civis e militares, que se manifestaram contra o infanticídio. “Apenas duas pessoas foram favoráveis a continuação da prática do infanticídio, mas o restante, que foi a maioria, disseram sim à vida. Aleluia! Pela primeira vez a FUNAI assumiu que existe sim infanticídio indígena, assim como o promotor federal, antropólogos e lideres indígenas”, descreveu Carvalho.
O Deputado Luiz Castro disse que, tanto as ONGs como o Estado, precisam promover medidas para evitar a morte das crianças indígenas com deficiência físicas e mentais, através da educação e do diálogo com as tribos.
Entre os encaminhamentos dados ao final da reunião, foi agendada uma segunda audiência para março de 2016 com objetivo de ouvir sugestões concretas para o tema. Também foi agendado um diálogo particular com as tribos do Vale do Javari, que ainda são favoráveis a prática do infanticídio justificando ser um aspecto cultural.
Infanticídio indígena
A morte de crianças recém-nascidas é praticada por diversas razões em algumas comunidades indígenas no Brasil, dentre elas estão: deficiência física ou mental, bebês gêmeos, crianças nascidas de relações extra-conjugais, ou consideradas portadoras de má-sorte para a comunidade. Em algumas comunidades, a mãe pode matar um recém-nascido, caso ainda esteja amamentando outro, ou se o sexo do bebê não for o esperado.
Segundo a ONG Atini, organização que tem entre seus objetivos promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas, há registros de crianças de 3, 4, 11 e até 15 anos mortas pelas mais diversas causas.
Segundo a pesquisa de Rachel Alcântara, da UNB, só no Parque Xingu são assassinadas cerca de 30 crianças todos os anos. E de acordo com o levantamento feito pelo médico sanitarista Marcos Pellegrini, que até 2006 coordenava as ações do DSEI-Yanomami, em Roraima, 98 crianças indígenas foram assassinadas pelas mães em 2004, em 2003 foram 68, fazendo dessa prática cultural a principal causa de mortalidade entre os yanomami.
A prática do infanticídio tem sido registrada em diversas etnias, entre elas estão os uaiuai, bororo, mehinaco, tapirapé, ticuna, amondaua, uru-eu-uau-uau, suruwaha, deni, jarawara, jaminawa, waurá, kuikuro, kamayurá, parintintin, yanomami, paracanã e kajabi.
Projeto aprovado na Câmara
Dia 26 de agosto deste ano a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que busca evitar a morte de crianças indígenas por práticas tradicionais. Segundo a proposta, é dever de todos denunciar “práticas tradicionais nocivas”, como assassinato ou maus tratos de crianças com deficiência. O projeto também prevê que os órgãos responsáveis pela defesa de indígenas, como a Funai, poderão ser responsabilizados se não agirem ao detectarem situações de risco. O texto está em análise do Senado Federal.
O encontro contou com representantes de povos indígenas, da Funai, antropólogos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Sejusc, Ministério Público Federal (MPF), ONGs, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AM), dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, de juristas e de militantes dos Direitos Humanos, dentre outros.
O pastor Paulo Nunes de Carvalho, integrante do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas (Conplei), que participou da audiência, contou como recebeu o apoio de advogados, líderes evangélicos indígenas e não indígenas, antropólogos, liderança civis e militares, que se manifestaram contra o infanticídio. “Apenas duas pessoas foram favoráveis a continuação da prática do infanticídio, mas o restante, que foi a maioria, disseram sim à vida. Aleluia! Pela primeira vez a FUNAI assumiu que existe sim infanticídio indígena, assim como o promotor federal, antropólogos e lideres indígenas”, descreveu Carvalho.
O Deputado Luiz Castro disse que, tanto as ONGs como o Estado, precisam promover medidas para evitar a morte das crianças indígenas com deficiência físicas e mentais, através da educação e do diálogo com as tribos.
Entre os encaminhamentos dados ao final da reunião, foi agendada uma segunda audiência para março de 2016 com objetivo de ouvir sugestões concretas para o tema. Também foi agendado um diálogo particular com as tribos do Vale do Javari, que ainda são favoráveis a prática do infanticídio justificando ser um aspecto cultural.
Infanticídio indígena
A morte de crianças recém-nascidas é praticada por diversas razões em algumas comunidades indígenas no Brasil, dentre elas estão: deficiência física ou mental, bebês gêmeos, crianças nascidas de relações extra-conjugais, ou consideradas portadoras de má-sorte para a comunidade. Em algumas comunidades, a mãe pode matar um recém-nascido, caso ainda esteja amamentando outro, ou se o sexo do bebê não for o esperado.
Segundo a ONG Atini, organização que tem entre seus objetivos promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas, há registros de crianças de 3, 4, 11 e até 15 anos mortas pelas mais diversas causas.
Segundo a pesquisa de Rachel Alcântara, da UNB, só no Parque Xingu são assassinadas cerca de 30 crianças todos os anos. E de acordo com o levantamento feito pelo médico sanitarista Marcos Pellegrini, que até 2006 coordenava as ações do DSEI-Yanomami, em Roraima, 98 crianças indígenas foram assassinadas pelas mães em 2004, em 2003 foram 68, fazendo dessa prática cultural a principal causa de mortalidade entre os yanomami.
A prática do infanticídio tem sido registrada em diversas etnias, entre elas estão os uaiuai, bororo, mehinaco, tapirapé, ticuna, amondaua, uru-eu-uau-uau, suruwaha, deni, jarawara, jaminawa, waurá, kuikuro, kamayurá, parintintin, yanomami, paracanã e kajabi.
Projeto aprovado na Câmara
Dia 26 de agosto deste ano a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que busca evitar a morte de crianças indígenas por práticas tradicionais. Segundo a proposta, é dever de todos denunciar “práticas tradicionais nocivas”, como assassinato ou maus tratos de crianças com deficiência. O projeto também prevê que os órgãos responsáveis pela defesa de indígenas, como a Funai, poderão ser responsabilizados se não agirem ao detectarem situações de risco. O texto está em análise do Senado Federal.
- 23 de dezembro de 2015
- Visualizações: 2707
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Notícias
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Pesquisa Força Missionária Brasileira 2025 quer saber como e onde estão os missionários brasileiros
- Perigo à vista ! - Vulnerabilidades que tornam filhos de missionários mais suscetíveis ao abuso e ao silêncio
- As 97 teses de Martinho Lutero
- Lutar pelos sonhos é possível após os 60. Sempre pela bondade do Senhor
- A urgência da reconciliação: Reflexões a partir do 4º Congresso de Lausanne, um ano após o 7 de outubro
- Para fissurados por controle, cancelamento é saída fácil
- A última revista do ano
- Diálogos de Esperança: nova temporada conversa sobre a Igreja e Lausanne 4
- Vem aí "The Connect Faith 2024"