Opinião
- 09 de agosto de 2023
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Atribuindo propósito e significado eternos às finanças pessoais
Por Fabio Marques, CFP®
Falar a respeito de nossas finanças pessoais é reconhecidamente um tema complexo, pois envolve falar de dinheiro e de sua influência sobre os nossos hábitos, anseios e temores. De fato, a nossa relação com o dinheiro tem a incrível capacidade de revelar traços de nosso caráter e, mais, de forma clara e muitas vezes surpreendente, informar a respeito de nossa relação com Deus, o Criador de todas as coisas, e a quem todas as coisas pertencem (Sl 24.1).
Quando nos dispomos a falar sobre dinheiro, e sobre o lugar que ele ocupa em nossa vida, naturalmente nos expomos a alguma vulnerabilidade. Isso porque o dinheiro está relacionado a aspectos muito mais íntimos de nossa existência. Ele está diretamente conectado às questões do coração, entendendo o coração humano como sendo a essência do que somos, englobando mente, afeições e vontade. O rei Salomão, com toda sabedoria, nos exorta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).
Talvez daí surja a dificuldade em torno do tema, pois a nossa relação com o dinheiro pode ser bastante reveladora em relação às nossas paixões, prioridades e motivações. E o nosso comportamento sempre seguirá à risca o que as nossas crenças e visão de mundo nos indicam. Experiências traumáticas e frustrações podem se refletir de formas variadas quando lidamos com dinheiro. Por exemplo, gastos compulsivos podem ser a válvula de escape para o esforço de superar carências ou para manter as aparências de que tudo vai bem. Ou por outro lado, o medo de um futuro incerto, ou o desejo (e a ilusão) de se controlar o incontrolável, podem resultar na mesquinhez de quem acredita que “poupar” cada centavo será a solução para todas as dúvidas que o futuro possa trazer. Em ambos os casos, fica clara a necessidade urgente de um entendimento verdadeiro e bíblico sobre o papel do dinheiro em nossa vida.
A influência negativa que o dinheiro pode causar sobre o coração humano não é exclusividade dos nossos dias. Já nos tempos antigos, Jesus nos alerta sobre o perigo de tentar servir a dois senhores, a Deus e a Mamom (Mt 6.24). Da mesma forma, o apóstolo Paulo ressalta que o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal, ao ponto de levar pessoas a se desviarem da fé (1Tm 6.10). Essa é a dinâmica nefasta, engendrada pelo inimigo, para que através das falsas promessas baseadas naquilo que o dinheiro pode oferecer, o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus tenha sua identidade distorcida e deturpada. A busca por controle, influência e status, entremeada por vergonha e culpa, e muitas vezes sustentada por injustiça e exploração, descreve um padrão de comportamento dominado pelo amor ao dinheiro. Comportamento esse que pode assumir diferentes formas, desde as mais sutis e politicamente corretas até as mais reprováveis sob a ótica do amor ao próximo e justiça social.
Mas como nos manter livres e seguros desta estratégia maligna que rege o comportamento e os costumes deste mundo? Certamente uma transformação em nosso modo de pensar e entender o dinheiro se faz necessária, para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em torno de um tema tão central em nossas vidas.
A aplicação prática de princípios de mordomia cristã por meio da elaboração e execução do planejamento financeiro pessoal nos permite desenvolver uma perspectiva renovada sobre o uso do dinheiro que nos leve a expandir os nossos círculos de compaixão e generosidade. Esse é o ponto de partida para que as conversas sobre as nossas finanças pessoais sejam permeadas de propósito e significado eternos, e não mais por medo, orgulho ou mesmo vergonha!
Uma reflexão mais profunda sobre o papel do dinheiro, que esteja alinhada aos princípios da mordomia cristã, contribui para a definição de planos e projetos pessoais que honram a Deus em sua essência. Não há nada que nos encoraje mais em relação ao uso de nossos recursos do que colocar à disposição do Senhor os recursos que são do Senhor para a realização dos propósitos do Senhor em nossas vidas. Essa é a aplicação prática do conceito de mordomia cristã.
O estabelecimento de projetos e objetivos no contexto da mordomia cristã tem a capacidade de lançar fora o medo e promover segurança e tranquilidade na condução das nossas finanças. Essa prática nos leva a um lugar de dependência do Senhor para a realização dos projetos que são dEle, e para os quais Ele mesmo alocará a porção exata dos seus recursos infinitos, necessários para sua realização.
Outro benefício de uma vida bem planejada é a melhor utilização dos recursos sob a nossa responsabilidade, sem desperdícios ou ausência de propósito definido. Lançar mão de um orçamento bem ajustado que nos dê referência para os gastos no presente e no futuro, é uma das práticas mais efetivas no exercício diário da boa governança financeira, servindo de proteção ao nosso coração contra as investidas insidiosas do inimigo.
A transformação radical promovida por uma visão redentora a respeito do dinheiro será efetivamente percebida quando o exercício da generosidade for inserido de forma intencional e planejada em nosso orçamento. Uma vida financeira bem planejada potencializa a nossa capacidade doadora, e nos reposiciona estrategicamente como instrumentos úteis a serviço do Reino para impactar e fazer avançar a causa de Cristo em nosso tempo.
Saiba mais:
» Trabalho, Descanso e Dinheiro – Uma abordagem bíblica, Timóteo Carrriker
» O Discípulo – Um chamado para ser como Cristo, Sohn Stott
» O Caminho do Coração - O sentido da espiritualidade cristã, Ricardo Barbosa
» Por que não podemos servir a Deus e ao dinheiro?
» Dinheiro é bênção ou maldição? Você decide
Falar a respeito de nossas finanças pessoais é reconhecidamente um tema complexo, pois envolve falar de dinheiro e de sua influência sobre os nossos hábitos, anseios e temores. De fato, a nossa relação com o dinheiro tem a incrível capacidade de revelar traços de nosso caráter e, mais, de forma clara e muitas vezes surpreendente, informar a respeito de nossa relação com Deus, o Criador de todas as coisas, e a quem todas as coisas pertencem (Sl 24.1).
Quando nos dispomos a falar sobre dinheiro, e sobre o lugar que ele ocupa em nossa vida, naturalmente nos expomos a alguma vulnerabilidade. Isso porque o dinheiro está relacionado a aspectos muito mais íntimos de nossa existência. Ele está diretamente conectado às questões do coração, entendendo o coração humano como sendo a essência do que somos, englobando mente, afeições e vontade. O rei Salomão, com toda sabedoria, nos exorta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).
Talvez daí surja a dificuldade em torno do tema, pois a nossa relação com o dinheiro pode ser bastante reveladora em relação às nossas paixões, prioridades e motivações. E o nosso comportamento sempre seguirá à risca o que as nossas crenças e visão de mundo nos indicam. Experiências traumáticas e frustrações podem se refletir de formas variadas quando lidamos com dinheiro. Por exemplo, gastos compulsivos podem ser a válvula de escape para o esforço de superar carências ou para manter as aparências de que tudo vai bem. Ou por outro lado, o medo de um futuro incerto, ou o desejo (e a ilusão) de se controlar o incontrolável, podem resultar na mesquinhez de quem acredita que “poupar” cada centavo será a solução para todas as dúvidas que o futuro possa trazer. Em ambos os casos, fica clara a necessidade urgente de um entendimento verdadeiro e bíblico sobre o papel do dinheiro em nossa vida.
A influência negativa que o dinheiro pode causar sobre o coração humano não é exclusividade dos nossos dias. Já nos tempos antigos, Jesus nos alerta sobre o perigo de tentar servir a dois senhores, a Deus e a Mamom (Mt 6.24). Da mesma forma, o apóstolo Paulo ressalta que o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal, ao ponto de levar pessoas a se desviarem da fé (1Tm 6.10). Essa é a dinâmica nefasta, engendrada pelo inimigo, para que através das falsas promessas baseadas naquilo que o dinheiro pode oferecer, o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus tenha sua identidade distorcida e deturpada. A busca por controle, influência e status, entremeada por vergonha e culpa, e muitas vezes sustentada por injustiça e exploração, descreve um padrão de comportamento dominado pelo amor ao dinheiro. Comportamento esse que pode assumir diferentes formas, desde as mais sutis e politicamente corretas até as mais reprováveis sob a ótica do amor ao próximo e justiça social.
Mas como nos manter livres e seguros desta estratégia maligna que rege o comportamento e os costumes deste mundo? Certamente uma transformação em nosso modo de pensar e entender o dinheiro se faz necessária, para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em torno de um tema tão central em nossas vidas.
A aplicação prática de princípios de mordomia cristã por meio da elaboração e execução do planejamento financeiro pessoal nos permite desenvolver uma perspectiva renovada sobre o uso do dinheiro que nos leve a expandir os nossos círculos de compaixão e generosidade. Esse é o ponto de partida para que as conversas sobre as nossas finanças pessoais sejam permeadas de propósito e significado eternos, e não mais por medo, orgulho ou mesmo vergonha!
Uma reflexão mais profunda sobre o papel do dinheiro, que esteja alinhada aos princípios da mordomia cristã, contribui para a definição de planos e projetos pessoais que honram a Deus em sua essência. Não há nada que nos encoraje mais em relação ao uso de nossos recursos do que colocar à disposição do Senhor os recursos que são do Senhor para a realização dos propósitos do Senhor em nossas vidas. Essa é a aplicação prática do conceito de mordomia cristã.
O estabelecimento de projetos e objetivos no contexto da mordomia cristã tem a capacidade de lançar fora o medo e promover segurança e tranquilidade na condução das nossas finanças. Essa prática nos leva a um lugar de dependência do Senhor para a realização dos projetos que são dEle, e para os quais Ele mesmo alocará a porção exata dos seus recursos infinitos, necessários para sua realização.
Outro benefício de uma vida bem planejada é a melhor utilização dos recursos sob a nossa responsabilidade, sem desperdícios ou ausência de propósito definido. Lançar mão de um orçamento bem ajustado que nos dê referência para os gastos no presente e no futuro, é uma das práticas mais efetivas no exercício diário da boa governança financeira, servindo de proteção ao nosso coração contra as investidas insidiosas do inimigo.
A transformação radical promovida por uma visão redentora a respeito do dinheiro será efetivamente percebida quando o exercício da generosidade for inserido de forma intencional e planejada em nosso orçamento. Uma vida financeira bem planejada potencializa a nossa capacidade doadora, e nos reposiciona estrategicamente como instrumentos úteis a serviço do Reino para impactar e fazer avançar a causa de Cristo em nosso tempo.
- Fabio Marques, CFP® é casado com Alessandra, pai de quatro filhos e sócio fundador da Bridgen Planejamento Financeiro. Acredita no poder transformador do planejamento de vida que, a partir de uma renovada abordagem das finanças pessoais, é capaz de pavimentar o caminho rumo a uma vida plena e abençoadora.
Saiba mais:
» Trabalho, Descanso e Dinheiro – Uma abordagem bíblica, Timóteo Carrriker
» O Discípulo – Um chamado para ser como Cristo, Sohn Stott
» O Caminho do Coração - O sentido da espiritualidade cristã, Ricardo Barbosa
» Por que não podemos servir a Deus e ao dinheiro?
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