Opinião
- 25 de outubro de 2021
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As mentiras sobre a simplicidade
Somos tendentes à complexidade e ao desequilíbrio. E desejamos ser, ter e estar onde não deveríamos ou poderíamos
Por Ronaldo Lidório
A simplicidade é uma virtude provida por Deus, pois somos naturalmente tendentes à complexidade, à exigência e ao desequilíbrio.
Simplicidade não significa apenas abstinência do conforto e prazer. Nesta estrada muitos se enclausuram em celas escuras em monastérios isolados, mas percebem que a cobiça acompanha o coração por onde vai.
A cobiça, o oposto da simplicidade, leva-nos a desejar ser, ter e estar onde não deveríamos ou poderíamos. E a cobiça mata a simplicidade da vida, tanto em um monastério distante quanto em uma grande cidade. O que deve ser domado é o coração.
A perda da simplicidade se dá a partir de um coração alimentado pela cobiça, que nos leva a crer e a viver mentiras. Algumas parecem ser mais importantes e gostaria de mencioná-las.
A primeira é a mentira do reconhecimento, que tenta nos convencer que precisamos do reconhecimento de todos para que tenhamos paz. Essa mentira leva o ser humano a aparentar o que não é para aqueles que não conhece em busca de uma aprovação que não precisa. É um caminho de enorme exaustão e frustração.
A segunda é a mentira da posse. A sociedade tenta nos convencer todos os dias sobre a importância de ter o que ainda não temos, mesmo quando não precisamos. E o faz em um ciclo intenso e dinâmico, em que o bem adquirido torna-se rapidamente ultrapassado, pois sempre há um que seja melhor. O resultado é que os bens se tornam o centro, fazendo com que a vida gire em torno deles. Esse caminho leva à angústia.
A terceira é a mentira do conforto. Ela tenta convencer que a felicidade é proporcional ao conforto que adquirimos, seja provido pela segurança financeira, pelo ambiente de vida ou mesmo pela saúde pessoal. Seguindo essa tese, muitos passam a vida correndo atrás do conforto e, quando o alcançam, percebem que a felicidade não está ali. Os resultados são muitos, mas sobretudo o vazio.
É curioso notarmos que o reconhecimento, a posse e o conforto não são, em si mesmos, pecaminosos. O pecado está em centralizá-los em nossas vidas, esperando deles o que não podem dar. A paz está em Cristo e nas obras de Cristo. A segurança encontra-se em Deus e na sua Palavra. A felicidade é encontrada no Senhor Jesus e em nenhum outro nome, nenhum outro lugar, nenhum outro bem, nenhum outro relacionamento. É só Jesus.
>> Conheça a edição Contentamento (janeiro/fevereiro 2019) de Ultimato.
Leia mais:
» Por um estilo de vida simples
» Trabalho, Descanso e Dinheiro, de Timóteo Carriker
Por Ronaldo Lidório
A simplicidade é uma virtude provida por Deus, pois somos naturalmente tendentes à complexidade, à exigência e ao desequilíbrio.
Simplicidade não significa apenas abstinência do conforto e prazer. Nesta estrada muitos se enclausuram em celas escuras em monastérios isolados, mas percebem que a cobiça acompanha o coração por onde vai.
A cobiça, o oposto da simplicidade, leva-nos a desejar ser, ter e estar onde não deveríamos ou poderíamos. E a cobiça mata a simplicidade da vida, tanto em um monastério distante quanto em uma grande cidade. O que deve ser domado é o coração.
A perda da simplicidade se dá a partir de um coração alimentado pela cobiça, que nos leva a crer e a viver mentiras. Algumas parecem ser mais importantes e gostaria de mencioná-las.
A primeira é a mentira do reconhecimento, que tenta nos convencer que precisamos do reconhecimento de todos para que tenhamos paz. Essa mentira leva o ser humano a aparentar o que não é para aqueles que não conhece em busca de uma aprovação que não precisa. É um caminho de enorme exaustão e frustração.
A segunda é a mentira da posse. A sociedade tenta nos convencer todos os dias sobre a importância de ter o que ainda não temos, mesmo quando não precisamos. E o faz em um ciclo intenso e dinâmico, em que o bem adquirido torna-se rapidamente ultrapassado, pois sempre há um que seja melhor. O resultado é que os bens se tornam o centro, fazendo com que a vida gire em torno deles. Esse caminho leva à angústia.
A terceira é a mentira do conforto. Ela tenta convencer que a felicidade é proporcional ao conforto que adquirimos, seja provido pela segurança financeira, pelo ambiente de vida ou mesmo pela saúde pessoal. Seguindo essa tese, muitos passam a vida correndo atrás do conforto e, quando o alcançam, percebem que a felicidade não está ali. Os resultados são muitos, mas sobretudo o vazio.
É curioso notarmos que o reconhecimento, a posse e o conforto não são, em si mesmos, pecaminosos. O pecado está em centralizá-los em nossas vidas, esperando deles o que não podem dar. A paz está em Cristo e nas obras de Cristo. A segurança encontra-se em Deus e na sua Palavra. A felicidade é encontrada no Senhor Jesus e em nenhum outro nome, nenhum outro lugar, nenhum outro bem, nenhum outro relacionamento. É só Jesus.
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Ronaldo Lidório é teólogo e antropólogo, missionário (APMT e WEC) entre grupos pouco ou não evangelizados. É organizador de Indígenas do Brasil -- avaliando a missão da igreja e A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.
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