Opinião
- 30 de junho de 2006
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Às Autoridades de nossa Pátria
Rio de Janeiro, outono de 2006.
Os congregacionais chegamos ao Brasil em 1.855. Três anos depois foi fundada a primeira igreja evangélica em língua portuguesa em nossa pátria, em 1.858, fundada em 11 de julho de 1.858 e ainda permanece, até hoje, na rua Camerino, nº. 102, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Hoje, temos trabalhos em todos os estados brasileiros, somos mais de 350 igrejas filiadas à nossa UIECB além de sempre termos marcado presença com trabalhos sociais, como creches, asilos, abrigos para crianças carentes, distribuição de roupas, calçados, alimentos e remédios, escolas enfim, sempre procurando minimizar a miséria humana. Queremos, neste início, deixar bem claro quem somos porque temos uma mensagem a dar às nossas autoridades. Especialmente neste momento que nossa Pátria atravessa, com denúncias que nos causam nojo sobre corrupção. Queremos deixar bem claro que somos apartidários e que nunca, repetimos, nunca vamos nos empenhar, como denominação, em luta partidária. Nossa luta é para proclamar a mensagem da Bíblia e gostaríamos de ter sua atenção.
A Bíblia diz (estamos utilizando a 2a. edição revista e atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil) que o silêncio avaliza (livro de Números 30:14). E quem cala consente, diz o senso comum de homens e mulheres desde sempre. Por isso, nós, diretores e todo o povo de Deus vinculado à União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - UIECB, que dissentimos da escalada da violência às leis, à moral pública, aos interesses legítimos da nação e do seu povo, mormente dos mais pobres e necessitados de pão, educação, saúde, segurança, emprego e do exemplo cívico e moral dos seus líderes, vimos proclamar às autoridades em todos os níveis da República do Brasil, que:
01. A Bíblia é a nossa regra absoluta de fé e prática. A Bíblia é a referência definida e definitiva
pela qual julgamos nossos pensamentos e ações e toda a nossa conduta pessoal e coletiva, privada e pública. Reafirmamos, portanto, a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer programas político-partidários e ideologias e deploramos os escândalos políticos que estão destruindo a credibilidade dos partidos e afastaram, ainda mais, a classe política da sociedade. A crise é gravíssima. Convém a todos ouvir o que Deus diz na Bíblia.
02. A Bíblia diz que as autoridades constituídas devem ser respeitadas e apoiadas. E que o cristão deve orar pelas autoridades para seu próprio bem (I Carta de Paulo a Timóteo 2:1-4). Pelo que declaramos que esta nossa manifestação, por mais veemente e enfática, se pauta pela honesta consideração dos fatos e pelo respeito às pessoas das autoridades eleitas livremente, nas presentes condições de normalidade democrática, pela qual somos gratos à Deus e a todos que lutaram pela liberdade de fé religiosa e de concepção política, e sua livre expressão, neste país.
03. A Bíblia diz que as autoridades são agentes de Deus para o bem (Carta aos Romanos 13:4). Portanto, o Estado não é absoluto, pois está sujeito a Deus; e o governo não é infalível, pois não é Deus; e as autoridades, não sendo infalíveis, são incontestáveis apenas quando obedecem ao desígnio de Deus, quando promovem verdadeiramente o bem das pessoas e a decência nas instituições.
04. A Bíblia diz que Deus abomina a injustiça, a violência e o crime (livro dos Salmos 11: 5-6);
05. A Bíblia diz que os pobres precisam de cuidados especiais nas suas necessidades (Deuteronômio 24:14-15; Salmo 41:1; Provérbios 14:31 e Gálatas 2:10);
06. A Bíblia diz que a proteção dos pobres é um imperativo da justiça (Provérbios 29:7 e livro do profeta Amós 5:11-12);
07. A Bíblia diz que os pobres têm responsabilidades diante de Deus assim como os ricos (Êxodo 23: 1-3 e 30: 15 e também Levítico 19: 15). Por isso, não pleiteamos paternalismo, mas justiça;
08. A Bíblia diz que a justiça em relação aos pobres dá estabilidade ao governo (Provérbios 29:14);
09. A Bíblia diz que o descuido para com os pobres em meio à abundância foi um dos pecados que precipitou a destruição de Sodoma (livro do profeta Ezequiel 16:49);
10. A Bíblia diz que as contas públicas e privadas têm de ser corretas e honestas. Não há nem fundamento legal. Deus abomina o suborno (Êxodo 23:8; Deuteronômio 16:19 e 25:15-16; Provérbios 17:23 e livro do profeta Isaías 5:22-23);
11. A Bíblia diz que o SENHOR considera indesculpável a negligência da justiça, da bondade e da verdade e retribui com juízo o enriquecimento ilícito (livro do profeta Miquéias 6:8-15);
12. A Bíblia diz que Deus é o governador supremo do mundo. Por isso todo governante é responsável diante dEle. Isso foi declarado pelos profetas do Antigo Testamento e manifesto na história das nações da época. O profeta Daniel, que não viveu numa democracia, mas era um servidor público, se destacou pelo seu caráter, na corte do rei Nabucodonosor (livro do profeta DanieI4:27). José, como Daniel, viveu uma vida exemplar e demonstrou capacidade de administrar devido a sua dependência de Deus. Eles obedeciam a Deus, não obstante o custo. Nada de justificativas imorais tais como "todo mundo faz", ou "neste país sempre se fez política assim". Não tentaram obter nem preservar posição às expensas da honra ou em detrimento do bem comum. A integridade foi o que os distinguiu e os tornou bênçãos nas nações onde exerceram funções publica.
13. A Bíblia diz que temos cidadania terrestre e celeste (Atos dos Apóstolos 16:37 e Carta aos filipenses 3:20), por isso os cristãos têm o direito e o dever de considerar que o exercício de nossa dupla cidadania nos faz responsáveis pela vida na Terra e pela esperança do céu;
14. A Bíblia diz que, como cidadãos, devemos apoiar a lei e a ordem (livro do profeta Jeremias 22:3), portanto, vimos:
PROCLAMAR que todos, homens e mulheres, ricos e pobres, são pecadores, conforme está pronunciado nas Escrituras, por isso não confiamos em simples manifestação de boa vontade. Reclamamos um governo de leis, de boas leis, devidamente regulamentadas e um judiciário independente;
CONDENAR o voto secreto no Congresso Nacional como um subterfúgio que escamoteia o medo da revelação do verdadeiro compromisso do parlamentar. Isso é inaceitável! E tem de acabar. O representante do povo deve ao povo a transparência do seu voto;
APOIAR a emenda constitucional que já tramita no Congresso Nacional que torna todas as votações abertas nas duas casas;
PROPOR que todos os projetos de interesse social ora paralisados no Congresso sejam discutidos e votados pela relevância ao interesse nacional, não por conveniência ou cálculo dos "donos do poder". O objetivo de todos os deputados e senadores deve ser a erradicação da miséria e a integração dos milhões de brasileiros que vivem privados dos direitos da cidadania, alimentação, moradia, saúde, educação e segurança;
MANIFESTAR a nossa vergonha com o relatório da Organização das Nações Unidas - ONU, que revela que o Brasil é o oitavo país do mundo em desigualdade social. E que a transferência de 5% da renda dos 20% mais ricos do Brasil para os brasileiros mais pobres resgataria 20 milhões de pessoas da miséria, e reduziria a taxa de pobreza de 22% para 7%.
PROTESTAR que a miséria é injusta. E que Deus odeia a injustiça;
EXIGIR, como cidadãos e cristãos, que as políticas públicas sejam focadas na redução e mesmo na erradicação da miséria desses milhões de brasileiros;
EXIGIR do Congresso Nacional brasileiro manifestação de solidariedade com o povo comum e de exemplo moral;
EXIGIR do governo e da classe política, que facilitem o livre curso da imensa demanda contida do povo brasileiro por um Projeto Nacional que transforme este país do futuro em um país com futuro;
DECLARAR que a nossa expectativa se fundamenta na soberania de Deus, não na bondade do homem. A Bíblia ensina que a graça comum permeia toda a sociedade, portanto, embora mesmo que o governo e a classe política não tenham ética cristã, ainda assim, as condições objetivas po- dem ser transformadas, os políticos de caráter duvidoso podem ser inibidos, restringidos e até bani- dos da vida pública em prol da moralização. Deus é contra o que oprime e extorque (Salmo 35: 10). O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para Ihes extirpar da Terra a memória (Salmo 34:16).
ALERTAR que Deus destruiu Sodoma e Gomorra por causa de sua impiedade, violência e imoralidade (Gênesis, capítulo 19). O presidente, seus ministros, deputados e senadores, autoridades nacionais, regionais, locais não escaparão impunes se não promoverem a paz e a justiça. A Bíblia diz: "Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer, aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá" (Carta aos Gálatas 6:7) e "horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31).
Pela União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil,
Pastor Paulo Leite da Costa
Presidente da Junta Geral da UIECB
Os congregacionais chegamos ao Brasil em 1.855. Três anos depois foi fundada a primeira igreja evangélica em língua portuguesa em nossa pátria, em 1.858, fundada em 11 de julho de 1.858 e ainda permanece, até hoje, na rua Camerino, nº. 102, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Hoje, temos trabalhos em todos os estados brasileiros, somos mais de 350 igrejas filiadas à nossa UIECB além de sempre termos marcado presença com trabalhos sociais, como creches, asilos, abrigos para crianças carentes, distribuição de roupas, calçados, alimentos e remédios, escolas enfim, sempre procurando minimizar a miséria humana. Queremos, neste início, deixar bem claro quem somos porque temos uma mensagem a dar às nossas autoridades. Especialmente neste momento que nossa Pátria atravessa, com denúncias que nos causam nojo sobre corrupção. Queremos deixar bem claro que somos apartidários e que nunca, repetimos, nunca vamos nos empenhar, como denominação, em luta partidária. Nossa luta é para proclamar a mensagem da Bíblia e gostaríamos de ter sua atenção.
A Bíblia diz (estamos utilizando a 2a. edição revista e atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil) que o silêncio avaliza (livro de Números 30:14). E quem cala consente, diz o senso comum de homens e mulheres desde sempre. Por isso, nós, diretores e todo o povo de Deus vinculado à União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - UIECB, que dissentimos da escalada da violência às leis, à moral pública, aos interesses legítimos da nação e do seu povo, mormente dos mais pobres e necessitados de pão, educação, saúde, segurança, emprego e do exemplo cívico e moral dos seus líderes, vimos proclamar às autoridades em todos os níveis da República do Brasil, que:
01. A Bíblia é a nossa regra absoluta de fé e prática. A Bíblia é a referência definida e definitiva
pela qual julgamos nossos pensamentos e ações e toda a nossa conduta pessoal e coletiva, privada e pública. Reafirmamos, portanto, a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer programas político-partidários e ideologias e deploramos os escândalos políticos que estão destruindo a credibilidade dos partidos e afastaram, ainda mais, a classe política da sociedade. A crise é gravíssima. Convém a todos ouvir o que Deus diz na Bíblia.
02. A Bíblia diz que as autoridades constituídas devem ser respeitadas e apoiadas. E que o cristão deve orar pelas autoridades para seu próprio bem (I Carta de Paulo a Timóteo 2:1-4). Pelo que declaramos que esta nossa manifestação, por mais veemente e enfática, se pauta pela honesta consideração dos fatos e pelo respeito às pessoas das autoridades eleitas livremente, nas presentes condições de normalidade democrática, pela qual somos gratos à Deus e a todos que lutaram pela liberdade de fé religiosa e de concepção política, e sua livre expressão, neste país.
03. A Bíblia diz que as autoridades são agentes de Deus para o bem (Carta aos Romanos 13:4). Portanto, o Estado não é absoluto, pois está sujeito a Deus; e o governo não é infalível, pois não é Deus; e as autoridades, não sendo infalíveis, são incontestáveis apenas quando obedecem ao desígnio de Deus, quando promovem verdadeiramente o bem das pessoas e a decência nas instituições.
04. A Bíblia diz que Deus abomina a injustiça, a violência e o crime (livro dos Salmos 11: 5-6);
05. A Bíblia diz que os pobres precisam de cuidados especiais nas suas necessidades (Deuteronômio 24:14-15; Salmo 41:1; Provérbios 14:31 e Gálatas 2:10);
06. A Bíblia diz que a proteção dos pobres é um imperativo da justiça (Provérbios 29:7 e livro do profeta Amós 5:11-12);
07. A Bíblia diz que os pobres têm responsabilidades diante de Deus assim como os ricos (Êxodo 23: 1-3 e 30: 15 e também Levítico 19: 15). Por isso, não pleiteamos paternalismo, mas justiça;
08. A Bíblia diz que a justiça em relação aos pobres dá estabilidade ao governo (Provérbios 29:14);
09. A Bíblia diz que o descuido para com os pobres em meio à abundância foi um dos pecados que precipitou a destruição de Sodoma (livro do profeta Ezequiel 16:49);
10. A Bíblia diz que as contas públicas e privadas têm de ser corretas e honestas. Não há nem fundamento legal. Deus abomina o suborno (Êxodo 23:8; Deuteronômio 16:19 e 25:15-16; Provérbios 17:23 e livro do profeta Isaías 5:22-23);
11. A Bíblia diz que o SENHOR considera indesculpável a negligência da justiça, da bondade e da verdade e retribui com juízo o enriquecimento ilícito (livro do profeta Miquéias 6:8-15);
12. A Bíblia diz que Deus é o governador supremo do mundo. Por isso todo governante é responsável diante dEle. Isso foi declarado pelos profetas do Antigo Testamento e manifesto na história das nações da época. O profeta Daniel, que não viveu numa democracia, mas era um servidor público, se destacou pelo seu caráter, na corte do rei Nabucodonosor (livro do profeta DanieI4:27). José, como Daniel, viveu uma vida exemplar e demonstrou capacidade de administrar devido a sua dependência de Deus. Eles obedeciam a Deus, não obstante o custo. Nada de justificativas imorais tais como "todo mundo faz", ou "neste país sempre se fez política assim". Não tentaram obter nem preservar posição às expensas da honra ou em detrimento do bem comum. A integridade foi o que os distinguiu e os tornou bênçãos nas nações onde exerceram funções publica.
13. A Bíblia diz que temos cidadania terrestre e celeste (Atos dos Apóstolos 16:37 e Carta aos filipenses 3:20), por isso os cristãos têm o direito e o dever de considerar que o exercício de nossa dupla cidadania nos faz responsáveis pela vida na Terra e pela esperança do céu;
14. A Bíblia diz que, como cidadãos, devemos apoiar a lei e a ordem (livro do profeta Jeremias 22:3), portanto, vimos:
PROCLAMAR que todos, homens e mulheres, ricos e pobres, são pecadores, conforme está pronunciado nas Escrituras, por isso não confiamos em simples manifestação de boa vontade. Reclamamos um governo de leis, de boas leis, devidamente regulamentadas e um judiciário independente;
CONDENAR o voto secreto no Congresso Nacional como um subterfúgio que escamoteia o medo da revelação do verdadeiro compromisso do parlamentar. Isso é inaceitável! E tem de acabar. O representante do povo deve ao povo a transparência do seu voto;
APOIAR a emenda constitucional que já tramita no Congresso Nacional que torna todas as votações abertas nas duas casas;
PROPOR que todos os projetos de interesse social ora paralisados no Congresso sejam discutidos e votados pela relevância ao interesse nacional, não por conveniência ou cálculo dos "donos do poder". O objetivo de todos os deputados e senadores deve ser a erradicação da miséria e a integração dos milhões de brasileiros que vivem privados dos direitos da cidadania, alimentação, moradia, saúde, educação e segurança;
MANIFESTAR a nossa vergonha com o relatório da Organização das Nações Unidas - ONU, que revela que o Brasil é o oitavo país do mundo em desigualdade social. E que a transferência de 5% da renda dos 20% mais ricos do Brasil para os brasileiros mais pobres resgataria 20 milhões de pessoas da miséria, e reduziria a taxa de pobreza de 22% para 7%.
PROTESTAR que a miséria é injusta. E que Deus odeia a injustiça;
EXIGIR, como cidadãos e cristãos, que as políticas públicas sejam focadas na redução e mesmo na erradicação da miséria desses milhões de brasileiros;
EXIGIR do Congresso Nacional brasileiro manifestação de solidariedade com o povo comum e de exemplo moral;
EXIGIR do governo e da classe política, que facilitem o livre curso da imensa demanda contida do povo brasileiro por um Projeto Nacional que transforme este país do futuro em um país com futuro;
DECLARAR que a nossa expectativa se fundamenta na soberania de Deus, não na bondade do homem. A Bíblia ensina que a graça comum permeia toda a sociedade, portanto, embora mesmo que o governo e a classe política não tenham ética cristã, ainda assim, as condições objetivas po- dem ser transformadas, os políticos de caráter duvidoso podem ser inibidos, restringidos e até bani- dos da vida pública em prol da moralização. Deus é contra o que oprime e extorque (Salmo 35: 10). O rosto do SENHOR está contra os que praticam o mal, para Ihes extirpar da Terra a memória (Salmo 34:16).
ALERTAR que Deus destruiu Sodoma e Gomorra por causa de sua impiedade, violência e imoralidade (Gênesis, capítulo 19). O presidente, seus ministros, deputados e senadores, autoridades nacionais, regionais, locais não escaparão impunes se não promoverem a paz e a justiça. A Bíblia diz: "Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer, aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá" (Carta aos Gálatas 6:7) e "horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31).
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