Opinião
23 de outubro de 2009
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Anglicanos (alguns) vão para Roma?
Robinson Cavalcanti
No dia 20 de outubro, o papa Bento 16, da Igreja Romana, emitiu uma Constituição Apostólica específica permitindo a criação de episcopados pessoais (semelhantes aos destinados aos militares, vigários castrences) para acolher grupos de anglicanos tradicionalistas que desejem, mantendo uma certa identidade, se abrigar sob o manto da Igreja Romana.
Como se sabe, a partir dos anos 80, com a permissão para ordenação feminina, um número expressivo dos tradicionalistas anglicanos de linha anglocatólica criou a Comunhão Anglicana Tradicionalista (TAC), enquanto que a Ordenação de Ministros homossexuais praticantes, nas últimas décadas, tem visto surgir dezenas de jurisdições anglicanas dissidentes, conhecidas como “continuantes”. Esses grupos devem totalizar cerca de 500 mil pessoas contra os 77 milhões de membros da Comunhão Anglicana sob autoridade do arcebispo de Cantuária.
Há cerca de uma década, a TAC vinha mantendo conversações com o Vaticano, buscando autorização para serem recebidos, seja como uma igreja “uniata” (como os maronitas, melquitas e caldeus, dos ritos orientais), seja como uma prelazia pessoal como o modelo da “opus dei”.
A opção do Vaticano, como se viu, foi por uma fórmula, digamos, menos autonomista. É possível que alguns setores minoritários anglocatólicos, ainda dentro das 38 Províncias da Comunhão Anglicana, também optem por seguir a via romana. Quanto à minoria liberal, obviamente, não irão querer negócio com o papa atual. Quanto à majoritária “frente credal”, ortodoxa, formada pelos evangélicos, pelos carismáticos e por amplos setores anglocatólicos (Fraternidade dos Anglicanos Confessantes – FCA), esse documento do papa nada irá representar, pois continuarão a lutar por um realinhamento da Comunhão Anglicana, mantendo a sua consciência de uma igreja histórica (católica), mas, ao mesmo tempo, reformada (protestante).
Quanto à Diocese do Recife, fazemos votos de boa trajetória para os optantes por Roma, mas continuará a sua luta contra o liberalismo dentro da Comunhão Anglicana e procurando promover a evangelização do mundo, juntamente com seus irmãos evangélicos de outras denominações. Afinal, como sempre temos afirmado: “Somos crentes”.

Como se sabe, a partir dos anos 80, com a permissão para ordenação feminina, um número expressivo dos tradicionalistas anglicanos de linha anglocatólica criou a Comunhão Anglicana Tradicionalista (TAC), enquanto que a Ordenação de Ministros homossexuais praticantes, nas últimas décadas, tem visto surgir dezenas de jurisdições anglicanas dissidentes, conhecidas como “continuantes”. Esses grupos devem totalizar cerca de 500 mil pessoas contra os 77 milhões de membros da Comunhão Anglicana sob autoridade do arcebispo de Cantuária.
Há cerca de uma década, a TAC vinha mantendo conversações com o Vaticano, buscando autorização para serem recebidos, seja como uma igreja “uniata” (como os maronitas, melquitas e caldeus, dos ritos orientais), seja como uma prelazia pessoal como o modelo da “opus dei”.
A opção do Vaticano, como se viu, foi por uma fórmula, digamos, menos autonomista. É possível que alguns setores minoritários anglocatólicos, ainda dentro das 38 Províncias da Comunhão Anglicana, também optem por seguir a via romana. Quanto à minoria liberal, obviamente, não irão querer negócio com o papa atual. Quanto à majoritária “frente credal”, ortodoxa, formada pelos evangélicos, pelos carismáticos e por amplos setores anglocatólicos (Fraternidade dos Anglicanos Confessantes – FCA), esse documento do papa nada irá representar, pois continuarão a lutar por um realinhamento da Comunhão Anglicana, mantendo a sua consciência de uma igreja histórica (católica), mas, ao mesmo tempo, reformada (protestante).
Quanto à Diocese do Recife, fazemos votos de boa trajetória para os optantes por Roma, mas continuará a sua luta contra o liberalismo dentro da Comunhão Anglicana e procurando promover a evangelização do mundo, juntamente com seus irmãos evangélicos de outras denominações. Afinal, como sempre temos afirmado: “Somos crentes”.
Foi bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política — teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo — desafios a uma fé engajada. Faleceu no dia 26 de fevereiro de 2012 em Olinda (PE).
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