Opinião
- 09 de novembro de 2015
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Aliança Evangélica repudia a “pandemia da corrupção”
A Aliança Evangélica Brasileira lançou uma nota de repúdio contra o que chamou de “pandemia” da corrupção no Brasil. O texto usa palavras fortes para descrever a ausência de um padrão ético justo no país. Palavras como: “crime contra a vida”, “grave delito”, “pandemia”, “maligna cultura da corrupção”.
A nota se propõe a lamentar e a firmar compromissos da Aliança contra a corrupção. Um dos lamentos, numa clara referência ao deputado Eduardo Cunha, é devido a “presença de evangélicos entre os denunciados em esquemas de corrupção, bem como a citação do uso de igreja local para lavagem de dinheiro, inclusive neste episódio vergonhoso revelado pela Operação Lava Jato”.
A Aliança posiciona-se “a favor do afastamento imediato de todo e qualquer agente público, eleito, concursado ou contratado, quando identificada a sua participação em atos tipificados como corrupção, concussão e prevaricação no exercício de sua função, havendo evidências de seu envolvimento em ilícitos e tendo a denúncia sido devidamente acolhida por órgão judicial competente. Para esclarecimento definitivo dos fatos, que deve resultar na execução da justiça, para o bem de todos”.
Leia a seguir a nota de repúdio.
***
Nota de Repúdio à Pandemia da Corrupção no Brasil
A corrupção no Brasil se constitui num crime contra a vida! Não se trata apenas de roubo e desvio de dinheiro – inclusive por meio da sonegação de bilhões de reais –, o que por si só já constitui um grave delito, mas de uma situação que tem gerado a morte precoce de milhares de pessoas. A pandemia da corrupção se tornou mais evidente com a restauração da democracia e consequentemente maior transparência na vida pública e liberdade de imprensa, que lançou luzes sobre todos os níveis da administração pública (federal, estadual, municipal). Nestes respectivos espaços e nas três esferas de poder, observa-se um cenário que aponta para o recorrente quadro de corrupção sustentado por um conjunto de atores sistematicamente organizados para explorar, em benefício próprio, todos os sistemas sociais, religiosos, políticos e econômicos.
Há uma espécie de reprodução – social e cultural – da corrupção na sociedade brasileira, da qual, em menor ou maior incidência, os habitantes do país participam. Basta observar que, na lista dos grandes episódios de malversação de recursos no Brasil, estão envolvidos servidores públicos, empresas terceirizadas, políticos, empresários, religiosos e pessoas do mais alto escalão das instâncias de poder e de serviço, que compõem o Executivo, Legislativo e Judiciário.
Diante do exposto, a Aliança Cristã Evangélica Brasileira, à luz da vida e ensinos do Jesus Cristo de Nazaré, dos profetas que nos antecederam na história, do legado que recebemos de homens e de mulheres, cujas vidas nos inspiram a lutar pela justiça em favor dos socialmente mais vulneráveis, pela santidade e pela integridade pessoal em todas as relações da vida, expressa o nosso sentimento de profundo lamento e o nosso efetivo compromisso de servir ao Reino de Deus no contexto brasileiro.
LAMENTAMOS a pecaminosa e maligna cultura de corrupção, que nos deixa surpresos e indignados diante de atos que, em nossos espaços de vivência nacional, nos confrontam com práticas que denunciam a comum enfermidade endêmica do povo brasileiro. Assim, nos colocamos diante de Deus, dos nossos familiares e das pessoas que nos observam e humildemente nos arrependemos buscando o perdão divino para nossa nação.
COMPROMETEMO-NOS a vigiar e agir como pessoas íntegras e corretas em todas as nossas ações e serviços ao Reino de Deus e ao próximo. Que Deus nos ajude na desafiadora tarefa de sermos “sal da terra e luz do mundo”!
LAMENTAMOS, como segmento evangélico, o fato de denominações e líderes evangélicos transformarem suas experiências religiosas em negócios, tornando-se assim empresários da fé, incentivando não somente o enriquecimento fácil e rápido, mas também a fomentação da cultura de suborno, desonestidade e corrupção.
COMPROMETEMO-NOS, como Aliança, a manter e fomentar em todos os seus serviços uma contracultura que possa garantir tanto a fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo como a presença dos sinais do Reino de Deus em todas as igrejas, organizações ministeriais e pessoas afiliados à Aliança.
LAMENTAMOS a presença de evangélicos entre os denunciados em esquemas de corrupção, bem como a citação do uso de igreja local para lavagem de dinheiro, inclusive neste episódio vergonhoso revelado pela Operação Lava Jato. Expressamos nossa desaprovação e repúdio a esse tipo de comportamento, bem como a expectativa de que todo esse mal seja exposto e devidamente julgado. Esperamos que todos os envolvidos manifestem publicamente seu arrependimento e busquem reparar os prejuízos causados à nação.
Posicionamo-nos a favor do afastamento imediato de todo e qualquer agente público, eleito, concursado ou contratado, quando identificada a sua participação em atos tipificados como corrupção, concussão e prevaricação no exercício de sua função, havendo evidências de seu envolvimento em ilícitos e tendo a denúncia sido devidamente acolhida por órgão judicial competente. Para esclarecimento definitivo dos fatos, que deve resultar na execução da justiça, para o bem de todos.
COMPROMETEMO-NOS a nos unir a outros segmentos e movimentos sociais que partilham dos mesmos princípios e valores da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, e a lutarmos juntos com o objetivo de construir um Brasil mais justo e humano, livre da corrupção.
Brasil, novembro de 2015
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
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Corrupção: aspectos sociais, bíblicos e teológicos
Foto: Ifel Barrenechea/Freeimages.com
A nota se propõe a lamentar e a firmar compromissos da Aliança contra a corrupção. Um dos lamentos, numa clara referência ao deputado Eduardo Cunha, é devido a “presença de evangélicos entre os denunciados em esquemas de corrupção, bem como a citação do uso de igreja local para lavagem de dinheiro, inclusive neste episódio vergonhoso revelado pela Operação Lava Jato”.
A Aliança posiciona-se “a favor do afastamento imediato de todo e qualquer agente público, eleito, concursado ou contratado, quando identificada a sua participação em atos tipificados como corrupção, concussão e prevaricação no exercício de sua função, havendo evidências de seu envolvimento em ilícitos e tendo a denúncia sido devidamente acolhida por órgão judicial competente. Para esclarecimento definitivo dos fatos, que deve resultar na execução da justiça, para o bem de todos”.
Leia a seguir a nota de repúdio.
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Nota de Repúdio à Pandemia da Corrupção no Brasil
A corrupção no Brasil se constitui num crime contra a vida! Não se trata apenas de roubo e desvio de dinheiro – inclusive por meio da sonegação de bilhões de reais –, o que por si só já constitui um grave delito, mas de uma situação que tem gerado a morte precoce de milhares de pessoas. A pandemia da corrupção se tornou mais evidente com a restauração da democracia e consequentemente maior transparência na vida pública e liberdade de imprensa, que lançou luzes sobre todos os níveis da administração pública (federal, estadual, municipal). Nestes respectivos espaços e nas três esferas de poder, observa-se um cenário que aponta para o recorrente quadro de corrupção sustentado por um conjunto de atores sistematicamente organizados para explorar, em benefício próprio, todos os sistemas sociais, religiosos, políticos e econômicos.
Há uma espécie de reprodução – social e cultural – da corrupção na sociedade brasileira, da qual, em menor ou maior incidência, os habitantes do país participam. Basta observar que, na lista dos grandes episódios de malversação de recursos no Brasil, estão envolvidos servidores públicos, empresas terceirizadas, políticos, empresários, religiosos e pessoas do mais alto escalão das instâncias de poder e de serviço, que compõem o Executivo, Legislativo e Judiciário.
Diante do exposto, a Aliança Cristã Evangélica Brasileira, à luz da vida e ensinos do Jesus Cristo de Nazaré, dos profetas que nos antecederam na história, do legado que recebemos de homens e de mulheres, cujas vidas nos inspiram a lutar pela justiça em favor dos socialmente mais vulneráveis, pela santidade e pela integridade pessoal em todas as relações da vida, expressa o nosso sentimento de profundo lamento e o nosso efetivo compromisso de servir ao Reino de Deus no contexto brasileiro.
LAMENTAMOS a pecaminosa e maligna cultura de corrupção, que nos deixa surpresos e indignados diante de atos que, em nossos espaços de vivência nacional, nos confrontam com práticas que denunciam a comum enfermidade endêmica do povo brasileiro. Assim, nos colocamos diante de Deus, dos nossos familiares e das pessoas que nos observam e humildemente nos arrependemos buscando o perdão divino para nossa nação.
COMPROMETEMO-NOS a vigiar e agir como pessoas íntegras e corretas em todas as nossas ações e serviços ao Reino de Deus e ao próximo. Que Deus nos ajude na desafiadora tarefa de sermos “sal da terra e luz do mundo”!
LAMENTAMOS, como segmento evangélico, o fato de denominações e líderes evangélicos transformarem suas experiências religiosas em negócios, tornando-se assim empresários da fé, incentivando não somente o enriquecimento fácil e rápido, mas também a fomentação da cultura de suborno, desonestidade e corrupção.
COMPROMETEMO-NOS, como Aliança, a manter e fomentar em todos os seus serviços uma contracultura que possa garantir tanto a fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo como a presença dos sinais do Reino de Deus em todas as igrejas, organizações ministeriais e pessoas afiliados à Aliança.
LAMENTAMOS a presença de evangélicos entre os denunciados em esquemas de corrupção, bem como a citação do uso de igreja local para lavagem de dinheiro, inclusive neste episódio vergonhoso revelado pela Operação Lava Jato. Expressamos nossa desaprovação e repúdio a esse tipo de comportamento, bem como a expectativa de que todo esse mal seja exposto e devidamente julgado. Esperamos que todos os envolvidos manifestem publicamente seu arrependimento e busquem reparar os prejuízos causados à nação.
Posicionamo-nos a favor do afastamento imediato de todo e qualquer agente público, eleito, concursado ou contratado, quando identificada a sua participação em atos tipificados como corrupção, concussão e prevaricação no exercício de sua função, havendo evidências de seu envolvimento em ilícitos e tendo a denúncia sido devidamente acolhida por órgão judicial competente. Para esclarecimento definitivo dos fatos, que deve resultar na execução da justiça, para o bem de todos.
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Brasil, novembro de 2015
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
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