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- 18 de outubro de 2018
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Aliança Cristã Evangélica publica "Manifesto" sobre o momento político do país
Na recente história política de nosso país, não se viu um envolvimento político tão intenso dos simpatizantes ou adeptos de uma ou de outra candidatura presidencial. Um clima de enfrentamento tem se instalado em nosso país, levando a expressões de ódio e de violência que nos preocupam, como Aliança Cristã Evangélica, e nos levam a conclamar a este país por paz e uma civilidade construtiva que reconhece o espaço de todos nesta nação. Como evangélicos nos identificamos como seguidores do “Príncipe da paz”, que nos convida a sermos pacificadores e promotores da paz de Jesus.
Há, em setores de nossa sociedade e inclusive de nossas igrejas, uma expectativa de que, com a eleição de uma pessoa e sua instalação como presidente da República no início de janeiro de 2019, toda a situação de um país inteiro mudará a partir daí. De um lado, profetiza-se que se determinado candidato vencer uma catástrofe apocalíptica se instalará. De outro, se preconiza que com a vitória do seu eleito uma espécie de paraíso se instalará na nação. A corrupção será extirpada, a segurança será ampla, a moralidade restaurada e a justiça e a paz serão estabelecidas. É, de fato, uma grande ilusão pressupor que a vitória de A ou B fará os profundos e gigantescos problemas da nação desaparecerem.
Devemos lembrar, por exemplo, que a corrupção é um problema endêmico em nossa nação e não está localizada apenas em Brasília. Os nossos problemas estruturais são profundos e carecem de uma profunda reforma; e levarão anos para serem vencidos e superados. Nenhum presidente poderá, isoladamente, resolver todas essas questões, e nem será através de decretos e medidas provisórias que isso acontecerá. O jogo político, no seu melhor sentido democrático, exige diálogo entre os diferentes poderes, e deve ser capaz de captar e incorporar os anseios legítimos de toda uma sociedade. Além disso, é necessária a criação de uma cultura de paz, de diálogo, de fraternidade, de solidariedade; e para isso cremos que a fé cristã oferece experiências e propostas fundamentais rumo à construção de um país mais justo, mais igualitário, mais verdadeiro e mais cuidadoso com os seus cidadãos.
O envolvimento que se observa nas redes sociais, o empenho quase fanatizado que se manifesta, precisa ser transformado em ações práticas de conciliação e encontro; e para isso não podemos esperar o dia 28 de outubro, que é o dia da eleição em segundo turno. É preciso começar já. É preciso mergulhar na construção desta experiência de respeito ao outro, cuidado com a veracidade dos fatos e busca de informações seguras. Nenhuma estratégia eleitoral justifica a propagação de mentiras e boatos e a instalação da cultura do medo. Cidadania responsável não pode ficar à mercê de notícias rápidas, rasteiras e agressivas veiculadas nas redes sociais. Não podemos esperar mudanças significativas se o nosso ardor cívico desejar a aniquilação do outro e a instalação de uma convivência bruta que não respeita o fato de que, como seres humanos, somos todos criados à imagem e semelhança de Deus.
Seja qual for o seu candidato, não podemos esquecer que não há, para o cristão, lealdades absolutas e irrestritas aqui entre nós. Fidelidade absoluta e inquestionável se rende somente a Cristo, nosso único Senhor, e ao seu Reino. As demais lealdades serão sempre provisórias e criticáveis ante os acontecimentos dos fatos no desenrolar da história. As nossas lealdades estão sempre sujeitas ao crivo dos valores do Reino expressos na Palavra. Qualquer coisa além disso é idolatria.
Como Aliança Cristã Evangélica Brasileira, convocamos os brasileiros que se chamam cristãos a:
- Orar pela nossa nação, para que o Senhor tenha misericórdia e nos ilumine a todos quanto à gravidade dessa hora e a sensibilidade da nossa própria experiência democrática;
- Ter em conta a nossa dupla cidadania, compreendendo a responsabilidade do exercício cívico e cidadão, por ocasião do exercício do voto democrático, sem perder de vista a cidadania do Reino de Deus, que nos é dada pela sua graça;
- Lembrar que os desafios continuam após 28 de outubro e que a igreja de Jesus tem um papel importante para o fortalecimento de uma cultura de paz, de entendimento e de diálogos voltados à construção de um Brasil mais justo, menos desigual e menos violento, assim como de respeito ao outro e de valorização da vida do próximo.
“Busquem a prosperidade da cidade e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela.” (Jeremias 29.7)
Brasil, 16 de outubro de 2018
• Aliança Cristã Evangélica Brasileira, através do seu Conselho Coordenador
Leia mais
» Os evangélicos e as eleições de 2018
» Para orar pelo país em tempo de eleição
Há, em setores de nossa sociedade e inclusive de nossas igrejas, uma expectativa de que, com a eleição de uma pessoa e sua instalação como presidente da República no início de janeiro de 2019, toda a situação de um país inteiro mudará a partir daí. De um lado, profetiza-se que se determinado candidato vencer uma catástrofe apocalíptica se instalará. De outro, se preconiza que com a vitória do seu eleito uma espécie de paraíso se instalará na nação. A corrupção será extirpada, a segurança será ampla, a moralidade restaurada e a justiça e a paz serão estabelecidas. É, de fato, uma grande ilusão pressupor que a vitória de A ou B fará os profundos e gigantescos problemas da nação desaparecerem.
Devemos lembrar, por exemplo, que a corrupção é um problema endêmico em nossa nação e não está localizada apenas em Brasília. Os nossos problemas estruturais são profundos e carecem de uma profunda reforma; e levarão anos para serem vencidos e superados. Nenhum presidente poderá, isoladamente, resolver todas essas questões, e nem será através de decretos e medidas provisórias que isso acontecerá. O jogo político, no seu melhor sentido democrático, exige diálogo entre os diferentes poderes, e deve ser capaz de captar e incorporar os anseios legítimos de toda uma sociedade. Além disso, é necessária a criação de uma cultura de paz, de diálogo, de fraternidade, de solidariedade; e para isso cremos que a fé cristã oferece experiências e propostas fundamentais rumo à construção de um país mais justo, mais igualitário, mais verdadeiro e mais cuidadoso com os seus cidadãos.
O envolvimento que se observa nas redes sociais, o empenho quase fanatizado que se manifesta, precisa ser transformado em ações práticas de conciliação e encontro; e para isso não podemos esperar o dia 28 de outubro, que é o dia da eleição em segundo turno. É preciso começar já. É preciso mergulhar na construção desta experiência de respeito ao outro, cuidado com a veracidade dos fatos e busca de informações seguras. Nenhuma estratégia eleitoral justifica a propagação de mentiras e boatos e a instalação da cultura do medo. Cidadania responsável não pode ficar à mercê de notícias rápidas, rasteiras e agressivas veiculadas nas redes sociais. Não podemos esperar mudanças significativas se o nosso ardor cívico desejar a aniquilação do outro e a instalação de uma convivência bruta que não respeita o fato de que, como seres humanos, somos todos criados à imagem e semelhança de Deus.
Seja qual for o seu candidato, não podemos esquecer que não há, para o cristão, lealdades absolutas e irrestritas aqui entre nós. Fidelidade absoluta e inquestionável se rende somente a Cristo, nosso único Senhor, e ao seu Reino. As demais lealdades serão sempre provisórias e criticáveis ante os acontecimentos dos fatos no desenrolar da história. As nossas lealdades estão sempre sujeitas ao crivo dos valores do Reino expressos na Palavra. Qualquer coisa além disso é idolatria.
Como Aliança Cristã Evangélica Brasileira, convocamos os brasileiros que se chamam cristãos a:
- Orar pela nossa nação, para que o Senhor tenha misericórdia e nos ilumine a todos quanto à gravidade dessa hora e a sensibilidade da nossa própria experiência democrática;
- Ter em conta a nossa dupla cidadania, compreendendo a responsabilidade do exercício cívico e cidadão, por ocasião do exercício do voto democrático, sem perder de vista a cidadania do Reino de Deus, que nos é dada pela sua graça;
- Lembrar que os desafios continuam após 28 de outubro e que a igreja de Jesus tem um papel importante para o fortalecimento de uma cultura de paz, de entendimento e de diálogos voltados à construção de um Brasil mais justo, menos desigual e menos violento, assim como de respeito ao outro e de valorização da vida do próximo.
“Busquem a prosperidade da cidade e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela.” (Jeremias 29.7)
Brasil, 16 de outubro de 2018
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