Notícias
- 06 de agosto de 2024
- Visualizações: 1502
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Ainda há oportunidades para a atuação da igreja no Rio Grande do Sul?
Há uma tendência natural de desmobilização após a fase aguda das tragédias. A etapa seguinte é o nosso maior desafio!
Por Cassiano Luz
“Meu Deus, não sobrou nada... Por que tanto sofrimento...?”. As palavras de Dona Gladis, viúva e trabalhadora braçal, ecoam na minha mente desde aquela manhã de domingo, quase três meses atrás. Sua casa, em Cruzeiro do Sul, RS, foi uma das 1.294 destruídas pela cheia do Rio Taquari, no início de maio. Ela esperava encontrar qualquer coisa entre os escombros para guardar de lembrança, mas só havia restos de tijolo e ferro retorcido.
Estamos completando três meses de resposta emergencial ao desastre no Rio Grande do Sul, possivelmente a maior tragédia climática da história do estado. Desde o alerta vermelho em 29 de abril, mais de 90% dos municípios gaúchos foram afetados, com mais de 160 mortes e quase 100 desaparecidos. Estima-se que mais de meio milhão de pessoas foram impactadas.
Em visita recente ao Centro de Monitoramento de Alertas e Desastres Nacionais, o CEMADEN, fomos alertados sobre o aumento dos eventos climáticos extremos. O CEMADEN tem recebido pastores e influenciadores cristãos para conscientizar sobre essa realidade crescente. Em nossas igrejas há uma tendência de ideologização do tema, mas estamos lidando com um fato. Não se trata de se teremos outra tragédia, mas quando e onde será.
Qual é o papel da Igreja de Jesus Cristo diante dessa realidade? Identifico três posicionamentos comuns:
1. Mobilização e socorro: Com o apoio e protagonismo das igrejas, neste período a Aliança Evangélica Brasileira recebeu e distribuiu doações em mais de 35 caminhões e carretas, mobilizou mais de 1200 voluntários de 22 estados, realizando mais de 2.900 acolhimentos, distribuindo mais de 120 toneladas de alimentos, realizando mais de 1.100 atendimentos de saúde, entre muitas outras ações. O cenário de tragédia tem sido uma oportunidade para o evangelho ser anunciado através das ações de misericórdia.
2. Socorro prioritário aos da fé: Alguns interpretam Gl 6.10 como a obrigação de socorrer primeiro aos irmãos na fé. O Aliança LAB tem se debruçado sobre o cenário da igreja evangélica brasileira, que é predominantemente pequena, pobre e periférica. Esse é o perfil de inúmeras igrejas atingidas nesta tragédia, algumas totalmente destruídas. O programa Aliança pela Vida já assistiu diretamente 224 igrejas que sofreram grandes perdas no Rio Grande do Sul, e está iniciando uma campanha de apoio para famílias pastorais.
3. Não envolvimento: Há os que optam por não se envolver. Destes, tenho ouvido diferentes argumentos, inclusive teológicos, dando conta de que “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19) e não valeria a pena empreender esforços em prol do cuidado da criação, que preveniria a ocorrência e intensidade destes desastres, a influência na gestão pública, manejo das cidades e outras formas de prevenção, além dos esforços necessários para socorro daqueles que foram duramente atingidos pelas tragédias.
Ouvi de um pastor, cujo prédio da igreja se tornou abrigo, que não via a hora de a igreja ser liberada para “voltar a ser igreja”.
Sigo me perguntando: qual é o papel da igreja de Jesus diante de toda essa realidade?
Há uma tendência natural de desmobilização após a fase aguda das tragédias. A mídia é tomada por outras notícias, as pessoas esquecem. Por isso, o período que chamamos de “fase 2”, acaba se tornando nosso maior desafio!
Muitos moradores de cidades do Rio Grande do Sul seguem em abrigos e há pouca perspectiva de reconstrução de infraestrutura e apoio às famílias mais afetadas. A Aliança Evangélica tem o compromisso de permanecer no estado, atuando na reconstrução, em parceria com o poder público, e colaborando no planejamento e adaptações para prevenção de futuras tragédias. Você e sua igreja podem fazer parte contribuindo pelo pix@aliancaevangelica.org.br e enviando equipes de voluntários, que poderão contribuir de diferentes formas, presencial ou remotamente.
REVISTA ULTIMATO | PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?
A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
É disso que trata a matéria de capa da edição 408 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Vida em Cristo, John Stott
» Encorajamento que Vem do Alto – A vida nova que só Deus pode dar, Robert Liang Koo
» Aliança Evangélica Brasileira divulga relatório sobre atuação emergencial no Rio Grande do Sul
Por Cassiano Luz
“Meu Deus, não sobrou nada... Por que tanto sofrimento...?”. As palavras de Dona Gladis, viúva e trabalhadora braçal, ecoam na minha mente desde aquela manhã de domingo, quase três meses atrás. Sua casa, em Cruzeiro do Sul, RS, foi uma das 1.294 destruídas pela cheia do Rio Taquari, no início de maio. Ela esperava encontrar qualquer coisa entre os escombros para guardar de lembrança, mas só havia restos de tijolo e ferro retorcido.
Estamos completando três meses de resposta emergencial ao desastre no Rio Grande do Sul, possivelmente a maior tragédia climática da história do estado. Desde o alerta vermelho em 29 de abril, mais de 90% dos municípios gaúchos foram afetados, com mais de 160 mortes e quase 100 desaparecidos. Estima-se que mais de meio milhão de pessoas foram impactadas.
Em visita recente ao Centro de Monitoramento de Alertas e Desastres Nacionais, o CEMADEN, fomos alertados sobre o aumento dos eventos climáticos extremos. O CEMADEN tem recebido pastores e influenciadores cristãos para conscientizar sobre essa realidade crescente. Em nossas igrejas há uma tendência de ideologização do tema, mas estamos lidando com um fato. Não se trata de se teremos outra tragédia, mas quando e onde será.
Qual é o papel da Igreja de Jesus Cristo diante dessa realidade? Identifico três posicionamentos comuns:
1. Mobilização e socorro: Com o apoio e protagonismo das igrejas, neste período a Aliança Evangélica Brasileira recebeu e distribuiu doações em mais de 35 caminhões e carretas, mobilizou mais de 1200 voluntários de 22 estados, realizando mais de 2.900 acolhimentos, distribuindo mais de 120 toneladas de alimentos, realizando mais de 1.100 atendimentos de saúde, entre muitas outras ações. O cenário de tragédia tem sido uma oportunidade para o evangelho ser anunciado através das ações de misericórdia.
2. Socorro prioritário aos da fé: Alguns interpretam Gl 6.10 como a obrigação de socorrer primeiro aos irmãos na fé. O Aliança LAB tem se debruçado sobre o cenário da igreja evangélica brasileira, que é predominantemente pequena, pobre e periférica. Esse é o perfil de inúmeras igrejas atingidas nesta tragédia, algumas totalmente destruídas. O programa Aliança pela Vida já assistiu diretamente 224 igrejas que sofreram grandes perdas no Rio Grande do Sul, e está iniciando uma campanha de apoio para famílias pastorais.
3. Não envolvimento: Há os que optam por não se envolver. Destes, tenho ouvido diferentes argumentos, inclusive teológicos, dando conta de que “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5.19) e não valeria a pena empreender esforços em prol do cuidado da criação, que preveniria a ocorrência e intensidade destes desastres, a influência na gestão pública, manejo das cidades e outras formas de prevenção, além dos esforços necessários para socorro daqueles que foram duramente atingidos pelas tragédias.
Ouvi de um pastor, cujo prédio da igreja se tornou abrigo, que não via a hora de a igreja ser liberada para “voltar a ser igreja”.
Sigo me perguntando: qual é o papel da igreja de Jesus diante de toda essa realidade?
Há uma tendência natural de desmobilização após a fase aguda das tragédias. A mídia é tomada por outras notícias, as pessoas esquecem. Por isso, o período que chamamos de “fase 2”, acaba se tornando nosso maior desafio!
Muitos moradores de cidades do Rio Grande do Sul seguem em abrigos e há pouca perspectiva de reconstrução de infraestrutura e apoio às famílias mais afetadas. A Aliança Evangélica tem o compromisso de permanecer no estado, atuando na reconstrução, em parceria com o poder público, e colaborando no planejamento e adaptações para prevenção de futuras tragédias. Você e sua igreja podem fazer parte contribuindo pelo pix@aliancaevangelica.org.br e enviando equipes de voluntários, que poderão contribuir de diferentes formas, presencial ou remotamente.
- Cassiano Luz, diretor executivo na Aliança Evangélica Brasileira. @aliancaevangelicabr.
REVISTA ULTIMATO | PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?
A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
É disso que trata a matéria de capa da edição 408 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Vida em Cristo, John Stott
» Encorajamento que Vem do Alto – A vida nova que só Deus pode dar, Robert Liang Koo
» Aliança Evangélica Brasileira divulga relatório sobre atuação emergencial no Rio Grande do Sul
- 06 de agosto de 2024
- Visualizações: 1502
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Notícias
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Descobrindo o potencial da diáspora: um chamado à igreja brasileira
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- Jesus [não] tem mais graça
- Onde estão as crianças?
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- C. S. Lewis, 126 anos
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Exalte o Altíssimo!
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida