A tecnologia e o mapeamento de florestas no cuidado da criação

Por Jeremy Lindsell

Uma questão conservacionista de alta prioridade é a de prevenir a utilização dos dois bilhões de hectares de floresta tropical degrada ao redor do mundo para a agricultura. Isto requer gestão efetiva, a qual depende de dados de pesquisas florestais de alta qualidade por extensas áreas para viabilizar decisões fundamentadas no que toca à conservação, restauração e produção de mercadorias a serem produzidas. Os veículos aéreos não tripulados (VANTs) tornam possível a aquisição de imagens de alta resolução com um custo relativamente baixo; contudo, avaliar a qualidade da floresta a partir dessas imagens é um grande desafio técnico.

Em parceria com a Universidade de Cambridge, RSPB (Royal Society for the Protection of Birds) e outras organizações no Reino Unido, a organização A Rocha Internacional acaba de concluir um interessante projeto voltado ao uso dos VANTs em pesquisas florestais em locais que têm sido degradados pela extração de produtos florestais, especialmente por meio do corte de grandes árvores para a indústria madeireira, resultando em um complexo mosaico florestal em vários estágios de regeneração.

>> Fé, Esperança e Tecnologia <<

As imagens aéreas adquiridas desses locais foram analisadas na Universidade de Cambridge, onde avanços recentes em softwares de reconhecimento de imagens estão sendo aprimorados. Técnicas matemáticas foram desenvolvidas para viabilizar medições automáticas do tamanho e da abundância de árvores, bem como a identificação das espécies observadas. Em seguida, foram produzidos mapas em escala paisagística da qualidade das florestas e de seu potencial de restauração.

As informações obtidas pelas pesquisas beneficiarão grandemente decisões relacionadas ao manejo da terra em locais em que poderão ser implementadas técnicas caras de restauração – assim como a plantação de árvores ou a remoção de espécies invasoras –, ou quanto aos locais em que plantações geradoras de renda poderão ser introduzidas. Ao desenvolver o software em um pacote “open source” disponível gratuitamente, um dos objetivos do projeto é que ele se torne uma ferramenta indispensável para administradores florestais pelo mundo, auxiliando a conservação de florestas tropicais degradadas.
As principais constatações do projeto deverão ser publicadas em breve no site da Cambridge Conservation Initiative.

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Para ler mais sobre o projeto e o trabalho mais amplo da família de organizações A Rocha ao redor do mundo, inclusive no Brasil, visite o site www.arocha.org. O nicho d’A Rocha, como uma dentre tantas organizações de conservação ambiental, consiste em colocar em prática o chamado de Deus para cuidar da criação, em múltiplos contextos ao redor do mundo.

• Jeremy Lindsell, Diretor Científico e de Conservação d’A Rocha Internacional, cientista cristão que há 15 anos trabalha com espécies ameaçadas de extinção ao redor do mundo e também na preservação de florestas tropicais. Jeremy trabalhou em vários países do oeste e leste africanos, do oriente médio e do sudeste asiático, além de ter vivido em Uganda. É formado em geografia pela Universidade de Cambridge e tem doutorado em Zoologia (Ornitologia) pela Universidade de Oxford. Atualmente vive em Cambridge. Você poderá saber mais sobre os trabalhos de investigação científica de Jeremy Lindsell aqui.

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