Opinião
- 24 de março de 2009
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A subversão está no sangue
Certa vez, Vácilav Havel1 fez um discurso dizendo que o maior desafio político do século 21 seria fazer com que os Estados soberanos do mundo reconhecessem limites em sua soberania, e se submetessem a uma lei superior baseada no Código Universal de Direitos Humanos. Em suas palavras: "Eu sempre me perguntei por que seres humanos têm direitos quaisquer. Porém, sempre chego à conclusão de que a noção de direitos humanos, liberdade humana e dignidade humana tem suas raízes mais profundas fora do âmbito físico. Descubro que não existe resposta possível no mundo perceptível. Estes valores só têm razão de ser na perspectiva do infinito e do eterno. Concluo minha palestra com a declaração de que enquanto o Estado é uma criação humana, seres humanos são criação de Deus”.
Qualquer outra fé além da cristã deixa dúvidas sobre este valor essencial. É coerente com as pressuposições da Nova Era, ou do hinduísmo, presumir que matar aleijados, sejam fetos ou adultos, é um favor que se faz àquele que por mau carma não se encarnou da maneira correta. É coerente com a ciência a serviço do deus capital sacrificar vidas humanas desfavorecidas na África ou em outros países pobres, como sugerido no filme "O Jardineiro Fiel", para beneficiar o bem maior: o conhecimento a ser adquirido pelas sociedades mas ricas. É coerente com a escalada da eugenia pensar, como Hitler, que eventualmente descobriremos os genes da "raça" ideal, e enquanto isto temos liberdade de matar os embriões que não nos servem, os bebês concebidos que nos sejam inconvenientes.
Quando me reuni com membros do Comitê Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, descobri que o slogan nacional para o combate do abuso sexual é: “Direitos sexuais são direitos humanos”. Também descobri no site da rede que a agenda do governo desde 2008 não é mais defender as crianças vítimas, mas promover uma nova noção de moralidade em que o sexo entre crianças e adultos poderá ser entendido como legítimo e consentido. Vendo isto percebo o quão longe estamos da sublimidade moral dos direitos humanos. O Papai Noel virou Bicho Papão. Reduzimos a noção de direito à escravidão à sexualidade perversa de alguns. Em nome da justiça social sonhada pelos intelectuais da época de meu pai o governo perverte, torce e profana o direito, os valores da família e o compromisso com a moral que deveria ser a própria razão de ser do governo. A sexualização precoce e irreversível das crianças as levam à condição de objeto a ser usado pelos ideólogos da máquina lasciva do governo PT, sem nenhuma vergonha, sem nenhuma responsabilidade moral.
Enquanto hoje leio cristãos, pastores e teólogos defendendo o aborto como mecanismo de justiça social, o divórcio como um serviço à felicidade pessoal, altar no qual muitos cristãos sacrificam a sua fé, eu oro para continuar livre. Livre para ainda pensar do jeito de Deus. Livre para promover a subversão dos valores da sociedade atual, enfatuada de si mesma, doente. A subversão, meus amigos, está no sangue. Não no sangue de meus pais que me corre nas veias, mas no sangue de Cristo, que nos liberta para não termos de nadar na imundície ideológica da esquerda atual, e para, com um mínimo de bom senso, nos tornarmos reacionários de direita sim, em defesa da vida, com orgulho.
Nota
1. Presidente da antiga Tchecoslováquia e depois da República Tcheca e conhecido filósofo e escritor, a palestra aconteceu no dia 30 de abril de 1999 para o parlamento do Canadá (dado obtido em palestra do teólogo Vinoth Ramachandra à USC Berkeley, 2002).
• Bráulia Ribeiro, missionária em Porto Velho, RO, é autora de Chamado Radical (Editora Ultimato). braulia_ribeiro@uol.com.br
Qualquer outra fé além da cristã deixa dúvidas sobre este valor essencial. É coerente com as pressuposições da Nova Era, ou do hinduísmo, presumir que matar aleijados, sejam fetos ou adultos, é um favor que se faz àquele que por mau carma não se encarnou da maneira correta. É coerente com a ciência a serviço do deus capital sacrificar vidas humanas desfavorecidas na África ou em outros países pobres, como sugerido no filme "O Jardineiro Fiel", para beneficiar o bem maior: o conhecimento a ser adquirido pelas sociedades mas ricas. É coerente com a escalada da eugenia pensar, como Hitler, que eventualmente descobriremos os genes da "raça" ideal, e enquanto isto temos liberdade de matar os embriões que não nos servem, os bebês concebidos que nos sejam inconvenientes.
Quando me reuni com membros do Comitê Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, descobri que o slogan nacional para o combate do abuso sexual é: “Direitos sexuais são direitos humanos”. Também descobri no site da rede que a agenda do governo desde 2008 não é mais defender as crianças vítimas, mas promover uma nova noção de moralidade em que o sexo entre crianças e adultos poderá ser entendido como legítimo e consentido. Vendo isto percebo o quão longe estamos da sublimidade moral dos direitos humanos. O Papai Noel virou Bicho Papão. Reduzimos a noção de direito à escravidão à sexualidade perversa de alguns. Em nome da justiça social sonhada pelos intelectuais da época de meu pai o governo perverte, torce e profana o direito, os valores da família e o compromisso com a moral que deveria ser a própria razão de ser do governo. A sexualização precoce e irreversível das crianças as levam à condição de objeto a ser usado pelos ideólogos da máquina lasciva do governo PT, sem nenhuma vergonha, sem nenhuma responsabilidade moral.
Enquanto hoje leio cristãos, pastores e teólogos defendendo o aborto como mecanismo de justiça social, o divórcio como um serviço à felicidade pessoal, altar no qual muitos cristãos sacrificam a sua fé, eu oro para continuar livre. Livre para ainda pensar do jeito de Deus. Livre para promover a subversão dos valores da sociedade atual, enfatuada de si mesma, doente. A subversão, meus amigos, está no sangue. Não no sangue de meus pais que me corre nas veias, mas no sangue de Cristo, que nos liberta para não termos de nadar na imundície ideológica da esquerda atual, e para, com um mínimo de bom senso, nos tornarmos reacionários de direita sim, em defesa da vida, com orgulho.
Nota
1. Presidente da antiga Tchecoslováquia e depois da República Tcheca e conhecido filósofo e escritor, a palestra aconteceu no dia 30 de abril de 1999 para o parlamento do Canadá (dado obtido em palestra do teólogo Vinoth Ramachandra à USC Berkeley, 2002).
• Bráulia Ribeiro, missionária em Porto Velho, RO, é autora de Chamado Radical (Editora Ultimato). braulia_ribeiro@uol.com.br
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