Opinião
20 de dezembro de 2011
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A repressão do Natal

Vocês sabem do que estou falando. Basta ouvir rádio, ver TV, abrir um jornal, para notar como esta festa tem de tudo, mas muito pouco do que é autenticamente cristão.
Quero, no entanto, escavar com meu “faro” de psicanalista-arqueóloga para mostrar que podemos ver nos Natais atuais os sinais do que foi reprimido – como se um sinal aqui e outro ali ainda trazem a mensagem da Boa Nova. Quase como uma mensagem a ser decifrada a partir de um código secreto. Precisamos ter nossos sentidos aguçados para percebê-lo:
- O Papai Noel é uma caricatura do Pai do Céu, este sim o Pai do Natal.
- Os presentes trazidos por Papai Noel, sempre os maiores presentes do ano, remetem a Jesus Cristo, o maior presente já dado ao mundo: Deus se fazendo menino, nascendo na condição humana para poder falar conosco. Muitos filmes de ficção tratam deste tema, também remetendo a essa possibilidade.
- As luzes coloridas apontam para Jesus que disse ser a luz do mundo – iluminando a existência humana que estava nas trevas.
- Há muitas histórias belas de Natal que convidam a fazer as pazes, reconciliar-se com os outros, mudar de atitude, levar presentes a pessoas desfavorecidas. Tudo isso é um resquício arqueológico da mensagem central do Natal: “Glória a Deus nas alturas e Paz na Terra aos homens (e mulheres!) de boa vontade”.
- A relação da festa de Natal com as alegrias da criança pode ter duas ligações “arqueológicas”: 1) Jesus veio enquanto criança, “um menino nos nasceu”; e a alegria quando há crianças presentes no Dia de Natal evoca isso. 2) A alegria pela criança também lembra que Jesus disse que cada um de nós deve voltar a ser criança para entrar no reino dos céus: receber o reino como uma criança o recebe – em alegria, em reconhecimento da sua dependência dos pais, assim como Deus quer que reconheçamos nossa dependência dele.
Poderíamos então nos perguntar: por que o Natal cristão foi soterrado? Qual o “terremoto” que conseguiu fazer isso? Talvez não tenha sido apenas um, mas vários: um, certamente, soterrou a lembrança de que o dom de Deus é gratuito e sem merecimento nosso. Os presentes atuais são comprados e dados por mérito, portanto, escondem o principal do Natal: “Deus tanto amou o mundo que deu seu único Filho para que todo aquele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Este o Natal cuja pilha não gasta, cuja alegria não estraga e não passa da moda!
Se tão somente resgatarmos o centro do Natal, poderemos, ao redor dele, nos alegrarmos com crianças e luzes, com presentes e abraços, com solidariedade e perdão. E este Natal divino iluminará todo o Ano humano, e realmente o fará Novo!
_______
Karin Hellen Kepler Wondracek é psicóloga e psicanalista; professora na EST (Escola Superior de Teologia). É tradutora de Cartas entre Freud e Pfister, autora de Caminhos da Graça e escreveu um dos capítulos de Uma Criança os Guiará. É também co-autora de Aprendendo a lidar com crises (Editora Sinodal).
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