Opinião
- 02 de agosto de 2011
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A não-ordenação feminina na história assembleiana
Nos primórdios da igreja primitiva, os dois amigos e missionários Paulo e Barnabé “tiveram uma discussão tão forte que se separaram” (At 15.39, NTLH). Um não queria a companhia de João Marcos na segunda viagem missionária, o outro queria. Na fundação da Assembleia de Deus brasileira, os missionários suecos Gunnar Vingren (o primeiro a chegar) e Samuel Nyströn (o quarto) tiveram um choque de opiniões tão forte que se separaram. Um era favorável à ordenação feminina, o outro, não.
Quando Vingren não podia dirigir os cultos na igreja de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, por motivo de enfermidade, ele era substituído pela esposa. E quem dirigia as reuniões ao ar livre no Largo da Lapa, na Praça da Bandeira, na Praza Onze e na Estação da Central era também Frida Vingren. Gunnar era um fervoroso defensor do ministério feminino, chegando a ordenar uma diaconisa no Brasil. Já Nyströn dizia que “a mulher não pode pregar nem ensinar, só testificar”. Em novembro de 1929, Nyströn e outros dois missionários suecos (Simon Lundgren e Daniel Berg) se encontraram com Vingren, na esperança de convencê-lo da não-ordenação, o que não conseguiram. Então, registra Vingren: “Separamo-nos em paz, mas para não trabalhar mais juntos, nem com o jornal [“Mensageiro da Paz”] nem nas escolas bíblicas, até o Senhor nos unir”.
Passados mais de 70 anos, o assunto voltou à baila mais uma vez por ocasião da Convenção Geral de 2001, realizada em Brasília. Um dos temas mais esperados era o da aceitação do pastorado para mulheres. Dizem os registros que “a votação foi rápida e fulminante, sendo rejeitada por maioria esmagadora de votos”. Dos cerca de 2.500 membros presentes, apenas três foram favoráveis.
Prevalece até hoje o texto aprovado em 1983: “A mulher cristã, quando separada para o trabalho missionário, pode portar documento comprobatório como missionária, mas não como ministro do evangelho, seja como evangelista ou como pastor, por não encontrarmos base bíblica para isso”.
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Passados mais de 70 anos, o assunto voltou à baila mais uma vez por ocasião da Convenção Geral de 2001, realizada em Brasília. Um dos temas mais esperados era o da aceitação do pastorado para mulheres. Dizem os registros que “a votação foi rápida e fulminante, sendo rejeitada por maioria esmagadora de votos”. Dos cerca de 2.500 membros presentes, apenas três foram favoráveis.
Prevalece até hoje o texto aprovado em 1983: “A mulher cristã, quando separada para o trabalho missionário, pode portar documento comprobatório como missionária, mas não como ministro do evangelho, seja como evangelista ou como pastor, por não encontrarmos base bíblica para isso”.
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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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