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Opinião

A Missão de Deus em Levítico — o culto e o dia a dia

A vida com Deus permeia todas as relações e experiências de vida

Por William Lane

Historicamente, a discussão da relação da Bíblia com a missão passou por pelo menos três fases, que podem ser descritas como: 1) a fundamentação bíblica da missão; 2) a teologia bíblica da missão; 3) a hermenêutica da missão. A primeira se importou em encontrar textos missionários que justificassem a missão. A segunda elaborou os teológicos missionários ao longo de toda a Bíblia. A terceira, mais comum atualmente, procura estabelecer o modo de leitura da Bíblia na perspectiva da missão. Nesse sentido, a pergunta mais importante não é se um livro bíblico contém temas de pregação do evangelho a nações estrangeiras, ou a ideia da vocação e envio de mensageiros para pregar o evangelho, mas em que sentido aquele livro fala da missão de Deus. Assim, a questão mais importante é entender a mensagem do texto e perguntar como ela se relaciona com o propósito e missão de Deus.
 
Por exemplo, o livro de Levítico contém essencialmente um conjunto de instruções e leis sobre os tipos de sacrifícios, a consagração de sacerdotes, as regras dietéticas dos israelitas e as instruções sobre o espaço sagrado e profano. À primeira vista não há nada de missionário nesse livro. Contudo, uma leitura atenta de Levítico mostrará que ele é não só central à teologia do Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia) como também é fundamental para entendermos a missão.

 
Levítico não se refere apenas a leis e rituais, mas por meio dessas leis, rituais sobre espaços, tempo e pessoas sagradas, Levítico cria um universo dentro do qual o povo deve viver e esse universo se torna a narrativa predominante. Nesse universo, Deus está no centro, ele habita no meio do povo, o santuário é construído com o propósito de Deus habitar no meio do seu povo (Êx 25.8). Consequentemente, todas as instruções a respeito dos sacrifícios e de como viver no acampamento – o espaço sagrado – reafirmam a presença de Deus e a necessidade de se moldar a vida em torno de Deus e de sua santidade.
 
Levítico, então, nos conduz para dentro do santuário, por meio do sacrifício e ofertas, para a vida em pureza pessoal, para o perdão de Deus e a vida em santidade na comunidade. A primeira parte do livro com instruções sobre os sacrifícios (1–7), a consagração dos sacerdotes (8–10) e rituais de pureza (11–15) encerra com o Dia da Expiação (cap. 16), praticamente no centro do livro. Os capítulos seguintes (17–26) enfatizam que a motivação das instruções é Deus – “Eu o Senhor, sou o Deus de vocês". Essa estrutura mostra que a base da relação com Deus está mais no perdão e comunhão com ele do que no ritual do sacrifício. O ritual é o elemento exterior e visível do que se pretende alcançar. Na primeira parte há um movimento para dentro do santuário. A expiação provê o perdão. Em seguida, há um movimento para o viver em comunidade. De certo modo, Levítico proclama o perdão de Deus por meio da redenção realizada no dia da expiação, apontando assim para o Cristo que nos redime. Além disso, também proclama a integração entre culto e vida cotidiana. Todos os aspectos da vida são dominados e dirigidos pela realidade da presença de Deus. A vida com Deus permeia todas as relações e experiências de vida. 
 
Essa mensagem de Levítico é central não só para o Pentateuco, mas também para a missão. Deus se estabelecendo no centro da vida humana, resgatando o seu povo por meio do perdão, e o seu povo vivendo na consciência da sua presença santa e se submetendo à sua instrução.
 

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Pastor presbiteriano e doutor em Antigo Testamento, é professor e capelão no Seminário Presbiteriano do Sul, e tradutor de obras teológicas. É autor do livro O propósito bíblico da missão.
  • Textos publicados: 63 [ver]

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