Opinião
- 26 de setembro de 2008
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A marca da intolerância
Não faltará quem diga que a intransigência é necessária na defesa da verdade, afinal se o evangelho está em jogo devemos ser intransigentes. Isso está correto, mas devemos nos lembrar que somente aquilo que é essencial ao evangelho é que requer uma defesa radical. Vejamos alguns exemplos. Alguém pode usar, hoje, o título de apóstolo? O batismo deve ser aplicado apenas a quem entende o ato ou deve se estender às crianças? As línguas estranhas constituem um sinal de batismo do Espírito Santo?
Sabemos que haverá diferentes respostas para todas essas perguntas no meio evangélico. Mas concordamos que Jesus é o Senhor, que a justificação dos pecados somente ocorre pela graça de Deus, por meio da fé, com a autoridade suprema das escrituras como regra de fé e prática, e em todas as afirmações do credo apostólico. Isso nos revela que aquelas verdades, a respeito das quais divergimos, não são essenciais à nossa unidade, pois podemos comungar uns com os outros apesar dessas diferenças, enquanto que estas outras são inegociáveis, e não poderá haver unidade com aqueles que não a aceitam.
Assim, a nossa unidade deve se dar em torno do que tem sido considerado essencial no correr dos séculos da história da igreja e devemos aprender a exercitar a tolerância naqueles outros assuntos, a respeito dos quais pensamos de modo diferente. Essa tônica foi bem resumida num provérbio antigo, produzido no calor da Reforma, que preconiza o seguinte: “Na verdade, unidade; nas questões duvidosas, liberdade; e em todas as coisas, caridade”. A frase, segundo John Stott, se deve a Petrus Meuderlin, pensador luterano do século 17, que lamentava, desde então, a falta de unidade do movimento que se desligara da igreja romana. “Se nós pelo menos observássemos unidade nos essenciais, liberdade nos não-essenciais, caridade em todas as coisas, as nossas relações estariam na melhor situação possível”. Corremos, todavia, o risco de nos esquecer do essencial, de guerrearmos pelo não-essencial, e tudo isso sem a menor caridade.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
Sabemos que haverá diferentes respostas para todas essas perguntas no meio evangélico. Mas concordamos que Jesus é o Senhor, que a justificação dos pecados somente ocorre pela graça de Deus, por meio da fé, com a autoridade suprema das escrituras como regra de fé e prática, e em todas as afirmações do credo apostólico. Isso nos revela que aquelas verdades, a respeito das quais divergimos, não são essenciais à nossa unidade, pois podemos comungar uns com os outros apesar dessas diferenças, enquanto que estas outras são inegociáveis, e não poderá haver unidade com aqueles que não a aceitam.
Assim, a nossa unidade deve se dar em torno do que tem sido considerado essencial no correr dos séculos da história da igreja e devemos aprender a exercitar a tolerância naqueles outros assuntos, a respeito dos quais pensamos de modo diferente. Essa tônica foi bem resumida num provérbio antigo, produzido no calor da Reforma, que preconiza o seguinte: “Na verdade, unidade; nas questões duvidosas, liberdade; e em todas as coisas, caridade”. A frase, segundo John Stott, se deve a Petrus Meuderlin, pensador luterano do século 17, que lamentava, desde então, a falta de unidade do movimento que se desligara da igreja romana. “Se nós pelo menos observássemos unidade nos essenciais, liberdade nos não-essenciais, caridade em todas as coisas, as nossas relações estariam na melhor situação possível”. Corremos, todavia, o risco de nos esquecer do essencial, de guerrearmos pelo não-essencial, e tudo isso sem a menor caridade.
• João Heliofar de Jesus Villar, 45, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
45 anos, é procurador regional da República da 4ª Região (no Rio Grande do Sul) e cristão evangélico.
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