Opinião
- 28 de julho de 2023
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A inquisição da Barbie?
Por Lidice Meyer Pinto Ribeiro
Lançado recentemente, o filme Barbie conta uma história baseada em uma boneca muito conhecida. Qual menina nascida após a década de 80 não possuiu em sua casa uma ou mais Barbies e/ou suas réplicas chinesas? O enredo do filme é divertido, colorido, bem construído sobre uma fábula de uma boneca que quer ser gente (lembra Pinóquio), com bons atores e uma produção de primeira qualidade. Uma fórmula de sucesso para conquistar público e aumentar as vendas da boneca. Não me surpreende que a Warner Bros. Discovery tenha investido um orçamento de mais de 480 milhões de reais em sua produção e marketing.
O que me assusta é o marketing gratuito que tem sido feito nas redes sociais de evangélicos em todo o país. Uma discussão acirrada tem se levantado com alguns na defesa e outros no ataque ao filme e, suspeito que ambos os lados nem o tenham assistido. Não é a primeira polêmica evangélica em torno de um filme que supostamente vem corromper valores cristãos familiares. Há bem pouco tempo as séries de filmes Nárnia e Senhor dos Anéis sofreram o mesmo embate, apesar de serem criadas sobre a obra de dois autores cristãos.
Parece que alguns pais têm se esquecido que quem educa não é o cinema, a TV ou a internet. Quem educa um filho são os pais! Não será um filme de cinema que mudará isto. Não é possível blindar nossos filhos sob uma redoma intransponível. Eles vivem e convivem com os mais diferentes estímulos e ideias. Cabe aos pais a difícil, mas também sagrada, tarefa de orientá-los e trazê-los de volta ao prumo quando se torna necessário (Jo 17.15).
Diante de tanta comoção causada pelo filme Barbie nas igrejas evangélicas, qual caminho você vai seguir com seus filhos: Demonizar o filme, queimar a boneca e ampliar suas orações de esconjuro: “Queima, Senhor!”? Ou, com sabedoria e oração, como fez o Apóstolo Paulo, ver neste filme um tipo de “altar ao deus desconhecido” (At 17) no grande Areópago de Hollywood, que pode e deve ser aproveitado para uma boa conversa de pais e filhos sobre assuntos atuais e importantes em seus cotidianos, sob a luz da Palavra?
Sinceramente, eu escolho a segunda opção. E ainda convidaria a Barbie para participar da conversa.
Saiba mais:
» Engolidos Pela Cultura Pop – Arte, mídia, e consumo: uma abordagem cristã, Steve Turner
» Cinema e Fé Cristã – Vendo filmes com sabedoria e discernimento, Brian Godawa
» A liberdade cristã na era digital
» Educar crianças na era digital
Lançado recentemente, o filme Barbie conta uma história baseada em uma boneca muito conhecida. Qual menina nascida após a década de 80 não possuiu em sua casa uma ou mais Barbies e/ou suas réplicas chinesas? O enredo do filme é divertido, colorido, bem construído sobre uma fábula de uma boneca que quer ser gente (lembra Pinóquio), com bons atores e uma produção de primeira qualidade. Uma fórmula de sucesso para conquistar público e aumentar as vendas da boneca. Não me surpreende que a Warner Bros. Discovery tenha investido um orçamento de mais de 480 milhões de reais em sua produção e marketing.
O que me assusta é o marketing gratuito que tem sido feito nas redes sociais de evangélicos em todo o país. Uma discussão acirrada tem se levantado com alguns na defesa e outros no ataque ao filme e, suspeito que ambos os lados nem o tenham assistido. Não é a primeira polêmica evangélica em torno de um filme que supostamente vem corromper valores cristãos familiares. Há bem pouco tempo as séries de filmes Nárnia e Senhor dos Anéis sofreram o mesmo embate, apesar de serem criadas sobre a obra de dois autores cristãos.
Parece que alguns pais têm se esquecido que quem educa não é o cinema, a TV ou a internet. Quem educa um filho são os pais! Não será um filme de cinema que mudará isto. Não é possível blindar nossos filhos sob uma redoma intransponível. Eles vivem e convivem com os mais diferentes estímulos e ideias. Cabe aos pais a difícil, mas também sagrada, tarefa de orientá-los e trazê-los de volta ao prumo quando se torna necessário (Jo 17.15).
Diante de tanta comoção causada pelo filme Barbie nas igrejas evangélicas, qual caminho você vai seguir com seus filhos: Demonizar o filme, queimar a boneca e ampliar suas orações de esconjuro: “Queima, Senhor!”? Ou, com sabedoria e oração, como fez o Apóstolo Paulo, ver neste filme um tipo de “altar ao deus desconhecido” (At 17) no grande Areópago de Hollywood, que pode e deve ser aproveitado para uma boa conversa de pais e filhos sobre assuntos atuais e importantes em seus cotidianos, sob a luz da Palavra?
Sinceramente, eu escolho a segunda opção. E ainda convidaria a Barbie para participar da conversa.
REVISTA ULTIMATO | MAMOM VERSUS DEUS
Ao todo, Jesus contou 38 parábolas. Mais de um terço delas trata de assuntos ligados a posses e riquezas. Há cerca de quinhentos versículos sobre oração na Bíblia. Sobre dinheiro e posses são mais de 2.300.
As Escrituras se ocupam desse assunto porque ele é crucial para a fé. Trata-se de onde colocamos nossos afetos e a quem seguimos. Jesus adverte: “Onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6.21).
Saiba mais:
» Engolidos Pela Cultura Pop – Arte, mídia, e consumo: uma abordagem cristã, Steve Turner
» Cinema e Fé Cristã – Vendo filmes com sabedoria e discernimento, Brian Godawa
» A liberdade cristã na era digital
» Educar crianças na era digital
Lidice Meyer P. Ribeiro é doutora em Antropologia e professora na Universidade Lusófona, Portugal.
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