Opinião
- 30 de novembro de 2018
- Visualizações: 11497
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
O que a igreja pode aprender com o fenômeno dos desigrejados?
Por Maurício Zágari
Maurício Zágari – Acima de tudo, pode aprender a amar. O fenômeno do desigrejamento deveria nos conduzir ao exercício do amor. As pessoas que se afastaram não se desigrejaram do nada. Algo aconteceu. E, se queremos trazê-las de volta à comunhão, precisamos agir com graça, empatia e amor extremo. Ortodoxia sem ortopatia não é cristianismo, é legalismo. Lamentavelmente, quando se fala de desigrejados no meio da igreja institucional, via de regra, a postura de muitos é meramente farisaica, no sentido de criticá-los, ofendê-los e tratá-los como rebeldes ou, até, inimigos. Mesmo pastores e teólogos de maior visibilidade têm errado – muito! – nesse sentido. O fenômeno do desigrejamento tem como única e exclusiva solução a prática do amor, com paciência e mansidão. E amar demanda tempo e esforço. Então, é mais fácil, rápido e popular postar cinco linhas nas redes sociais atacando os desigrejados do que sentar dia após dia com eles para tratar suas feridas e amá-los. Precisamos aprender a amar melhor, e os desigrejados podem ser excelentes meios de nos exercitarmos na prática do amor.
Maurício Zágari – Desigrejados ou não, continuamos sendo irmãos, com todas as implicações que a fraternidade em Cristo traz. Os desigrejados estão equivocados em suas decisões? A meu ver, sim, pois desigrejar-se não cura feridas, não evita novas feridas nem resolve os males da igreja institucional. Ou seja, desigrejar-se não resolve absolutamente nenhum dos problemas que levaram alguém a se desigrejar. Porém, por mais equivocados que estejam os desigrejados, ninguém deixa de ser filho do mesmo pai porque comete equívocos. Igreja institucional e desigrejados devem seguir como irmãos (e não inimigos), amando, exercendo os dons e ministérios e fazendo o reino de Deus vicejar nesta Terra. E creio, até, que, se caminharem juntos nesse propósito, com o tempo se reaproximarão e voltarão a se conectar. Porque o amor faz isso.
» Leia na íntegra o especial Desigrejismo – “anomalia” ou opção?
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
A edição 374 da revista Ultimato convidou 8 personalidades para conversar sobre o assunto e apresenta o Especial “Desigrejismo – Anomalia ou Opção?”, em matéria de 5 páginas da revista.
Confira as respostas do jornalista, teólogo e escritor Maurício Zágari.
O que a igreja pode aprender com os desigrejados?
Maurício Zágari – Acima de tudo, pode aprender a amar. O fenômeno do desigrejamento deveria nos conduzir ao exercício do amor. As pessoas que se afastaram não se desigrejaram do nada. Algo aconteceu. E, se queremos trazê-las de volta à comunhão, precisamos agir com graça, empatia e amor extremo. Ortodoxia sem ortopatia não é cristianismo, é legalismo. Lamentavelmente, quando se fala de desigrejados no meio da igreja institucional, via de regra, a postura de muitos é meramente farisaica, no sentido de criticá-los, ofendê-los e tratá-los como rebeldes ou, até, inimigos. Mesmo pastores e teólogos de maior visibilidade têm errado – muito! – nesse sentido. O fenômeno do desigrejamento tem como única e exclusiva solução a prática do amor, com paciência e mansidão. E amar demanda tempo e esforço. Então, é mais fácil, rápido e popular postar cinco linhas nas redes sociais atacando os desigrejados do que sentar dia após dia com eles para tratar suas feridas e amá-los. Precisamos aprender a amar melhor, e os desigrejados podem ser excelentes meios de nos exercitarmos na prática do amor.
Há algo que a igreja institucional e os desigrejados possam fazer juntos?
Maurício Zágari – Desigrejados ou não, continuamos sendo irmãos, com todas as implicações que a fraternidade em Cristo traz. Os desigrejados estão equivocados em suas decisões? A meu ver, sim, pois desigrejar-se não cura feridas, não evita novas feridas nem resolve os males da igreja institucional. Ou seja, desigrejar-se não resolve absolutamente nenhum dos problemas que levaram alguém a se desigrejar. Porém, por mais equivocados que estejam os desigrejados, ninguém deixa de ser filho do mesmo pai porque comete equívocos. Igreja institucional e desigrejados devem seguir como irmãos (e não inimigos), amando, exercendo os dons e ministérios e fazendo o reino de Deus vicejar nesta Terra. E creio, até, que, se caminharem juntos nesse propósito, com o tempo se reaproximarão e voltarão a se conectar. Porque o amor faz isso.
• Maurício Zágari é teólogo, editor da Editora Mundo Cristão, autor de nove livros publicados, comentarista bíblico e jornalista.
» Conheça o livro Dê Outra Chance à Igreja, de Todd Hunter
- 30 de novembro de 2018
- Visualizações: 11497
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Descobrindo o potencial da diáspora: um chamado à igreja brasileira
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- Jesus [não] tem mais graça
- Onde estão as crianças?
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- C. S. Lewis, 126 anos
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Exalte o Altíssimo!
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida