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- 13 de outubro de 2023
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“A igreja é chamada para ser uma comunidade de paz”
Diálogos de Esperança conversa sobre como transformar conflitos em soluções baseadas no “shalom” de Deus
Por Lissânder Dias
Na terça-feira, dia 10 de outubro, o projeto Diálogos de Esperança, em sua live quinzenal, conversou sobre como edificar comunidades de paz em um mundo machucado por conflitos, guerras e incompreensões. Valdir Steuernagel conversou com a assistente social e missionária na Amazônia, Mara Dantas, e o músico e teólogo venezuelano Richard Serrano sobre o chamado da igreja e sobre boas experiências de unidade. Eles estavam participando do Fórum “Shalom: edificando uma comunidade de paz”, promovido pela Tearfund, no Seminário Servo de Cristo, em São Paulo, SP.
Em sua palavra introdutória, Valdir lembrou dos muitos conflitos e guerras que estão acontecendo nesses dias, como na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, mas também que “shalom” é uma palavra bíblica, de grande conteúdo, que nos vem desde o Antigo Testamento e que anuncia uma comunidade nova e transformada; uma comunidade de paz. “A grande pergunta hoje é como a Igreja se torna essa mensageira da reconciliação, e não simplesmente uma parceira da sociedade com toda polarização, violência e divisões”, disse Valdir.
Comunidade alternativa
“Quanto à igreja como uma comunidade de paz, penso em duas coisas. Primeiro, do ponto de vista de sua natureza: é uma família, onde cada membro importa, cada membro tem suas diferenças, mas enriquece essa relação. Segundo, ela tem seu sentido funcional e social: a igreja é uma comunidade alternativa para uma sociedade que tem um modelo baseado na violência, exclusão e imposição. Onde quer que haja uma igreja, não importa o tamanho, o templo ou o lugar, ela é uma comunidade alternativa de relação de amor e de serviço”, enfatizou Serrano.
É um estilo de vida
“Enveredar no caminho do ‘shalom’ é, primeiramente, agir terapeuticamente comigo. É um processo de construção pessoal; e o texto bíblico que me ajuda nesse processo é Mateus 5.9, quando Jesus diz: ‘bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus’. Eu sou filha de Deus, então Jesus me chama a ser uma construtora de paz. Quando eu penso em uma comunidade que quer construir paz, eu me lembro que Jesus nos convida para esse estilo de vida radical”, afirmou Mara. Ela também lembrou que ser pacificador não é um trabalho para uma única pessoa, mas é comunitário. “É uma comunidade comprometida na transformação da sua própria realidade”.
Paz a partir do contexto
“Ser pacificador não é um cargo ou uma patente. É um estilo de vida, é espiritual, é transformador, leva tempo, é complicado. E precisamos compreender o nosso contexto para que consigamos ser pacificadores nesse contexto”, enfatiza Mara.
Pensando no contexto da América Latina, Richard definiu que a igreja deve ser uma “caixa de ressonância” da dor humana e do anseio de Deus para a redenção do ser humano. “A América Latina tem o triste recorde de ser a região mais violenta e desigual do planeta. Estamos vendo uma migração impressionante. É o caso do meu país: 7 milhões ou mais de venezuelanos. Mas não só a Venezuela, também há imigrantes da Colômbia, Nicarágua, Haiti, América Central... Há problemas de pobreza, de violência, de exclusão. Diante disso, o que a igreja está ressonando?”, pergunta. “Não dá para fazer missão sem o contexto, e o desejo de Deus é trazer o ‘shalom’, abundância, vida plena para todas as pessoas. Na Venezuela, não há uma igreja que não esteja fazendo algo pelas pessoas. Em alguns lugares, ela é a única que está fazendo algo”.
Sobre sua experiência com comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia, Mara relatou alguns problemas enfrentados por lá, como as drogas e o descarte do lixo nos rios. Junto com Asas de Socorro, Mara desenvolveu um projeto com várias igrejas sobre a construção de paz. “Como a cultura local é oral, precisávamos trabalhar com uma metodologia dinâmica e prática. Ao iniciarmos, percebemos como eles se sentiam aflitos por uma cultura de paz e por respostas aos conflitos que já existiam estruturalmente entre eles. Entendemos que eles precisavam de respostas individuais, mas também em grupo. Graças a Deus, obtivemos frutos preciosos com mudanças individuais e coletivas, como um melhor cuidado com o meio ambiente”, conta Mara.
Mara conclui com uma lição:
“O trabalho de construção de paz precisa andar junto com tudo o que fazemos, porque os conflitos irão surgir em qualquer ação de desenvolvimento. Toda igreja precisa saber disso”.
Recursos gratuitos
Durante a live, o público teve acesso a dois recursos sobre o assunto, oferecidos gratuitamente pela Tearfund. São eles:
- Guia "Construindo a paz dentro das nossas comunidades"
- Revista Passo a Passo 92: Conflito e Paz
A próxima live do Diálogos de Esperança será no dia 24 de outubro, das 19h às 20h, com o tema “Os Caminhos do Evangelho Integral”.
*
Playlist do Diálogos de Esperança
Assista a todas as lives já realizadas aqui.
REVISTA ULTIMATO | DOXOLOGIA NO CULTO PÚBLICO E NA VIDA DIÁRIA
A matéria de capa desta edição convida o leitor ao exercício da doxologia: a afirmação vibrante sobre o que Deus é e o que ele faz. Uma afirmação que traduz a nossa opinião sobre Deus forjada pelas Escrituras e pelas experiências com ele. Isso vai contra a correnteza do mundo em que vivemos, tão pouco propício à solitude, à contemplação e à adoração.
É disso que trata a matéria de capa da edição 403 da Revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» O Deus da Justiça e a Justiça de Deus, vários autores
» Práticas Devocionais, Elben César
» Surpreendido Pela Alegria, C. S. Lewis
» O shalom de Deus: os cristãos e o bem comum
» A paz seja com vocês!
Por Lissânder Dias
Na terça-feira, dia 10 de outubro, o projeto Diálogos de Esperança, em sua live quinzenal, conversou sobre como edificar comunidades de paz em um mundo machucado por conflitos, guerras e incompreensões. Valdir Steuernagel conversou com a assistente social e missionária na Amazônia, Mara Dantas, e o músico e teólogo venezuelano Richard Serrano sobre o chamado da igreja e sobre boas experiências de unidade. Eles estavam participando do Fórum “Shalom: edificando uma comunidade de paz”, promovido pela Tearfund, no Seminário Servo de Cristo, em São Paulo, SP.
Em sua palavra introdutória, Valdir lembrou dos muitos conflitos e guerras que estão acontecendo nesses dias, como na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, mas também que “shalom” é uma palavra bíblica, de grande conteúdo, que nos vem desde o Antigo Testamento e que anuncia uma comunidade nova e transformada; uma comunidade de paz. “A grande pergunta hoje é como a Igreja se torna essa mensageira da reconciliação, e não simplesmente uma parceira da sociedade com toda polarização, violência e divisões”, disse Valdir.
Comunidade alternativa
“Quanto à igreja como uma comunidade de paz, penso em duas coisas. Primeiro, do ponto de vista de sua natureza: é uma família, onde cada membro importa, cada membro tem suas diferenças, mas enriquece essa relação. Segundo, ela tem seu sentido funcional e social: a igreja é uma comunidade alternativa para uma sociedade que tem um modelo baseado na violência, exclusão e imposição. Onde quer que haja uma igreja, não importa o tamanho, o templo ou o lugar, ela é uma comunidade alternativa de relação de amor e de serviço”, enfatizou Serrano.
É um estilo de vida
“Enveredar no caminho do ‘shalom’ é, primeiramente, agir terapeuticamente comigo. É um processo de construção pessoal; e o texto bíblico que me ajuda nesse processo é Mateus 5.9, quando Jesus diz: ‘bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus’. Eu sou filha de Deus, então Jesus me chama a ser uma construtora de paz. Quando eu penso em uma comunidade que quer construir paz, eu me lembro que Jesus nos convida para esse estilo de vida radical”, afirmou Mara. Ela também lembrou que ser pacificador não é um trabalho para uma única pessoa, mas é comunitário. “É uma comunidade comprometida na transformação da sua própria realidade”.
Paz a partir do contexto
“Ser pacificador não é um cargo ou uma patente. É um estilo de vida, é espiritual, é transformador, leva tempo, é complicado. E precisamos compreender o nosso contexto para que consigamos ser pacificadores nesse contexto”, enfatiza Mara.
Pensando no contexto da América Latina, Richard definiu que a igreja deve ser uma “caixa de ressonância” da dor humana e do anseio de Deus para a redenção do ser humano. “A América Latina tem o triste recorde de ser a região mais violenta e desigual do planeta. Estamos vendo uma migração impressionante. É o caso do meu país: 7 milhões ou mais de venezuelanos. Mas não só a Venezuela, também há imigrantes da Colômbia, Nicarágua, Haiti, América Central... Há problemas de pobreza, de violência, de exclusão. Diante disso, o que a igreja está ressonando?”, pergunta. “Não dá para fazer missão sem o contexto, e o desejo de Deus é trazer o ‘shalom’, abundância, vida plena para todas as pessoas. Na Venezuela, não há uma igreja que não esteja fazendo algo pelas pessoas. Em alguns lugares, ela é a única que está fazendo algo”.
Sobre sua experiência com comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia, Mara relatou alguns problemas enfrentados por lá, como as drogas e o descarte do lixo nos rios. Junto com Asas de Socorro, Mara desenvolveu um projeto com várias igrejas sobre a construção de paz. “Como a cultura local é oral, precisávamos trabalhar com uma metodologia dinâmica e prática. Ao iniciarmos, percebemos como eles se sentiam aflitos por uma cultura de paz e por respostas aos conflitos que já existiam estruturalmente entre eles. Entendemos que eles precisavam de respostas individuais, mas também em grupo. Graças a Deus, obtivemos frutos preciosos com mudanças individuais e coletivas, como um melhor cuidado com o meio ambiente”, conta Mara.
Mara conclui com uma lição:
“O trabalho de construção de paz precisa andar junto com tudo o que fazemos, porque os conflitos irão surgir em qualquer ação de desenvolvimento. Toda igreja precisa saber disso”.
Recursos gratuitos
Durante a live, o público teve acesso a dois recursos sobre o assunto, oferecidos gratuitamente pela Tearfund. São eles:
- Guia "Construindo a paz dentro das nossas comunidades"
- Revista Passo a Passo 92: Conflito e Paz
A próxima live do Diálogos de Esperança será no dia 24 de outubro, das 19h às 20h, com o tema “Os Caminhos do Evangelho Integral”.
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REVISTA ULTIMATO | DOXOLOGIA NO CULTO PÚBLICO E NA VIDA DIÁRIA
A matéria de capa desta edição convida o leitor ao exercício da doxologia: a afirmação vibrante sobre o que Deus é e o que ele faz. Uma afirmação que traduz a nossa opinião sobre Deus forjada pelas Escrituras e pelas experiências com ele. Isso vai contra a correnteza do mundo em que vivemos, tão pouco propício à solitude, à contemplação e à adoração.
É disso que trata a matéria de capa da edição 403 da Revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
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Lissânder Dias do Amaral é jornalista, blogueiro, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e o Conselho da Unimissional. É autor de “O Cotidiano Extraordinário – a vida em pequenas crônicas” e responsável pelo blog Fatos e Correlatos do Portal Ultimato. É um dos fundadores do Movimento Vocare e ajudou a criar as organizações cristãs de cooperação Rede Mãos Dadas e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS).
- Textos publicados: 126 [ver]
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Site: http://www.fatosecorrelatos.com.br
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