Por Escrito
- 13 de dezembro de 2017
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A história de um centenário com a Ultimato
Por Ehud M. Garcia
Meu pai está agora com 101 anos de idade. Tenho alegria em dizer que o Sr. Rubens Garcia, o Vovô da Igreja Presbiteriana Redenção em Goiânia, é o meu pai, minha inspiração, meu Billy Graham, alguém que Deus usou como “Cânon” para minha caminhada de vida, principalmente quando me achava desviado do Evangelho em Araguari e depois em Goiânia. Mineiro do Triângulo, presbítero em disponibilidade, tendo servido como tal por mais ou menos sessenta e cinco anos.
Meu pai aposentou-se com sessenta e três anos, como funcionário público federal, tendo servido todos os seus anos nos Correios e Telégrafos. Após sua aposentadoria mudou-se para Goiânia e me disse que se fosse curtir sua aposentadoria assistindo novelas da Globo, estaria morto em dois anos. Em sua nova cidade, conheceu um senhor português, Sr. Antonio Jorge, já de idade bastante avançada. Os dois irmãos em Cristo começaram a visitar todos os vizinhos do bairro; apresentando-se e oferecendo orações pelas pessoas. Aos poucos, começaram a fazer cultos noturnos em nossa ca-sa. Logo tiveram que alugar outra casa, onde começou uma congregação da Igreja Central de Goiânia, sob a liderança do Reverendo Evandro Luís da Silva, então pastor de nossa família. Hoje, aquela pequena investida é uma igreja organizada já há muitos anos. Ele não é o pastor, mas por muitos anos, a maioria dos vizinhos sempre o considerou o pastor da igreja, para santo “embaraço” dos pastores que ali serviram através dos anos.
Ele tem sido uma fonte de inspiração para nossa família e um dos aspectos de sua caminhada espiritual tem sido a sua consistência em fazer sua hora devocional. Ainda há pouco, recebi uma fotografia dele fazendo sua leitura bíblica e também sua leitura da revista Ultimato. Dado à sua idade avançada, ele não tem sido consistente em sua leitura diária já há uns dois anos; mas, sempre que pode, ali está ele, sentado à mesa da copa, com sua Bíblia e também sua sempre presente Ultimato.
Não sei como ele começou a ler a revista, mas lembro que lê pelo menos desde 1977 – época de minha conversão, em Goiânia. Aquela revista, ainda em branco e preto, com muitos assuntos valiosos, entre eles as investidas do “Mineiro com Cara de Matuto”. Meu pai desenvolveu um grande apreço pelos escritos devocionais do querido Reverendo Élben César. Mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, ele sempre cita Ultimato como referencial para seu crescimento espiritual.
A sua prática devocional sempre inclui a sua leitura regular da Bíblia, quando ele também abre seu caderno e copia versos bíblicos como forma de memorizá-los (assim, nós, os filhos, interpretamos). Metodicamente, após ter lido sua Bíblia, ele abre a Ultimato e toma tempo precioso lendo-a. Uma coisa neste caso de amor pela Palavra e pela revista é que ele tem muito ciúme da revista. Antigamente, ele não deixava ninguém ler sua revista; assim, quem a quisesse ler, que fizesse sua assinatura. Pelo que tenho sabido, tal ato “egoísta” de meu pai já não mais acontece.
Lembro-me compartilhar este fato com o Reverendo Élben e, sem ter sequer pensado a respeito, recebi de uma de minhas irmãs várias fotografias dele fazendo sua devocional. Compartilhei-as com o Élben e ele me pediu para transmitir uma pequena mensagem sua para meu pai. Fiz com grande alegria e, evidentemente, meu pai ficou imensamente feliz por ter recebido uma mensagem de um homem que ele muito admira.
É sempre uma grande alegria saber que meu pai, um homem simples e zeloso pelo Senhor, ainda tem uma vida regular de exercícios devocionais e que, além da centralidade da Palavra de Deus, ele também lê com alegria sua revista preferida, a revista Ultimato.
Nota: O texto acima foi escrito 26 dias antes do falecimento de Rubens Garcia, ocorrido dia 8 de dezembro de 2017. Segundo Ehud Garcia, seu pai “viveu uma vida de grande impacto na vida dos outros. Nascido em Nova Ponte, MG (Triângulo Mineiro), viveu grande parte de sua vida em Araguari, também no Triângulo. Em 1976, mudou-se com a família para Goiânia por causa de melhores condições de estudo para seus filhos, onde morou até o dia de sua partida. Em Goiânia, a Igreja Presbiteriana da Redenção nasceu na casa da família e sr. Rubens foi o seu fundador, onde serviu como presbítero por todo o tempo, exceto quando ficava em disponibilidade. Juntou-se à sua esposa Efigênia, que faleceu em 1995 com 76 anos de vida. Deixou quatro filhos: Ehud, Jussara, Hulda e Íris, genros e nora, netos e bisnetos. (07 de janeiro de 1916 – 08 de dezembro de 2017 – 101 anos e onze meses)”.
• Ehud M. Garcia, PhD, é um ministro do Evangelho, ordenado no Brasil na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), em 1983, e na Evangelical Presbyterian Church (EPC), em 2005. Ele é também um teólogo da missão e missiólogo, tendo servido como pastor, missionário, professor de teologia e missiologia no Brasil, Canadá, Estados Unidos e Rússia. Ele e sua esposa, Neiva Garcia, foram professores residentes no Centro Evangélico de Missões, em Viçosa, MG. Atualmente, é pastor da Igreja Presbiteriana de Caldwell, no estado de Idaho, nos Estados Unidos.
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Meu pai aposentou-se com sessenta e três anos, como funcionário público federal, tendo servido todos os seus anos nos Correios e Telégrafos. Após sua aposentadoria mudou-se para Goiânia e me disse que se fosse curtir sua aposentadoria assistindo novelas da Globo, estaria morto em dois anos. Em sua nova cidade, conheceu um senhor português, Sr. Antonio Jorge, já de idade bastante avançada. Os dois irmãos em Cristo começaram a visitar todos os vizinhos do bairro; apresentando-se e oferecendo orações pelas pessoas. Aos poucos, começaram a fazer cultos noturnos em nossa ca-sa. Logo tiveram que alugar outra casa, onde começou uma congregação da Igreja Central de Goiânia, sob a liderança do Reverendo Evandro Luís da Silva, então pastor de nossa família. Hoje, aquela pequena investida é uma igreja organizada já há muitos anos. Ele não é o pastor, mas por muitos anos, a maioria dos vizinhos sempre o considerou o pastor da igreja, para santo “embaraço” dos pastores que ali serviram através dos anos.
Ele tem sido uma fonte de inspiração para nossa família e um dos aspectos de sua caminhada espiritual tem sido a sua consistência em fazer sua hora devocional. Ainda há pouco, recebi uma fotografia dele fazendo sua leitura bíblica e também sua leitura da revista Ultimato. Dado à sua idade avançada, ele não tem sido consistente em sua leitura diária já há uns dois anos; mas, sempre que pode, ali está ele, sentado à mesa da copa, com sua Bíblia e também sua sempre presente Ultimato.
Não sei como ele começou a ler a revista, mas lembro que lê pelo menos desde 1977 – época de minha conversão, em Goiânia. Aquela revista, ainda em branco e preto, com muitos assuntos valiosos, entre eles as investidas do “Mineiro com Cara de Matuto”. Meu pai desenvolveu um grande apreço pelos escritos devocionais do querido Reverendo Élben César. Mesmo sem tê-lo conhecido pessoalmente, ele sempre cita Ultimato como referencial para seu crescimento espiritual.
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Lembro-me compartilhar este fato com o Reverendo Élben e, sem ter sequer pensado a respeito, recebi de uma de minhas irmãs várias fotografias dele fazendo sua devocional. Compartilhei-as com o Élben e ele me pediu para transmitir uma pequena mensagem sua para meu pai. Fiz com grande alegria e, evidentemente, meu pai ficou imensamente feliz por ter recebido uma mensagem de um homem que ele muito admira.
É sempre uma grande alegria saber que meu pai, um homem simples e zeloso pelo Senhor, ainda tem uma vida regular de exercícios devocionais e que, além da centralidade da Palavra de Deus, ele também lê com alegria sua revista preferida, a revista Ultimato.
Nota: O texto acima foi escrito 26 dias antes do falecimento de Rubens Garcia, ocorrido dia 8 de dezembro de 2017. Segundo Ehud Garcia, seu pai “viveu uma vida de grande impacto na vida dos outros. Nascido em Nova Ponte, MG (Triângulo Mineiro), viveu grande parte de sua vida em Araguari, também no Triângulo. Em 1976, mudou-se com a família para Goiânia por causa de melhores condições de estudo para seus filhos, onde morou até o dia de sua partida. Em Goiânia, a Igreja Presbiteriana da Redenção nasceu na casa da família e sr. Rubens foi o seu fundador, onde serviu como presbítero por todo o tempo, exceto quando ficava em disponibilidade. Juntou-se à sua esposa Efigênia, que faleceu em 1995 com 76 anos de vida. Deixou quatro filhos: Ehud, Jussara, Hulda e Íris, genros e nora, netos e bisnetos. (07 de janeiro de 1916 – 08 de dezembro de 2017 – 101 anos e onze meses)”.
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