Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Opinião

A herança de Maria

Por Lídice Meyer P. Ribeiro

Você já pensou no quanto Jesus herdou de Maria?

No judaísmo, os bens e o status social são transmitidos pela via paterna, mas a religião vem pela linha materna. Sendo o povo israelita tão apegado à suas tradições religiosas, a linhagem da mulher é de extrema importância. Daí o fato de todos os reis de Judá serem referidos junto às suas mães.

De José, Jesus herdou a profissão e provavelmente sua casa em Nazaré (Mt 13.55). Mas o que fez Jesus ser reconhecido pelas futuras gerações como Profeta, Sacerdote e Rei foi sua herança feminina.

Maria, mulher-moça simples de Nazaré, mas de linhagem sacerdotal (Arão), descendência real (Davi) e possuidora do dom da profecia (magnificat). Sendo parente de Isabel, era, portanto, também descendente de Arão (Lc 1.5, 36) e embora a Bíblia não o revele claramente, é quase certo que pertencesse a mesma tribo de José, já que os casamentos eram preferencialmente contraídos na mesma parentela. Os evangelhos não canônicos apresentam Maria como sendo da tribo de Judá e até mesmo prima de José, o que mostra a importância dada na época a esta união ser entre pares. Maria, como Bateseba, sua antecessora na genealogia de Jesus registrada em Mateus, não tem a sua linhagem exposta de forma clara na Bíblia. Mas, apesar disto ambas são tidas como pertencentes a tribo de Judá, e por isso capazes de gerar perante a sociedade israelita de suas épocas um descendente legítimo de sangue puro e, portanto, de status e religião pura.

Como todos os reis de Judá, Jesus é sempre referido por Mateus junto à sua mãe, tanto na genealogia como no segundo capítulo do Evangelho (Mt 1.16; 2.11,13,14, 21). Seu pai social, José, também da linhagem de Davi, veio confirmar perante a sociedade o status real de Jesus (Lc 1.27).


No belíssimo cântico conhecido como Magnificat (Lc 2.46-55), Maria demonstra seu conhecimento das histórias da formação de Israel, criando uma coletânea de citações dos cânticos de Miram (Ex 15.21), Debora (Jz 5), Ana (1 Sm 2.1-10) e Judite (Jt 16.1-17). Conhecedora das Escrituras e cumpridora dos preceitos religiosos (Lc 2.22), Maria deu continuidade ao legado sacerdotal Aarônico, sendo a primeira mestra de Jesus e sua primeira discípula (Lc 2.19,51).

Em Maria temos, portanto, o instrumento pelo qual Deus não só trouxe seu Filho ao mundo como também o revestiu de autoridade civil (Rei), religiosa (Sacerdote) e espiritual (Profeta).

Maria: uma mulher cujo filho mudou a história da humanidade e cujo nome se insere até hoje como o grande divisor de águas do cristianismo.


Leia mais: 
» As mulheres no Natal de Jesus
» Aprendendo com Maria
Lidice Meyer P. Ribeiro é doutora em Antropologia e professora na Universidade Lusófona, Portugal.
  • Textos publicados: 29 [ver]

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinião

Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.