Opinião
- 08 de setembro de 2023
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A doxologia e o seu papel afirmativo e confirmador
Por Rubem Amorese
A doxologia tem a propriedade de restabelecer o norte, de trazer à lembrança aspectos básicos da fé, que não mudam com nossas dificuldades.
O vocábulo grego dóxa quer dizer crença. A doxologia é um momento em que a igreja expressa sua “opinião” a respeito de Deus. É momento de declarações de fé, de celebração de conteúdos seguros e imutáveis da nossa fé.
A tradição da igreja cristã tem associado esse momento à música. Mas não é um tempo incompatível com uma antífona, com uma leitura bíblica específica ou com a recitação de uma declaração de fé ou parte do catecismo adotado pela igreja.
No exemplo da igreja Metodista, a doxologia aparece como uma declaração de fé inserida no elemento confissão, exercendo o papel de afirmar ao crente que seu coração está seguro em Deus e que sua oferta não será desprezada.
Esse elemento litúrgico pode ser inserido no período de cânticos ou apresentar-se como um hino preparatório para outro momento, como o da edificação. O fato é que a doxologia pode ser arranjada tanto como um momento separado e razoavelmente extenso da liturgia quanto como parte de outro elemento. No entanto, não se deve esquecer seu conteúdo e caráter: afirmar e confirmar crenças e conteúdos doutrinários. Diferentemente de momentos de súplica, confissão, intercessão e mesmo ensino, o momento da doxologia é essencialmente afirmativo, declarativo.
Há momentos especiais na vida da igreja em que nos lembramos da doxologia, com seu papel afirmativo e confirmador. São momentos de luta, de cisão, de confusão doutrinária, de grande esforço evangelístico ou de sofrimento coletivo. Em tempos assim, em que ficamos todos aturdidos e desorientados, a inserção de um elemento doxológico, com destaque no culto, pode produzir grande ânimo nos corações abatidos. Ele tem a propriedade de restabelecer o norte, de trazer à lembrança aspectos básicos da fé, que não mudam com nossas dificuldades. Há grande conforto em ter a doxologia como instrumento para o culto e para os corações.
Trecho do livro Louvor, Adoração e Liturgia, de Rubem Amorese.
REVISTA ULTIMATO | DOXOLOGIA NO CULTO PÚBLICO E NA VIDA DIÁRIA
A matéria de capa desta edição convida o leitor ao exercício da doxologia: a afirmação vibrante sobre o que Deus é e o que ele faz. Uma afirmação que traduz a nossa opinião sobre Deus forjada pelas Escrituras e pelas experiências com ele. Isso vai contra a correnteza do mundo em que vivemos, tão pouco propício à solitude, à contemplação e à adoração.
Rubem Amorese é presbítero emérito na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. Foi professor na Faculdade Teológica Batista por vinte anos e consultor legislativo no Senado Federal. É autor de, entre outros, Fábrica de Missionários e Ponto Final. Acompanhe seu blog pessoal: ultimato.com.br/sites/amorese.
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Site: http://www.amorese.com.br
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