Opinião
19 de dezembro de 2023
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A dor da mulher disfarçada na submissão
Por Bruna Rodrigues
Mulheres têm clamado ao Deus da paz por sua proteção e igrejas têm silenciado suas vozes pelo despreparo e preconceito institucionalizados.

Embora a igreja de Cristo no mundo seja a responsável por pregar o Reino dos Céus, o amor, a paz, a justiça, esta realidade degradante faz-se presente nos lares cristãos. Discursos proferidos por aproveitadores em cargos eclesiásticos, os quais interpretam textos bíblicos em benefício próprio, contribuem para que o sangue de mulheres evangélicas seja a maioria esmagadora das estatísticas do crime de feminicídio.1
Historicamente a mulher é alvo de injustiças e discriminações por parte da sociedade, tendo obtido êxito em algumas de suas lutas por igualdade entre os gêneros, como a Lei Maria da Penha. Sob o pretexto de que a submissão bíblica faz alusão apenas às mulheres, o número de violência doméstica (contra as mulheres) tem crescido drasticamente no Brasil.2 Violência é pecado e é crime. A lei mencionada retirou a mulher do lugar de subalternidade amplificando sua voz para um ato atenuado e legitimado pelo suposto poder marital.
Jesus insere a realidade feminina em algumas parábolas para que os homens compreendessem a igualdade e a dificuldade feminina em seu contexto cultural. E foi confiada a uma mulher a maior mensagem da vida em primeiríssimo lugar: “Ele ressuscitou! Disse o anjo a Maria Madalena e outras mulheres”, tornando o testemunho feminino válido e resinificando o valor da mulher ora perdido ao longo do tempo. Na realidade do Reino de Deus homens e mulheres são igualmente dignos.
Servir é parte da vida cristã, é para todos. Mulheres disfarçam sua dor de uma submissão subserviente que em nada glorifica ao Senhor, pois Ele é a favor da vida com dignidade: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão”.3
Combater a violência doméstica é trabalhar em prol do Reino da paz: “Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se fossem vocês mesmos que o estivessem sofrendo no corpo”.4
Notas
1. Universidade Metodista de São Paulo Faculdade de Humanidades e Direito. Acesso em 13/12/2023. Disponível aqui.
2. Agência Senado. Pesquisa nacional de violência contra a mulher. Acesso em 13/12/2023. Disponível aqui.
3. Gálatas.5.1
4. Hebreus13.3
- Bruna Rodrigues é carioca, autora de Silenciadas em nome de Deus (Editora Reflexão) e da Cartilha informativa de combate à violência doméstica no meio cristão. Bacharela em Teologia (Universidade do Grande Rio). Estudante de Hebraico bíblico (Israel Institute of biblical studies). @teologabruna.

Todas as pessoas – também os que creem – correm o risco de adoecer mentalmente. Há multidões na igreja lutando com problemas de saúde mental. Felizmente, há esperança e ajuda: profissionais da saúde, recursos terapêuticos e medicamentos. Os cristãos podem contar ainda com a ajuda extraordinária de seu Deus. E a igreja deve proporcionar um espaço seguro para estes.
É disso que trata a matéria de capa da edição 405 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Carta das mulheres pela paz no Natal num mundo em guerra
» Vozes Femininas no Início do Protestantismo Brasileiro, Rute Salviano Almeida
» Edição 376, Revista Ultimato
» Isabel – “Minha segunda carreira foi ser mãe”
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