Opinião
- 12 de julho de 2024
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A diferença que a teologia faz
Painel com Carlos "Cacau" Marques, César Moisés, Erica Neves e Fernanda M. Terra
Novas tecnologias – e, em especial, as redes sociais – alimentam a ilusão em nós de que todos podem fazer tudo. Desentupir a pia ou abrir um negócio, fazer um doce ou um podcast, tocar piano ou ficar rico. Tanto faz.
A religião, a teologia e os cristãos sofrem das mesmas tentações. Se todo mundo faz teologia, por que não eu? Se eu tenho a Bíblia, para que teologia? Ultimato conversou com alguns teólogos para ajudar o leitor a descobrir o encanto e a beleza da teologia. A lidar melhor com os desafios da fé cristã. Nas palavras do autor de Para Que Serve a Teologia?, Alister McGrath, “a teologia importa porque o cristianismo importa (...). Se o cristianismo é como uma pérola de grande valor, a teologia tenta descrever essa pérola, revelando como pode ser encontrada e que diferença faz na vida de alguém encontrá-la e possuí-la”. É sobre isso que você vai ler a seguir.
Se todo mundo faz teologia – com a leitura e o estudo da Bíblia, na vida com a igreja, em pequenos grupos etc. –, qual teologia importa?
Foi ninguém menos que o teólogo protestante suíço Karl Barth, em Introdução à Teologia Evangélica, o que se pode chamar de seu “último canto do cisne”, quem disse que justamente pelo fato de a teologia dever ser “uma ciência modesta, livre, crítica e alegre”, que o amor – “a premissa decisiva do labor teológico” que, ao mesmo tempo e “em todos os sentidos [é] também o seu limite” – deve prevalecer. O teólogo da Basileia não estava falando de uma “teologia do amor”, mas da via escolhida para o labor teológico, do pressuposto fundamental para toda produção teológica.
Para outro teólogo suíço, este católico, Hans Urs von Balthasar, as duas principais vias que marcaram a produção teológica do cristianismo podem ser sintetizadas da seguinte forma: a via cosmológica (períodos patrístico, medieval e renascentista) e a via antropológica (período moderno). Ele, contudo, apresenta em sua obra Love Alone is Credible (1963), a via do amor para o exercício de “teologar”.
A convergência metodológica dos teólogos suíços poderia soar como mero clichê se não fosse pela prolífica e relevante produção de ambos. Produção que, diga-se de passagem, deu-se com o rigor científico que se requer para o labor teológico. Assim, se nem todo mundo pode ser teólogo do quilate deles, mas de alguma forma “faz teologia”– isto é, se “todo mundo faz teologia”, desde a leitura bíblica devocional até o canto congregacional –, que tal “produção teológica” tenha como pressuposto, motivação e objetivo, o amor. Em termos diretos, seja de qual espectro teológico alguém for, a única teologia que importa é a que é feita em amor.
César Moisés
Se tenho a Bíblia, eu preciso também de teologia? Por quê?
A importância da teologia só pode ser compreendida se definirmos o que é a revelação divina. Revelação é o nome que damos ao ato de Deus de se fazer conhecido. A revelação é uma obra totalmente divina. Ser humano algum a arrancou de Deus e nada dele pode ser conhecido sem que ele primeiro decida revelar.
Deus se revela de muitas maneiras. Ele pode ser conhecido pela sua revelação na criação, por exemplo. Ele certamente se fez conhecido em Jesus Cristo. Mas sua revelação especial disponível hoje para nós é a que encontramos nas Escrituras.
A Bíblia é a Palavra de Deus. Seu conteúdo é a própria revelação divina. Ao entrarmos em contato com a Bíblia, buscamos compreender sua mensagem. Entendemos a história que é contada, quais são as lições que aprendemos dela, qual é o sentido central de suas palavras. Essa racionalização sobre o texto bíblico já é teologia. A teologia é a reação do ser humano à revelação de Deus. Ela é não só necessária, mas também inevitável. Toda tentativa de compreender a mensagem bíblica resultará em uma elaboração teológica.
Há teologias melhores e piores, de acordo com a fidelidade da interpretação bíblica. Por isso, lançamos mão de diversos recursos para garantir que entendemos a revelação: estudos linguísticos, pesquisas históricas, exame dos manuscritos etc. Tudo isso para garantir que estamos sendo fiéis ao que Deus nos revela de si mesmo na Bíblia. Essa compreensão das Escrituras forma a doutrina, o ensino da Igreja, que serve para orientar sua proclamação e ação no mundo.
Carlos “Cacau” Marques
Como a teologia pode ajudar os cristãos a crescerem, a formarem comunidades maduras que dão testemunho genuíno e alegre da fé e da esperança?
A teologia tem o papel de contribuir com o aprofundamento no conhecimento de Deus e na mensagem do evangelho: assim, uma comunidade que se aprofunda nas escrituras, torna-se uma comunidade que:
Usa corretamente os dons: quando os cristãos se voltam para a sabedoria da cruz, eles entendem que o exercício do ministério não é para a vanglória, mas para a adoração em torno da pessoa de Jesus Cristo, a edificação do corpo, a santidade e a proclamação do evangelho, preservando a unidade da igreja.
Discipula com maturidade: o discipulado se torna uma consequência natural da vida cristã, uma vez que a profundidade dos estudos nos leva a caminhar uns com os outros e a entender a importância dos relacionamentos para glorificar a Cristo.
Protege-se dos ensinamentos errados: quando uma igreja entende o valor da teologia, ela tem a oportunidade de agir como os bereanos, sempre consultam as Escrituras para validar se o que está sendo dito é a verdade de Deus, protegendo-se dos falsos profetas e não se deixando levar por todo vento de doutrina.
Age com coragem nos tempos mais desafiadores: A.W. Tozer disse: “Um mundo assustado precisa de uma igreja corajosa”. Por diversos momentos de sofrimento humanitário ao longo da história, os cristãos foram para a linha de frente cuidar dos necessitados e pregar a mensagem da cruz. Uma igreja madura não se abala facilmente com as dores e o sofrimento deste tempo presente, mas entende que a missão de Deus está seguindo o seu curso e devemos responder com firmeza e amor, sabendo que a nossa esperança está firmada na glória futura em Cristo.
Diante dos desafios que vivemos o mundo anseia, sem dúvida, por uma igreja corajosa, que tem sua esperança na glorificação e vive verdadeiramente a unidade da fé para que o mundo saiba que Cristo foi enviado.
Fernanda M. Terra Azevedo
A teologia faz bem ao mundo?
Para responder a essa pergunta, podemos começar com a tese central de Kevin Vanhoozer em sua obra O Drama da Doutrina1: “A doutrina é um grande drama encenado no palco da criação”. Na era da pós-verdade, é evidente que o homem contemporâneo não está em busca de conceitos, mas de uma narrativa que dê sentido à sua existência. Nesse contexto, a teologia cumpre um papel essencial ao nos situar como atores no grande palco da história da salvação, lembrando-nos de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, onde caímos e qual é o propósito supremo de nossa existência.
O termo “teologia” combina theos (Deus) e logos (palavra sobre, ou estudo de), referindo-se literalmente ao estudo de Deus. No entanto, a teologia também engloba o estudo da humanidade, do pecado, da salvação, da igreja e das últimas coisas, porque estuda Deus em suas relações com o universo criado. Isso inclui a criação do mundo, a formação do homem e da mulher à imagem de Deus, a queda em pecado, o plano de salvação e de restauração, o chamado de Abraão, a escolha de Israel, a encarnação, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, a formação da igreja e os planos divinos para o fim dos tempos.
A teologia, portanto, afeta todas as áreas da vida. O conhecimento de Deus molda nossa cosmovisão, valores, compromissos, afetos e ações. Não há outra área de compreensão humana tão impactante na formação de nossa mente, coração e vida.
Por fim, a teologia desempenha um papel crucial na formação daquilo que Roel Kuiper2 denomina como capital moral: “A capacidade (individual ou coletiva) de estar junto ao próximo e ao mundo de uma forma preocupada”. Conforme observa o sociólogo James Davison Hunter3, “as condições sociais e culturais que tornavam o caráter possível não estão mais presentes, o tempo passou”. Em um mundo onde os fundamentos morais estão cada vez mais fragmentados, a teologia oferece uma base sólida para a construção de uma sociedade virtuosa.
Erica Neves
Colaboradores
Carlos “Cacau” Marques, casado com Natália, é pastor da Igreja Batista Vida Nova em Nova Odessa, SP, professor na Faculdade Teológica Batista de Campinas e integrante da equipe do Bibotalk. @cacaupmarques.
César Moisés é pedagogo pela UNESPAR, especialista em teologia pela PUC-Rio, mestre em história pela UFRRJ e autor de, entre outros, Teologia Sistemático-Carismática (Thomas Nelson Brasil, 2022). @prcesarmoises.
Erica Neves é assessora de comunicação e professora de teologia nos cursos “Sabedoria no Caos”, “Teologia pro Cotidiano” e “Mulheres em Missão” do Invisible College. É casada com Fred e mãe de Pedro e Mariana. Instagram: @erica_mrneves.
Fernanda M. Terra Azevedo é formada em teologia pelo Seminário Evangélico do Betel Brasileiro, mestranda em estudos bíblicos e pastorais pelo Seminário Servos de Cristo e mestre em ciências sociais pela PUC-SP. @fernanda_mterra.
Notas
1. VANHOOZER, Kevin J. O drama da doutrina: uma abordagem canônico-linguística da teologia cristã. São Paulo: Vida Nova, 2016.
2. KUIPER, Roel. Capital moral: o poder de conexão da sociedade. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2019.
3. HUNTER, James Davison. Death of character: On the moral education of America"s children. Basic Books, Inc., 2000.
REVISTA ULTIMATO | PARA QUE SERVE A TEOLOGIA?
A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
É disso que trata a matéria de capa da edição 408 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Tornando-se Um Pastor Teólogo Identidades e possibilidades para a liderança da Igreja, Todd Wilson; Kevin Vanhoozer e outros
» Teologia Pura e Simples - O lugar da mente na vida cristã, Alister McGrath
» Calvinismo para uma Era Secular; Uma leitura contemporânea de Abraham Kuyper, Jessica R. e Robert J. Joustra
Novas tecnologias – e, em especial, as redes sociais – alimentam a ilusão em nós de que todos podem fazer tudo. Desentupir a pia ou abrir um negócio, fazer um doce ou um podcast, tocar piano ou ficar rico. Tanto faz.
A religião, a teologia e os cristãos sofrem das mesmas tentações. Se todo mundo faz teologia, por que não eu? Se eu tenho a Bíblia, para que teologia? Ultimato conversou com alguns teólogos para ajudar o leitor a descobrir o encanto e a beleza da teologia. A lidar melhor com os desafios da fé cristã. Nas palavras do autor de Para Que Serve a Teologia?, Alister McGrath, “a teologia importa porque o cristianismo importa (...). Se o cristianismo é como uma pérola de grande valor, a teologia tenta descrever essa pérola, revelando como pode ser encontrada e que diferença faz na vida de alguém encontrá-la e possuí-la”. É sobre isso que você vai ler a seguir.
Se todo mundo faz teologia – com a leitura e o estudo da Bíblia, na vida com a igreja, em pequenos grupos etc. –, qual teologia importa?
Foi ninguém menos que o teólogo protestante suíço Karl Barth, em Introdução à Teologia Evangélica, o que se pode chamar de seu “último canto do cisne”, quem disse que justamente pelo fato de a teologia dever ser “uma ciência modesta, livre, crítica e alegre”, que o amor – “a premissa decisiva do labor teológico” que, ao mesmo tempo e “em todos os sentidos [é] também o seu limite” – deve prevalecer. O teólogo da Basileia não estava falando de uma “teologia do amor”, mas da via escolhida para o labor teológico, do pressuposto fundamental para toda produção teológica.
Para outro teólogo suíço, este católico, Hans Urs von Balthasar, as duas principais vias que marcaram a produção teológica do cristianismo podem ser sintetizadas da seguinte forma: a via cosmológica (períodos patrístico, medieval e renascentista) e a via antropológica (período moderno). Ele, contudo, apresenta em sua obra Love Alone is Credible (1963), a via do amor para o exercício de “teologar”.
A convergência metodológica dos teólogos suíços poderia soar como mero clichê se não fosse pela prolífica e relevante produção de ambos. Produção que, diga-se de passagem, deu-se com o rigor científico que se requer para o labor teológico. Assim, se nem todo mundo pode ser teólogo do quilate deles, mas de alguma forma “faz teologia”– isto é, se “todo mundo faz teologia”, desde a leitura bíblica devocional até o canto congregacional –, que tal “produção teológica” tenha como pressuposto, motivação e objetivo, o amor. Em termos diretos, seja de qual espectro teológico alguém for, a única teologia que importa é a que é feita em amor.
César Moisés
Se tenho a Bíblia, eu preciso também de teologia? Por quê?
A importância da teologia só pode ser compreendida se definirmos o que é a revelação divina. Revelação é o nome que damos ao ato de Deus de se fazer conhecido. A revelação é uma obra totalmente divina. Ser humano algum a arrancou de Deus e nada dele pode ser conhecido sem que ele primeiro decida revelar.
Deus se revela de muitas maneiras. Ele pode ser conhecido pela sua revelação na criação, por exemplo. Ele certamente se fez conhecido em Jesus Cristo. Mas sua revelação especial disponível hoje para nós é a que encontramos nas Escrituras.
A Bíblia é a Palavra de Deus. Seu conteúdo é a própria revelação divina. Ao entrarmos em contato com a Bíblia, buscamos compreender sua mensagem. Entendemos a história que é contada, quais são as lições que aprendemos dela, qual é o sentido central de suas palavras. Essa racionalização sobre o texto bíblico já é teologia. A teologia é a reação do ser humano à revelação de Deus. Ela é não só necessária, mas também inevitável. Toda tentativa de compreender a mensagem bíblica resultará em uma elaboração teológica.
Há teologias melhores e piores, de acordo com a fidelidade da interpretação bíblica. Por isso, lançamos mão de diversos recursos para garantir que entendemos a revelação: estudos linguísticos, pesquisas históricas, exame dos manuscritos etc. Tudo isso para garantir que estamos sendo fiéis ao que Deus nos revela de si mesmo na Bíblia. Essa compreensão das Escrituras forma a doutrina, o ensino da Igreja, que serve para orientar sua proclamação e ação no mundo.
Carlos “Cacau” Marques
Como a teologia pode ajudar os cristãos a crescerem, a formarem comunidades maduras que dão testemunho genuíno e alegre da fé e da esperança?
A teologia tem o papel de contribuir com o aprofundamento no conhecimento de Deus e na mensagem do evangelho: assim, uma comunidade que se aprofunda nas escrituras, torna-se uma comunidade que:
Usa corretamente os dons: quando os cristãos se voltam para a sabedoria da cruz, eles entendem que o exercício do ministério não é para a vanglória, mas para a adoração em torno da pessoa de Jesus Cristo, a edificação do corpo, a santidade e a proclamação do evangelho, preservando a unidade da igreja.
Discipula com maturidade: o discipulado se torna uma consequência natural da vida cristã, uma vez que a profundidade dos estudos nos leva a caminhar uns com os outros e a entender a importância dos relacionamentos para glorificar a Cristo.
Protege-se dos ensinamentos errados: quando uma igreja entende o valor da teologia, ela tem a oportunidade de agir como os bereanos, sempre consultam as Escrituras para validar se o que está sendo dito é a verdade de Deus, protegendo-se dos falsos profetas e não se deixando levar por todo vento de doutrina.
Age com coragem nos tempos mais desafiadores: A.W. Tozer disse: “Um mundo assustado precisa de uma igreja corajosa”. Por diversos momentos de sofrimento humanitário ao longo da história, os cristãos foram para a linha de frente cuidar dos necessitados e pregar a mensagem da cruz. Uma igreja madura não se abala facilmente com as dores e o sofrimento deste tempo presente, mas entende que a missão de Deus está seguindo o seu curso e devemos responder com firmeza e amor, sabendo que a nossa esperança está firmada na glória futura em Cristo.
Diante dos desafios que vivemos o mundo anseia, sem dúvida, por uma igreja corajosa, que tem sua esperança na glorificação e vive verdadeiramente a unidade da fé para que o mundo saiba que Cristo foi enviado.
Fernanda M. Terra Azevedo
A teologia faz bem ao mundo?
Para responder a essa pergunta, podemos começar com a tese central de Kevin Vanhoozer em sua obra O Drama da Doutrina1: “A doutrina é um grande drama encenado no palco da criação”. Na era da pós-verdade, é evidente que o homem contemporâneo não está em busca de conceitos, mas de uma narrativa que dê sentido à sua existência. Nesse contexto, a teologia cumpre um papel essencial ao nos situar como atores no grande palco da história da salvação, lembrando-nos de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, onde caímos e qual é o propósito supremo de nossa existência.
O termo “teologia” combina theos (Deus) e logos (palavra sobre, ou estudo de), referindo-se literalmente ao estudo de Deus. No entanto, a teologia também engloba o estudo da humanidade, do pecado, da salvação, da igreja e das últimas coisas, porque estuda Deus em suas relações com o universo criado. Isso inclui a criação do mundo, a formação do homem e da mulher à imagem de Deus, a queda em pecado, o plano de salvação e de restauração, o chamado de Abraão, a escolha de Israel, a encarnação, a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, a formação da igreja e os planos divinos para o fim dos tempos.
A teologia, portanto, afeta todas as áreas da vida. O conhecimento de Deus molda nossa cosmovisão, valores, compromissos, afetos e ações. Não há outra área de compreensão humana tão impactante na formação de nossa mente, coração e vida.
Por fim, a teologia desempenha um papel crucial na formação daquilo que Roel Kuiper2 denomina como capital moral: “A capacidade (individual ou coletiva) de estar junto ao próximo e ao mundo de uma forma preocupada”. Conforme observa o sociólogo James Davison Hunter3, “as condições sociais e culturais que tornavam o caráter possível não estão mais presentes, o tempo passou”. Em um mundo onde os fundamentos morais estão cada vez mais fragmentados, a teologia oferece uma base sólida para a construção de uma sociedade virtuosa.
Erica Neves
Colaboradores
Carlos “Cacau” Marques, casado com Natália, é pastor da Igreja Batista Vida Nova em Nova Odessa, SP, professor na Faculdade Teológica Batista de Campinas e integrante da equipe do Bibotalk. @cacaupmarques.
César Moisés é pedagogo pela UNESPAR, especialista em teologia pela PUC-Rio, mestre em história pela UFRRJ e autor de, entre outros, Teologia Sistemático-Carismática (Thomas Nelson Brasil, 2022). @prcesarmoises.
Erica Neves é assessora de comunicação e professora de teologia nos cursos “Sabedoria no Caos”, “Teologia pro Cotidiano” e “Mulheres em Missão” do Invisible College. É casada com Fred e mãe de Pedro e Mariana. Instagram: @erica_mrneves.
Fernanda M. Terra Azevedo é formada em teologia pelo Seminário Evangélico do Betel Brasileiro, mestranda em estudos bíblicos e pastorais pelo Seminário Servos de Cristo e mestre em ciências sociais pela PUC-SP. @fernanda_mterra.
Notas
1. VANHOOZER, Kevin J. O drama da doutrina: uma abordagem canônico-linguística da teologia cristã. São Paulo: Vida Nova, 2016.
2. KUIPER, Roel. Capital moral: o poder de conexão da sociedade. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2019.
3. HUNTER, James Davison. Death of character: On the moral education of America"s children. Basic Books, Inc., 2000.
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A resposta à pergunta “Para que serve a teologia?” revela que ela serve a Deus, exaltando-o como Senhor. Serve a igreja, ajudando-a a conhecer e a adorar seu Deus. Serve o mundo, revelando a verdadeira fonte de sabedoria, beleza, sentido e salvação.
A teologia é resultado de esforço acadêmico e também do convívio singular entre cristãos; envolve profundo estudo, mas também ocorre na singela e comprometida leitura das Escrituras. Depende do Espírito, por isso implica humildade. Ajuda a conhecer a Deus e a amá-lo.
É disso que trata a matéria de capa da edição 408 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Tornando-se Um Pastor Teólogo Identidades e possibilidades para a liderança da Igreja, Todd Wilson; Kevin Vanhoozer e outros
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