Por Escrito
- 30 de julho de 2021
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A conta dos dias
Um dia de cada vez
Por Miriã Almeida
Se tem uma coisa incrível e inevitável é: como o tempo passa enquanto colecionamos histórias. Me vejo, hoje, tendo lembranças vívidas de eventos que aconteceram há cinco, quinze, trinta anos atrás, e sempre me assusto quando faço as contas. Por exemplo, tirei minha habilitação de motorista há vinte anos. (Peraí, vinte anos não é quase a minha idade?!?)
Hoje, sendo mãe de três crianças, também repito consciente o jargão que nunca acreditei muito antes: “O tempo passa rápido”. Parece que vendo as crianças crescerem e participando do seu desenvolvimento e tantas mudanças somos forçados a enxergar o tempo, mesmo que às vezes sem sentir. Uma vez li num blog “os dias são longos e os anos são curtos”. Tantas demandas no dia a dia às vezes tornam as horas infindáveis, esperando pelo momento de descanso. Mas de repente, chega mais um aniversário, mais um ano-novo, e nos deparamos com a soma de mais 365 dias vividos. Vividos como? Atropelamos nossos dias e horas, ou de fato os vivenciamos conscientemente?
Há uns anos atrás (vou evitar contar quantos) eu comecei a observar e admirar as pessoas que se conheciam bem, sabiam de si mesmas, seus pontos fortes com humildade e propósito. E conheciam bem seus pontos fracos, mas não com vergonha - com graça na caminhada de aprendizes. Essas pessoas conseguiam vivenciar seus dias com leveza, com sabedoria, passando pelas inevitáveis fases da vida com aceitação e serenidade. Quando falavam de suas histórias, havia sempre a conexão de um evento com outro, os novos aprendizados conectados com um processo que as levou até ali. Os erros cometidos não viravam páginas arrancadas em raiva ou ímpeto, mas faziam parte das páginas viradas num arrependimento que gerou transformação, em vida que segue sem culpa, mas com crescimento. A beleza disso era como o desenho de um passo após o outro nas areias de uma bela praia. O salmista colocou em palavras essa imagem: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos um coração sábio.” (Salmos 90:12)
Contar os dias tem a ver com olhar para os nossos dias já vividos com consciência e graça, olhar para os dias ainda não vividos com esperança, expectativa e submissão aos objetivos de Deus, e daí viver os dias presentes com serenidade, desenvolvendo a fé e o amor. A sabedoria adquirida contando os dias se traduz agindo de acordo com os valores cristãos, no temor do Senhor, num relacionamento com Cristo refletido em nossa maneira de viver em família, em sociedade e em nosso corpo. Contar os dias é uma conta que fecha: tem passado, presente e futuro.
Um dia eu sentei e contei meus dias. Ainda não conhecia a forma terapêutica da Linha do Tempo, mas coloquei no papel a minha linha do tempo meio desajeitada, o ano a idade de episódios marcantes da minha vida, lembranças boas e ruins também. Sentimentos diversos vieram à tona e lágrimas escorreram com esperança diante da surpreendente e agridoce mistura da vida. É uma feliz oportunidade poder parar e olhar para os nossos dias sabendo que tudo que passou e o que virá estão sob o cuidado e soberania do verdadeiro Senhor do Tempo. Entendi que o coração sábio nasce em meio às contas agridoces da vida. Olhar e ver que em tudo o Senhor é bom nos dá a graça e a força para enxergar a vida com equilíbrio, pra não desistir, pra tentar de um outro jeito, do jeito Dele.
A conta dos dias tem fim e por isso é bom viver com sabedoria.
• Miriã Almeida é casada com Jônatas e mãe de Judá, Maria e Joel.
Por Miriã Almeida
Se tem uma coisa incrível e inevitável é: como o tempo passa enquanto colecionamos histórias. Me vejo, hoje, tendo lembranças vívidas de eventos que aconteceram há cinco, quinze, trinta anos atrás, e sempre me assusto quando faço as contas. Por exemplo, tirei minha habilitação de motorista há vinte anos. (Peraí, vinte anos não é quase a minha idade?!?)
Hoje, sendo mãe de três crianças, também repito consciente o jargão que nunca acreditei muito antes: “O tempo passa rápido”. Parece que vendo as crianças crescerem e participando do seu desenvolvimento e tantas mudanças somos forçados a enxergar o tempo, mesmo que às vezes sem sentir. Uma vez li num blog “os dias são longos e os anos são curtos”. Tantas demandas no dia a dia às vezes tornam as horas infindáveis, esperando pelo momento de descanso. Mas de repente, chega mais um aniversário, mais um ano-novo, e nos deparamos com a soma de mais 365 dias vividos. Vividos como? Atropelamos nossos dias e horas, ou de fato os vivenciamos conscientemente?
Há uns anos atrás (vou evitar contar quantos) eu comecei a observar e admirar as pessoas que se conheciam bem, sabiam de si mesmas, seus pontos fortes com humildade e propósito. E conheciam bem seus pontos fracos, mas não com vergonha - com graça na caminhada de aprendizes. Essas pessoas conseguiam vivenciar seus dias com leveza, com sabedoria, passando pelas inevitáveis fases da vida com aceitação e serenidade. Quando falavam de suas histórias, havia sempre a conexão de um evento com outro, os novos aprendizados conectados com um processo que as levou até ali. Os erros cometidos não viravam páginas arrancadas em raiva ou ímpeto, mas faziam parte das páginas viradas num arrependimento que gerou transformação, em vida que segue sem culpa, mas com crescimento. A beleza disso era como o desenho de um passo após o outro nas areias de uma bela praia. O salmista colocou em palavras essa imagem: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos um coração sábio.” (Salmos 90:12)
Contar os dias tem a ver com olhar para os nossos dias já vividos com consciência e graça, olhar para os dias ainda não vividos com esperança, expectativa e submissão aos objetivos de Deus, e daí viver os dias presentes com serenidade, desenvolvendo a fé e o amor. A sabedoria adquirida contando os dias se traduz agindo de acordo com os valores cristãos, no temor do Senhor, num relacionamento com Cristo refletido em nossa maneira de viver em família, em sociedade e em nosso corpo. Contar os dias é uma conta que fecha: tem passado, presente e futuro.
Um dia eu sentei e contei meus dias. Ainda não conhecia a forma terapêutica da Linha do Tempo, mas coloquei no papel a minha linha do tempo meio desajeitada, o ano a idade de episódios marcantes da minha vida, lembranças boas e ruins também. Sentimentos diversos vieram à tona e lágrimas escorreram com esperança diante da surpreendente e agridoce mistura da vida. É uma feliz oportunidade poder parar e olhar para os nossos dias sabendo que tudo que passou e o que virá estão sob o cuidado e soberania do verdadeiro Senhor do Tempo. Entendi que o coração sábio nasce em meio às contas agridoces da vida. Olhar e ver que em tudo o Senhor é bom nos dá a graça e a força para enxergar a vida com equilíbrio, pra não desistir, pra tentar de um outro jeito, do jeito Dele.
A conta dos dias tem fim e por isso é bom viver com sabedoria.
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