Opinião
- 17 de janeiro de 2011
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A consternação exige
Todos estamos consternados com o que acontece na região serrana do Rio de Janeiro
O número absurdo de mortos, mortes que poderiam ter sido evitadas se tivéssemos aprendido as lições do ano passado, e, no mínimo providenciado a retirada dos moradores dos locais sob risco iminente, que, por aviso da meteorologia, já eram de antemão conhecidos. Mas as autoridades não cumpriram devido papel.
Bem que Deus nos avisou: "Maldita é a terra por tua causa" Gn 3.17, nossa ruptura com Deus fez de nosso “habitat” um ambiente de sofrimento, e, parece que ainda não absorvemos essa verdade, que fomos nós que fizemos da realidade um ambiente de sofrimento, daí nosso descaso, não assumindo a nossa responsabilidade de diminuir ao máximo possível o que nós mesmos deflagramos, que provoca ainda mais sofrimento, em todas as esferas da ação e do relacionamento humanos.
E nós continuamos a manter e aprofundar esse estado, porque em nossas equivocadas decisões, “Semeamos vento e colhemos tormentas” Os 8.7. Como demonstrado pelas autoridades públicas.
Nosso descuido para com o Planeta, por exemplo, demonstra cabalmente nossa desatenção aos avisos divinos, Deus disse a Noé, logo que aceitou o sacrifício que este lhe ofereceu: “Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, Verão e Inverno, dia e noite.” Gn 8.22 Isto é, Deus deixou claro que manteria o Planeta funcionando, o que significa que qualquer desrespeito para com essa ordem não ficaria impune, a criação reagiria, mantendo a sua lógica de causa e efeito. Toda alteração no processo afeta o resultado climático.
O desmatamento no Norte altera o ciclo de chuvas no Sudeste, segundo o blog Aquecimento Global. Não ouvir Deus tem nos custado muito caro!
Seria muito pior se Deus não tivesse decidido dar testemunho de si, “Fazendo o bem, dando-nos do céu chuvas e estações frutíferas, e enchendo o nosso coração de fartura e de alegria” At 14.17 Isso é o que a teologia reformada chama de “Graça comum”, essa invasão divina ao coração de todo o ser humano, indistintamente, comunicando-nos as suas qualidades, é o que impede que a maldade, que há em nosso coração (Rm 3.12), acabe por dar, exclusivamente, o tom de nossa existência.
E é aqui que Deus entra no sofrimento, comunicando consolo, revitalizando forças e renovando a esperança… é uma ação da graça comum. E mais, por meio dessa graça, Deus desperta a solidariedade, através de gente como os serventes, com quem pode contar no casamento, em Caná da Galiléia!
E onde Deus entra com a justiça? Na conscientização que gera mobilização, e na provocação ao arrependimento, em ambos os casos, por meio do ministério do Espírito Santo de “Convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo” Jo 16.8. Para tanto Deus conta com a Igreja, instruindo-a a “Procurar a paz na cidade para onde fomos desterrados e orar por ela ao Senhor; porque na sua paz nós teremos paz” Jer 29.7.
Ao ordenar que a Igreja procure a paz da cidade, Deus está ordenando envolvimento com os problemas e com a administração da mesma, onde devemos “Abrir a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados… buscando que se julgue retamente e que se faça justiça aos pobres e aos necessitados” Prov 3.8,9. Ao instar-nos a interceder pela cidade, determina-nos a orar em favor dos que “Se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” 1Tm 2.2; para que Deus tenha o coração do imbuído de autoridade na sua mão, porque quando o Senhor pode inclinar tal coração este se torna dessedentador e, portanto, promotor de justiça (Pv 21.1).
Diante de cataclismos como este que ora assistimos, somos, como Igreja, exortados a prática dos três aspectos de nossa ação proclamadora: a profética, que é, antes de tudo, preventiva, denunciando qualquer possibilidade de desvio, exigindo correção de curso, para que se evite o catastrófico, envolvendo-se como parte da solução, por meio da influência que os seus membros podem exercer pessoalmente, e por sua capacidade de mobilização, e de formação de opinião pública; a sacerdotal, intercedendo, principalmente, por saber que só com a força do Senhor é possível, principalmente, à autoridade não ser vencida pelo mal (Mt 6.13) e a diaconal, quando diante do inevitado , que é, ora, o caso, demonstramos, por nossas boas obras, a presença do Deus misericordioso, que, mesmo diante do descaso da humanidade para consigo, não se deixa sem dar testemunho de sua existência e de seu amor.
Ariovaldo Ramos é pastor e escritor, bacharel em filosofia pela USP. Foi presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira) e presidente da Visão Mundial no Brasil. Atualmente ministra na Comunidade Cristã Reformada.
Imagem: Valter Campanato/ABr
O número absurdo de mortos, mortes que poderiam ter sido evitadas se tivéssemos aprendido as lições do ano passado, e, no mínimo providenciado a retirada dos moradores dos locais sob risco iminente, que, por aviso da meteorologia, já eram de antemão conhecidos. Mas as autoridades não cumpriram devido papel.
Bem que Deus nos avisou: "Maldita é a terra por tua causa" Gn 3.17, nossa ruptura com Deus fez de nosso “habitat” um ambiente de sofrimento, e, parece que ainda não absorvemos essa verdade, que fomos nós que fizemos da realidade um ambiente de sofrimento, daí nosso descaso, não assumindo a nossa responsabilidade de diminuir ao máximo possível o que nós mesmos deflagramos, que provoca ainda mais sofrimento, em todas as esferas da ação e do relacionamento humanos.
E nós continuamos a manter e aprofundar esse estado, porque em nossas equivocadas decisões, “Semeamos vento e colhemos tormentas” Os 8.7. Como demonstrado pelas autoridades públicas.
Nosso descuido para com o Planeta, por exemplo, demonstra cabalmente nossa desatenção aos avisos divinos, Deus disse a Noé, logo que aceitou o sacrifício que este lhe ofereceu: “Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, Verão e Inverno, dia e noite.” Gn 8.22 Isto é, Deus deixou claro que manteria o Planeta funcionando, o que significa que qualquer desrespeito para com essa ordem não ficaria impune, a criação reagiria, mantendo a sua lógica de causa e efeito. Toda alteração no processo afeta o resultado climático.
O desmatamento no Norte altera o ciclo de chuvas no Sudeste, segundo o blog Aquecimento Global. Não ouvir Deus tem nos custado muito caro!
Seria muito pior se Deus não tivesse decidido dar testemunho de si, “Fazendo o bem, dando-nos do céu chuvas e estações frutíferas, e enchendo o nosso coração de fartura e de alegria” At 14.17 Isso é o que a teologia reformada chama de “Graça comum”, essa invasão divina ao coração de todo o ser humano, indistintamente, comunicando-nos as suas qualidades, é o que impede que a maldade, que há em nosso coração (Rm 3.12), acabe por dar, exclusivamente, o tom de nossa existência.
E é aqui que Deus entra no sofrimento, comunicando consolo, revitalizando forças e renovando a esperança… é uma ação da graça comum. E mais, por meio dessa graça, Deus desperta a solidariedade, através de gente como os serventes, com quem pode contar no casamento, em Caná da Galiléia!
E onde Deus entra com a justiça? Na conscientização que gera mobilização, e na provocação ao arrependimento, em ambos os casos, por meio do ministério do Espírito Santo de “Convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo” Jo 16.8. Para tanto Deus conta com a Igreja, instruindo-a a “Procurar a paz na cidade para onde fomos desterrados e orar por ela ao Senhor; porque na sua paz nós teremos paz” Jer 29.7.
Ao ordenar que a Igreja procure a paz da cidade, Deus está ordenando envolvimento com os problemas e com a administração da mesma, onde devemos “Abrir a boca a favor do mudo, pelo direito de todos os que se acham desamparados… buscando que se julgue retamente e que se faça justiça aos pobres e aos necessitados” Prov 3.8,9. Ao instar-nos a interceder pela cidade, determina-nos a orar em favor dos que “Se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” 1Tm 2.2; para que Deus tenha o coração do imbuído de autoridade na sua mão, porque quando o Senhor pode inclinar tal coração este se torna dessedentador e, portanto, promotor de justiça (Pv 21.1).
Diante de cataclismos como este que ora assistimos, somos, como Igreja, exortados a prática dos três aspectos de nossa ação proclamadora: a profética, que é, antes de tudo, preventiva, denunciando qualquer possibilidade de desvio, exigindo correção de curso, para que se evite o catastrófico, envolvendo-se como parte da solução, por meio da influência que os seus membros podem exercer pessoalmente, e por sua capacidade de mobilização, e de formação de opinião pública; a sacerdotal, intercedendo, principalmente, por saber que só com a força do Senhor é possível, principalmente, à autoridade não ser vencida pelo mal (Mt 6.13) e a diaconal, quando diante do inevitado , que é, ora, o caso, demonstramos, por nossas boas obras, a presença do Deus misericordioso, que, mesmo diante do descaso da humanidade para consigo, não se deixa sem dar testemunho de sua existência e de seu amor.
Ariovaldo Ramos é pastor e escritor, bacharel em filosofia pela USP. Foi presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira) e presidente da Visão Mundial no Brasil. Atualmente ministra na Comunidade Cristã Reformada.
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