Opinião
- 06 de abril de 2020
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A conhecida receita bíblica para tempos difíceis
Por Rute Salviano Almeida
“Ele muda os tempos e as estações; remove e estabelece os reis; é ele quem dá sabedoria aos sábios e entendimento aos que conhecem.” (Daniel 2.21)
As folhas são símbolo de motivação, indicam que as flores que embelezam a natureza virão e após elas os frutos também virão e saciarão os que os comerem. Mas, quando tudo isso se esvai, quando o canto dos pássaros cessa, quando as folhas caem, como se posicionará o justo?
Enfrentamos, neste outono de 2020, o coronavírus, algo novo e desconhecido e que está causando estragos no mundo inteiro e em todos os setores da sociedade. Como enfrentá-lo? Como manter a fé, a esperança? Como ser expectador passivo, sem ansiedade?
É hora de teste, é hora de provar e reconhecer aqueles que confiam em Deus. Aquele que está plantado junto a ribeiros de água, que dá seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo quando faz prospera (Salmos 1.3).
Quando as circunstâncias externas não estão bem, quando a saúde corre perigo, quando a incerteza campeia, quando o medo se instala, quando parece que Deus se esqueceu de seu povo. Quando Ele parece tão distante. Quando nossas orações não funcionam. Quando não sentimos a Sua presença, porque o outono se faz presente em nossa alma, porque nosso ser interior está vazio, desnudo, infrutífero. O que fazer?
É tempo de voltar ao primeiro amor, é tempo de buscar conhecimento profundo de Deus, porque é o tempo do fim das aparências, e nada que for superficial bastará nesse momento de crise.
É tempo de queda (fall), é tempo de deixar cair, de deixar ir nosso orgulho, nossa prepotência, nosso falso sentimento de segurança, nossa arrogância. É hora de não confiar mais em nós mesmos e entregar todo o controle ao nosso Deus.
É tempo de reflexão, de retorno sedento à fonte da Palavra de Deus, de buscar entender o que nosso Senhor quer falar. Em Daniel 12.10, está escrito que os ímpios nada entenderão, mas os sábios entenderão. O que deposita sua confiança em Deus, entenderá. O que não fica ansioso entenderá. O que se alegra no Senhor, entenderá. O que permanece firme nEle, entenderá. O que é bondoso para com seu próximo, entenderá. O que deixa tudo diante do altar de Deus, orando, suplicando e agradecendo, entenderá.
É essa a nossa âncora, essa é a corda firme a qual nos agarramos, essa é a nossa segurança, o nosso refúgio, a Palavra de Deus, que não muda e que afirma: "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR Deus é uma rocha eterna" (Isaías 26.3-4).
Sabemos que o tempo agora é de reclusão, é de oração, é de clamor e obediência. Como afirma Salomão em Eclesiastes 3: “Tudo tem uma ocasião certa, e há um tempo certo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de abraçar e tempo de deixar de abraçar". E mais: "Tudo que ele fez é apropriado ao seu tempo. Também colocou a eternidade no coração do homem; mesmo assim, ele jamais chega a compreender inteiramente o que Deus fez”.
É tempo de preparação para o inverno. É tempo de preparação para o que ainda poderá acontecer e somente firmados em Deus e alimentados por Sua Palavra, resistiremos. Qual é a receita para passar por esse outono, por esse período de instabilidade mundial?
A receita é a mesma, é a de sempre, é a bíblica, como a de Paulo aos filipenses 4. 1-7:
- Permanecei firmes no Senhor;
- Alegrai-vos sempre no Senhor;
- Sede bondosos;
- Não andeis ansiosos por coisa alguma (coronavírus incluído);
- Façam seus pedidos conhecidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graça.
E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Maravilhosa promessa, maravilhosa recompensa: desfrutar da paz de Deus.
Que, como Seus filhos, mesmo não entendendo completamente, possamos suplicar por sabedoria e reconhecer os sinais dos tempos e sentir a eternidade em nossos corações e sermos movidos por ela, não pelo que vemos, ou pelo aqui e agora.
Nesse outono de provação, de quarentena, de riscos de contaminação, estejamos purificados com a água viva, que é Cristo e ungidos com o óleo do Espírito Santo que protegerá nossa mente e nosso coração. Não nos cabe mais indiferença espiritual, relativismo, ausência de valores morais, mas sim, nos compete, como discípulos de Cristo: empatia pelo próximo, respeito às autoridades e tributo ao nosso Rei dos reis e Senhor dos senhores, o que era, é e há de vir, nosso Deus todo poderoso. A Ele a honra e a glória!
Que Ele nos abençoe e guarde em Sua paz! Amém.
Mestre em teologia e pós-graduada em história do cristianismo, é autora de Vozes Femininas nos Avivamentos (Ultimato), além de Vozes Femininas no Início do Cristianismo, Uma Voz Feminina Calada pela Inquisição, Uma Voz Feminina na Reforma e Vozes Femininas no Início do Protestantismo Brasileiro (Prêmio Areté 2015).
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