Opinião
- 27 de março de 2009
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A ciência precisa da religião?*
Porém, manter ciência e religião separadas de forma que elas não lutem entre si é apenas metade da história. Na perspectiva pós-modernista nenhuma delas pode reivindicar superioridade; no entanto, muitos cientistas não veem a coisa assim. Eles pensam que a ciência pode ainda reivindicar veracidade em um sentido objetivo, mostrando o que é verdadeiro para todos em todos os tempos. Ela ainda seria a expressão da racionalidade humana. O resultado dessa perspectiva é que a religião, mesmo se insulada de acusações de falsidade evidente, passa a ser compreendida como operando em uma área na qual o tipo de verdade literal reivindicado pela ciência não é válido. Neste caso, diríamos que ela fala de “valores”, em distinção aos “fatos”. Sua preocupação seria com o sentido e o propósito que damos às nossas vidas, e ela não poderia ser vista como se pondo em rivalidade com a ciência. Verdade seria o que a ciência nos diz. A religião lidaria com questões pessoais. Em outras palavras, a ciência seria objetiva, e a religião, subjetiva. A ciência seria o produto da razão, e a religião o fruto de alguma faculdade misteriosa chamada “fé”. A ciência nos falaria sobre o mundo. A religião permitiria a cada um de nós efetivar por nós mesmos o que consideramos importante. A ciência poderia manter o seu lugar no mundo público. A religião seria um assunto privado.
Se a ciência é o árbitro da verdade, e não pode lidar com eventos não físicos, cai excluída por definição qualquer possibilidade de intervenção divina, ou sobrenatural, no mundo físico (de um modo que, incidentalmente, exclui reivindicações básicas da doutrina cristã sobre a encarnação e a ressurreição).
Assim, a recusa da ciência de cooperar com a religião leva inevitavelmente à visão de que a religião não adiciona nada à nossa compreensão do funcionamento do mundo investigado pela ciência. O que é aceito como conhecimento tem de ser submetido a padrões públicos de teste, por meio de observação, medição e experimento. A ciência é feita o árbitro do conhecimento aceitável, e seus métodos definem a verdade.
Qualquer coisa fora do alcance da ciência é considerada indemonstrável. Isto está apenas a um pulo da visão positivista de que o que não pode ser cientificamente testado e verificado é sem sentido.
Se a ciência é o árbitro da verdade, e não pode lidar com eventos não físicos, cai excluída por definição qualquer possibilidade de intervenção divina, ou sobrenatural, no mundo físico (de um modo que, incidentalmente, exclui reivindicações básicas da doutrina cristã sobre a encarnação e a ressurreição).
Assim, a recusa da ciência de cooperar com a religião leva inevitavelmente à visão de que a religião não adiciona nada à nossa compreensão do funcionamento do mundo investigado pela ciência. O que é aceito como conhecimento tem de ser submetido a padrões públicos de teste, por meio de observação, medição e experimento. A ciência é feita o árbitro do conhecimento aceitável, e seus métodos definem a verdade.
Qualquer coisa fora do alcance da ciência é considerada indemonstrável. Isto está apenas a um pulo da visão positivista de que o que não pode ser cientificamente testado e verificado é sem sentido.
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