Opinião
- 27 de março de 2009
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A ciência precisa da religião?*
Muitos cientistas desejam aceitar só metade da estória, a saber, que a religião e a ciência não têm nada a ver uma com a outra.
Eles são bem mais relutantes em seguir com a ideia pós-moderna de que a ciência não é um produto da razão, e não pode reivindicar verdade. É uma premissa compartilhada em ciência de que suas reivindicações, se verdadeiras, o são em todos os tempos e lugares. Elas são igualmente válidas em Washington e em Pequim. E concernem a leis físicas que se aplicam tanto aqui e agora, como também aos limites do universo e ao princípio do tempo.
Separando ciência e religião
O biólogo evolucionário Stephen Jay Gould adotou a ideia por ele denominada “magistérios não-superpostos”.1 Com isso ele quis dizer que religião e ciência teriam cada uma a sua área de interesse, mas seriam diferentes e não teriam nada que dizer uma à outra. Em outras palavras, a linguagem religiosa não estaria no “negócio” de descrever fatos do modo como a ciência o faz. A ciência diz o que acontece, ao passo que à religião fica a tarefa de responder “por quê”. Ciência e religião não estariam na mesma esfera de discurso. Elas não poderiam argumentar entre si porque tem funções diferentes.
Este quadro de uma separação absoluta entre ciência e religião tem seus atrativos para aqueles que gostariam de impedir a religião de dizer qualquer coisa à ciência, respeitando ao mesmo tempo a sua liberdade para operar em sua própria esfera. Desse modo, a ciência é libertada de reivindicações autoritárias, derivadas de alguma hierarquia eclesiástica ou de interpretações da Bíblia. A razão científica é mantida livre de quaisquer considerações teológicas, poupando-se da necessidade de lidar com as confusões advindas do confronto com a crença religiosa. Ciência e religião podem seguir seus próprios caminhos. Isto se encaixa com as tentativas atuais, não apenas de manter igreja e estado separados, mas também de fazer da religião um assunto pessoal e privado, em distinção ao papel público da ciência.
Eles são bem mais relutantes em seguir com a ideia pós-moderna de que a ciência não é um produto da razão, e não pode reivindicar verdade. É uma premissa compartilhada em ciência de que suas reivindicações, se verdadeiras, o são em todos os tempos e lugares. Elas são igualmente válidas em Washington e em Pequim. E concernem a leis físicas que se aplicam tanto aqui e agora, como também aos limites do universo e ao princípio do tempo.
Separando ciência e religião
O biólogo evolucionário Stephen Jay Gould adotou a ideia por ele denominada “magistérios não-superpostos”.1 Com isso ele quis dizer que religião e ciência teriam cada uma a sua área de interesse, mas seriam diferentes e não teriam nada que dizer uma à outra. Em outras palavras, a linguagem religiosa não estaria no “negócio” de descrever fatos do modo como a ciência o faz. A ciência diz o que acontece, ao passo que à religião fica a tarefa de responder “por quê”. Ciência e religião não estariam na mesma esfera de discurso. Elas não poderiam argumentar entre si porque tem funções diferentes.
Este quadro de uma separação absoluta entre ciência e religião tem seus atrativos para aqueles que gostariam de impedir a religião de dizer qualquer coisa à ciência, respeitando ao mesmo tempo a sua liberdade para operar em sua própria esfera. Desse modo, a ciência é libertada de reivindicações autoritárias, derivadas de alguma hierarquia eclesiástica ou de interpretações da Bíblia. A razão científica é mantida livre de quaisquer considerações teológicas, poupando-se da necessidade de lidar com as confusões advindas do confronto com a crença religiosa. Ciência e religião podem seguir seus próprios caminhos. Isto se encaixa com as tentativas atuais, não apenas de manter igreja e estado separados, mas também de fazer da religião um assunto pessoal e privado, em distinção ao papel público da ciência.
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