Opinião
- 27 de março de 2009
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A ciência precisa da religião?*
Roger Trigg
O Poder da Razão
A ideia de que a ciência seja qualquer coisa menos autossuficiente ou o exemplo supremo da razão humana pode parecer extraordinária para muitos no princípio do século 21.
“Certamente” -- dirão eles -- “a ciência é, sim, a própria fonte do conhecimento, e o critério de tudo o que for racionalmente aceitável.” A possibilidade de que ela necessite de justificação posterior, muito menos de um tipo religioso, será desconsiderada imediatamente por estes. Por essa razão, a ciência muitas vezes passa a impressão de ser segura e autoconfiante, e a fé religiosa, a impressão de sempre recuar frente ao avanço do conhecimento científico. Algumas vezes os crentes religiosos colocam a sua fé na inabilidade atual da ciência de explicar alguma coisa. Tal é, no entanto, uma estratégia arriscada. O mero fato de que nós não sabemos o que causa alguma coisa não significa que devamos tomar Deus como a causa evidente. O problema pode ser resultante de uma ignorância temporária de nossa parte. Com um maior progresso científico, a lacuna em nosso conhecimento pode ser preenchida, e mais uma razão para a fé ser removida. O assim-chamado “Deus das lacunas” é um Deus que não fornece segurança, e que rapidamente pode ser tornado desnecessário.
O recuo contínuo da fé foi representado de forma memorável no famoso poema “Dover Beach”, de Matthew Arnold, na metade do século 19 (que hoje consideramos ter sido uma época religiosa). Observando a descida da maré, ele se referiu ao “mar da fé” e “seu melancólico e longo bramido de ressaca”. A frase é muito citada e ainda tem certa ressonância. É fácil pensar que a ciência seria uma das causas principais da queda da crença religiosa, fato tão sem remorsos e predizível como o recuo do mar depois da maré alta. De fato a noção sociológica de secularização traz consigo muito dessas implicações.
O Poder da Razão
A ideia de que a ciência seja qualquer coisa menos autossuficiente ou o exemplo supremo da razão humana pode parecer extraordinária para muitos no princípio do século 21.
“Certamente” -- dirão eles -- “a ciência é, sim, a própria fonte do conhecimento, e o critério de tudo o que for racionalmente aceitável.” A possibilidade de que ela necessite de justificação posterior, muito menos de um tipo religioso, será desconsiderada imediatamente por estes. Por essa razão, a ciência muitas vezes passa a impressão de ser segura e autoconfiante, e a fé religiosa, a impressão de sempre recuar frente ao avanço do conhecimento científico. Algumas vezes os crentes religiosos colocam a sua fé na inabilidade atual da ciência de explicar alguma coisa. Tal é, no entanto, uma estratégia arriscada. O mero fato de que nós não sabemos o que causa alguma coisa não significa que devamos tomar Deus como a causa evidente. O problema pode ser resultante de uma ignorância temporária de nossa parte. Com um maior progresso científico, a lacuna em nosso conhecimento pode ser preenchida, e mais uma razão para a fé ser removida. O assim-chamado “Deus das lacunas” é um Deus que não fornece segurança, e que rapidamente pode ser tornado desnecessário.
O recuo contínuo da fé foi representado de forma memorável no famoso poema “Dover Beach”, de Matthew Arnold, na metade do século 19 (que hoje consideramos ter sido uma época religiosa). Observando a descida da maré, ele se referiu ao “mar da fé” e “seu melancólico e longo bramido de ressaca”. A frase é muito citada e ainda tem certa ressonância. É fácil pensar que a ciência seria uma das causas principais da queda da crença religiosa, fato tão sem remorsos e predizível como o recuo do mar depois da maré alta. De fato a noção sociológica de secularização traz consigo muito dessas implicações.
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