Opinião
- 12 de maio de 2015
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A centralidade de Cristo na música
Jesus Cristo é a figura central da música sacra cristã. O Cristianismo contribuiu consideravelmente para a constituição do patrimônio histórico e artístico do Ocidente. A música sacra começou, na presença de Jesus, com a Ceia, que foi concluída com o canto de um hino (Mateus 26.17-30). Desde então, o canto faz parte do culto.
Compositores do mais alto gabarito dedicaram inúmeras obras musicais à pessoa de Jesus. No Ocidente, a Igreja foi o crisol das inovações musicais. Na música sacra é revelada uma das pessoas da Santíssima Trindade para que se torne mais fácil a aproximação do Homem com Deus.
Cremos que Deus Pai preparou, e os compositores completaram, para os que O amam, as obras musicais. Desde a Idade Média (pouco sabemos a respeito da música cristã na Antiguidade), essas obras se referem às coisas “que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem” (1 Coríntios 2. 9; Isaías 64.4).
Quem ouve a música sacra, poderá ouvir Aquele que enviou Jesus. Quem ouve as obras sacras, é porque quer ouvir a voz de Jesus. Essas obras são uma espécie de teologia musical. Johann Sebastian Bach chegou a ser apelidado de “quinto evangelista”. Jaroslav Pelikan afirmou que, se todas as obras doutrinárias de Martin Luther fossem perdidas, a essência delas poderia ser reconstituída pelo estudo da música de Bach.
Através dos séculos, compositores nos períodos renascentista (1450-1600), barroco (1600-1750), clássico (1750-1820), romântico (1820-1920) e moderno (1920-2000) usaram os recursos de sua sensibilidade, de sua intuição e de sua capacitação técnica para celebrar a pessoa de Jesus Cristo. No período renascentista, se tivermos espírito curioso, procuraremos os hinos de Martin Luther e Johann Walter, as missas de John Taverner e Giovanni Pierluigi Palestrina. Na era barroca, teremos a originalidade de Dietrich Buxtehude, a singularidade de Georg-Friedrich Haendel e a imensidão da obra sacra de Johann Sebastian Bach para ser ouvida e apreciada. Entre os clássicos, deveremos selecionar as obras religiosas de Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. No século romântico, seremos cuidadosos na escolha de obras de intenção religiosa produzidas por Felix Mendelssohn, César-Auguste Franck e Joseph Rheinberger. Os modernos John Tavener, Henrik Górecki e Arvo Pärt tiveram a coragem moral de cultivar a música religiosa num ambiente artístico onde predominam o ceticismo e a incredulidade.
Em nossa opinião, onde mais central é a posição de Jesus na música pode-se perceber na coleção de sete cantatas, intitulada “Membra Jesus Christi”, de Buxtehude, que comentam as dores corporais de Cristo na cruz, no oratório “Messias”, de Haendel, e na “Paixão, segundo São Mateus”, de Bach. Em resumo: a música de Bach é profundamente cristocêntrica.
• Roberto Torres Hollanda, 86 anos, mais conhecido pelo pseudônimo Rolando de Nassau, é crítico musical d’“O Jornal Batista” desde dezembro de 1951, quando tinha acabado de completar seu 22° aniversário. Formado em direito e administração, Hollanda tem três livros publicados: “Introdução à Música Sacra” (1957), “Nassau -- dicionário de música evangélica” (1994) e “Bach -- vida e obra sacra”, além da tradução de “La Prière d'après les Catéchismes de la Reformation”, de Karl Barth.
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Cremos que Deus Pai preparou, e os compositores completaram, para os que O amam, as obras musicais. Desde a Idade Média (pouco sabemos a respeito da música cristã na Antiguidade), essas obras se referem às coisas “que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem” (1 Coríntios 2. 9; Isaías 64.4).
Quem ouve a música sacra, poderá ouvir Aquele que enviou Jesus. Quem ouve as obras sacras, é porque quer ouvir a voz de Jesus. Essas obras são uma espécie de teologia musical. Johann Sebastian Bach chegou a ser apelidado de “quinto evangelista”. Jaroslav Pelikan afirmou que, se todas as obras doutrinárias de Martin Luther fossem perdidas, a essência delas poderia ser reconstituída pelo estudo da música de Bach.
Através dos séculos, compositores nos períodos renascentista (1450-1600), barroco (1600-1750), clássico (1750-1820), romântico (1820-1920) e moderno (1920-2000) usaram os recursos de sua sensibilidade, de sua intuição e de sua capacitação técnica para celebrar a pessoa de Jesus Cristo. No período renascentista, se tivermos espírito curioso, procuraremos os hinos de Martin Luther e Johann Walter, as missas de John Taverner e Giovanni Pierluigi Palestrina. Na era barroca, teremos a originalidade de Dietrich Buxtehude, a singularidade de Georg-Friedrich Haendel e a imensidão da obra sacra de Johann Sebastian Bach para ser ouvida e apreciada. Entre os clássicos, deveremos selecionar as obras religiosas de Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig van Beethoven. No século romântico, seremos cuidadosos na escolha de obras de intenção religiosa produzidas por Felix Mendelssohn, César-Auguste Franck e Joseph Rheinberger. Os modernos John Tavener, Henrik Górecki e Arvo Pärt tiveram a coragem moral de cultivar a música religiosa num ambiente artístico onde predominam o ceticismo e a incredulidade.
Em nossa opinião, onde mais central é a posição de Jesus na música pode-se perceber na coleção de sete cantatas, intitulada “Membra Jesus Christi”, de Buxtehude, que comentam as dores corporais de Cristo na cruz, no oratório “Messias”, de Haendel, e na “Paixão, segundo São Mateus”, de Bach. Em resumo: a música de Bach é profundamente cristocêntrica.
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