Opinião
- 02 de maio de 2016
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A Babilônia é aqui!
Pressionado pela política das grandes nações. Ouvindo vozes de falsos profetas que repetem com convicção: “paz! paz!” Testemunhando governantes corruptos subirem ao trono um após outro. Sendo guiado por líderes que agem como pastores que destroem as ovelhas. Vendo os tesouros do templo serem levados por alianças espúrias com pretensos aliados. A fome acompanhando os mais pobres como uma companhia indesejada. Perdendo seus jovens e promissores profissionais para outros centros. Assistindo ao desaparecimento dos elementos estruturadores da sociedade: a terra, a cidade e o templo. Rechaçando os profetas e seus vaticínios como palavras de lunáticos radicais. Marchando em direção ao exílio onde permanecerá por setenta anos.
Israel estava no exílio. O povo havia sido levado para a Babilônia, desterrado em virtude de seus contínuos pecados. Os mesmos profetas que haviam predito o exílio profetizaram o retorno. Ainda havia esperança.
Tempos de sofrimento eram também tempos de revisão de vida e redirecionamento de caminhada.
Estamos no exílio. Sim, em pleno século 21, nós, brasileiros, estamos na Babilônia. A história de Israel revive em nossa história. Vivemos a consequência de nossos pecados individuais, coletivos, estruturais. Nossas lideranças políticas, com raras exceções, nos enganam, nos vendem, são falsos profetas de uma paz cada vez mais distante. Os donos do capital vendem e compram corrupção.
Os poderes que estruturam nossa nação estão tão destruídos como os muros de Jerusalém e as colunas do templo. Não sobrou tijolo sobre tijolo.
Nossos tesouros, nossos muitos tesouros têm sido entregues em negociatas combinadas nas sombras da noite e comemoradas sob a luz de gabinetes com carpetes ou em restaurantes luxuosos.
Nossos pobres, como sempre, choram e lamentam as dores do passado e a desesperança do futuro.
Os jovens talentosos de nosso povo têm sido levados por multinacionais e universidades de países ricos. Não querem mais viver aqui.
Ficamos calados, sem resposta, quando nossos filhos nos perguntam sobre o futuro.
Estamos na Babilônia! E, o que é pior, não há profetas para predizer o retorno à nossa terra. E aqueles que o fazem têm sotaque, cheiro e jeito de falsos profetas.
Estamos na Babilônia! Quando voltaremos para nosso querido Brasil? Quando os reis, os governantes, os poderosos permitirão que retornemos? Daqui a setenta anos? Quem nos dera termos um Jeremias que nos desse tal esperança!
Quando acabarão as mentiras, as corrupções, os desvios, os desmandos, os líderes enganadores?
Quando voltaremos para o Brasil, meu Deus?
• João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas (SP), e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.
Foto: Malina/Freeimages
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Ficamos calados, sem resposta, quando nossos filhos nos perguntam sobre o futuro.
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Estamos na Babilônia! Quando voltaremos para nosso querido Brasil? Quando os reis, os governantes, os poderosos permitirão que retornemos? Daqui a setenta anos? Quem nos dera termos um Jeremias que nos desse tal esperança!
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Quando voltaremos para o Brasil, meu Deus?
• João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas (SP), e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.
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