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- 31 de março de 2009
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A aula do cardeal Arinze na Universidade de Dallas
A aula que o cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, deu na Universidade de Dallas, publicada em “L'Osservatore Romano” e no “Comunicado Mensal da CNBB”, de junho de 2008, colocou Jesus Cristo lá em cima. Segundo ele, para dissipar qualquer dúvida é preciso dar importância fundamental à unicidade de Jesus Cristo, pois “foi a segunda pessoa da Santíssima Trindade que assumiu a natureza humana para a nossa salvação”. Arinze cita o versículo mais conhecido da Bíblia -- “Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu o seu Filho único” (Jo 3.16) --, diz que Jesus é nosso caminho para o Pai (Jo 14.6) e lembra a proclamação da unicidade de Cristo feita por Pedro, perante o Sinédrio: “Não há salvação em nenhum outro” (At 4.12). À vista disso tudo, afirma o cardeal, “Jesus é o único Redentor de cada ser humano” e “não existe e nunca existirá outro como ele”.
Trata-se de um testemunho público de grande valor diante de uma sociedade que nada entende de pecado e salvação. A aula do cardeal Arinze foi um discurso profundamente evangélico, frequente no púlpito das igrejas protestantes.
Todavia, o prefeito da Congregação para o Culto Divino arrefece o vigor de suas palavras quando, na mesma preleção, repete o velho refrão de que “a Igreja no desígnio divino é o sacramento universal de salvação e a partir do momento que está intimamente unida a Cristo, a sua cabeça, tem uma relação indispensável com a salvação de cada pessoa”. Arinze declara abertamente que não podem salvar-se aqueles que “não quiserem entrar na Igreja ou nela permanecerem”. Ele é mais explícito ainda quando diz que “é errado considerar a Igreja como um caminho da salvação ao lado dos que forem constituídos por outras religiões”. O que o cardeal está afirmando é a velha tese de que “fora da Igreja não há salvação”. O bonito discurso inicial, da unicidade do cristão, cai por terra.
Mais explícito ainda do que o cardeal Arinze foi Giuseppe Monti, aquele italiano que se converteu à Igreja Católica antes de ser executado por seus crimes em Roma, em novembro de 1868. Em seu testamento espiritual, Monti fez uma afirmação: “Só a religião católica é que abre as portas do céu aos seus fiéis”. E, depois, fez um apelo: “Ah! Amai a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, fora da qual não há salvação”. Isso foi publicado em “O apóstolo”, o único jornal católico do Rio de Janeiro na década de 1860 (21 de fevereiro de 1869, p. 60). Nesse aspecto, não houve mudança na Igreja nos 140 anos que separam o cardeal Arinze do convertido Monti. O que causa um grande prejuízo à unicidade de Jesus Cristo!
Elben César
Trata-se de um testemunho público de grande valor diante de uma sociedade que nada entende de pecado e salvação. A aula do cardeal Arinze foi um discurso profundamente evangélico, frequente no púlpito das igrejas protestantes.
Todavia, o prefeito da Congregação para o Culto Divino arrefece o vigor de suas palavras quando, na mesma preleção, repete o velho refrão de que “a Igreja no desígnio divino é o sacramento universal de salvação e a partir do momento que está intimamente unida a Cristo, a sua cabeça, tem uma relação indispensável com a salvação de cada pessoa”. Arinze declara abertamente que não podem salvar-se aqueles que “não quiserem entrar na Igreja ou nela permanecerem”. Ele é mais explícito ainda quando diz que “é errado considerar a Igreja como um caminho da salvação ao lado dos que forem constituídos por outras religiões”. O que o cardeal está afirmando é a velha tese de que “fora da Igreja não há salvação”. O bonito discurso inicial, da unicidade do cristão, cai por terra.
Mais explícito ainda do que o cardeal Arinze foi Giuseppe Monti, aquele italiano que se converteu à Igreja Católica antes de ser executado por seus crimes em Roma, em novembro de 1868. Em seu testamento espiritual, Monti fez uma afirmação: “Só a religião católica é que abre as portas do céu aos seus fiéis”. E, depois, fez um apelo: “Ah! Amai a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, fora da qual não há salvação”. Isso foi publicado em “O apóstolo”, o único jornal católico do Rio de Janeiro na década de 1860 (21 de fevereiro de 1869, p. 60). Nesse aspecto, não houve mudança na Igreja nos 140 anos que separam o cardeal Arinze do convertido Monti. O que causa um grande prejuízo à unicidade de Jesus Cristo!
Elben César
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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