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- 13 de outubro de 2017
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43 mil adolescentes poderão ser mortos até 2021 nos grandes municípios brasileiros
Em municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, a taxa de assassinatos de jovens chegou a 3,65 por mil adolescentes — ou seja, para cada mil adolescentes que completam 12 anos, mais de três são vítimas de homicídios antes de chegar aos 19 anos. Divulgado nesta semana pelo Índice de Homicídios na Adolescência 2014 (IHA), o número é o mais alto já registrado pela pesquisa, elaborada desde 2005. Levantamento alerta para a situação do Nordeste, que concentra sete das dez capitais brasileiras mais perigosas para a juventude.
Realizado pelo governo brasileiro em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o estudo alerta que, se as condições que prevaleciam em 2014 não mudarem, 43 mil adolescentes poderão ser mortos, entre 2015 e 2021, nos 300 municípios analisados. A estimativa diz respeito somente às cidades com mais de 100 mil habitantes. O IHA é calculado para cada grupo de mil pessoas entre 12 e 18 anos.
Fortaleza tem o maior índice, com 10,94 homicídios para cada grupo de mil jovens na faixa etária visada pelo relatório. Na lista com as dez capitais mais violentas, a cidade é seguida por Maceió (9,37), Vitória (7,68), João Pessoa (7,34), Natal (7,10), Salvador (6,87), São Luís (6,68), Teresina (6,59), Belém (5,32) e Goiânia (4,76). As cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo ocupam, respectivamente, a 19ª e a 22ª posição entre as capitais, com IHAs 2,71 e 2,19.
Segundo a pesquisa, em quase todos os estados do Nordeste, com exceção de Pernambuco, há pelo menos dois municípios com índices superiores a 6. A região apresenta o IHA médio mais elevando — 6,5. Se a situação não melhorar, 16,5 mil jovens nordestinos poderão ser mortos de 2015 a 2021.
O cenário alarmante é sintoma do acúmulo de altas no IHA regional — de 2005 a 2014, a taxa do Nordeste passou de pouco menos de 3 para quase 7. A segunda região mais violenta do Brasil, o Norte, tem um índice de homicídios contra adolescentes de 3,9.
Desde 2012, o número dos adolescentes entre 12 e 18 anos morrendo por agressão é proporcionalmente mais alto do que do resto da população brasileira — 31,6 para cada 100 mil adolescentes em 2014 comparados com 29,7 para cada 100 mil pessoas no geral.
O IHA é elaborado em parceria entre o UNICEF, o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ). Acesso o relatório sobre 2014 clicando aqui.
Questão racial e de gênero
Os cálculos do IHA também abordam parâmetros de gênero, cor, idade e meio utilizado no homicídio. Em 2014, os adolescentes do sexo masculino tinham um risco 13,52 vezes superior ao das adolescentes do sexo feminino, e os adolescentes negros, um risco 2,88 vezes superior ao dos brancos. As chances de ser morto por arma de fogo é 6,11 vezes maior do que por outros meios.
Outro estudo conduzido pelo UNICEF, em colaboração com a Assembleia Legislativa do Ceará e o governo do estado, traz uma análise de homicídios ocorridos em Fortaleza e em outros seis municípios cearenses, com conclusões semelhantes. As vítimas eram, na maioria, meninos (97,95%) e negros ou pardos (65,75%), moradores das periferias.
Os adolescentes assassinados eram, em sua maioria, pobres – 67,1% viviam em lares com renda familiar entre um e dois salários mínimos – e 70% estavam fora da escola há pelo menos seis meses. Em Fortaleza, metade dos homicídios de adolescentes aconteceu em média a 500 metros da casa da vítima.
Fonte: Onu/Brasil.
Realizado pelo governo brasileiro em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o estudo alerta que, se as condições que prevaleciam em 2014 não mudarem, 43 mil adolescentes poderão ser mortos, entre 2015 e 2021, nos 300 municípios analisados. A estimativa diz respeito somente às cidades com mais de 100 mil habitantes. O IHA é calculado para cada grupo de mil pessoas entre 12 e 18 anos.
Fortaleza tem o maior índice, com 10,94 homicídios para cada grupo de mil jovens na faixa etária visada pelo relatório. Na lista com as dez capitais mais violentas, a cidade é seguida por Maceió (9,37), Vitória (7,68), João Pessoa (7,34), Natal (7,10), Salvador (6,87), São Luís (6,68), Teresina (6,59), Belém (5,32) e Goiânia (4,76). As cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo ocupam, respectivamente, a 19ª e a 22ª posição entre as capitais, com IHAs 2,71 e 2,19.
Segundo a pesquisa, em quase todos os estados do Nordeste, com exceção de Pernambuco, há pelo menos dois municípios com índices superiores a 6. A região apresenta o IHA médio mais elevando — 6,5. Se a situação não melhorar, 16,5 mil jovens nordestinos poderão ser mortos de 2015 a 2021.
O cenário alarmante é sintoma do acúmulo de altas no IHA regional — de 2005 a 2014, a taxa do Nordeste passou de pouco menos de 3 para quase 7. A segunda região mais violenta do Brasil, o Norte, tem um índice de homicídios contra adolescentes de 3,9.
Desde 2012, o número dos adolescentes entre 12 e 18 anos morrendo por agressão é proporcionalmente mais alto do que do resto da população brasileira — 31,6 para cada 100 mil adolescentes em 2014 comparados com 29,7 para cada 100 mil pessoas no geral.
O IHA é elaborado em parceria entre o UNICEF, o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ). Acesso o relatório sobre 2014 clicando aqui.
Questão racial e de gênero
Os cálculos do IHA também abordam parâmetros de gênero, cor, idade e meio utilizado no homicídio. Em 2014, os adolescentes do sexo masculino tinham um risco 13,52 vezes superior ao das adolescentes do sexo feminino, e os adolescentes negros, um risco 2,88 vezes superior ao dos brancos. As chances de ser morto por arma de fogo é 6,11 vezes maior do que por outros meios.
Outro estudo conduzido pelo UNICEF, em colaboração com a Assembleia Legislativa do Ceará e o governo do estado, traz uma análise de homicídios ocorridos em Fortaleza e em outros seis municípios cearenses, com conclusões semelhantes. As vítimas eram, na maioria, meninos (97,95%) e negros ou pardos (65,75%), moradores das periferias.
Os adolescentes assassinados eram, em sua maioria, pobres – 67,1% viviam em lares com renda familiar entre um e dois salários mínimos – e 70% estavam fora da escola há pelo menos seis meses. Em Fortaleza, metade dos homicídios de adolescentes aconteceu em média a 500 metros da casa da vítima.
Fonte: Onu/Brasil.
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