Opinião
- 23 de julho de 2021
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4 passos para a comunicação ministerial na era da polarização
Por Neriel Lopez
Estamos vivendo em uma época conturbada. A polarização tem tomado conta das mídias sociais e transformado a missão do ministério de comunicação cada vez mais delicada. Posicionar-se ou não? Qual é a melhor maneira de construir uma cultura de respeito, boa convivência e paz entre os membros de uma congregação? Como cuidar da imagem da igreja, da perspectiva do ministério de comunicação?
Um ambiente polarizado requer um conjunto muito diferente de habilidades. As tentações em um contexto polarizado são: tomar partido (lutar) ou fugir da briga (fugir). Mas há um terceiro caminho, uma terceira via, que vai além da fuga ou da luta nesse emaranhado de relacionamentos polarizados. Esse caminho requer alguns pontos a serem observados pela liderança e pela equipe:
Comunique com clareza
Nesse ambiente é necessário que o ministério tenha por princípio essa clareza, tanto internamente, como também com os outros. A clareza interna requer que conheçam e ajam de acordo com os valores e princípios essenciais. O importante é conhecer a missão da igreja local, alinhada à missão da Igreja de Cristo. Quando sabemos quem somos e no que acreditamos, naturalmente comunicamos essa clareza aos outros. É necessário que toda a equipe esteja alinhada e engajada nessa missão. A clareza com os outros requer, portanto, clareza interna, transparência e coragem relacional – a disposição de revelar as próprias crenças e valores, mesmo correndo o risco de rejeição ou ridículo. Jesus demonstra essa clareza e coragem em seu sermão inaugural em sua cidade natal de Nazaré, quando reivindicou um manto profético e desafiou os habitantes da cidade a compreender Deus em termos universais (em vez de tribais).
Exercite a compaixão
Compaixão e clareza estão juntas. A clareza nos leva a falar com convicção. A compaixão nos convida a ouvir com respeito e atenção. É nesse ambiente, entre a clareza e a compaixão, que se constrói a confiança. Temos a tendência de respeitar os líderes que sabem em que acreditam, mas estão igualmente interessados em aprender sobre nossas crenças e experiências. A compaixão genuína também requer a compreensão das múltiplas fontes de identidade e experiências de vida que moldam as perspectivas radicalmente diferentes dos seres humanos. A compaixão não requer concordância. Não precisamos concordar com posicionamentos e argumentos. A compaixão requer que eu reconheça a dignidade de outro ser humano e me comprometa a tentar compreender sua perspectiva. Essa tentativa cria um vínculo humano que pode superar a polarização.
Tenha coragem
Tempos polarizados exigem coragem. É preciso coragem para iniciar um processo de escuta e mudança em uma questão altamente polarizada. A comunicação requer entrar na tempestade do conflito, enquanto se apega às próprias convicções e compaixão. Comunicar sempre de maneira clara e com atitudes que condizem com os princípios adotados. Coragem para defender os argumentos construídos com sobre os princípios da inerrante Palavra de Deus.
Estabeleça uma conexão
Para sobreviver num ambiente polarizado é necessário também estabelecer uma conexão interna com seus próprios valores, crenças e emoções. Dessa maneira poderemos nos conectar então com a equipe do ministério, com os membros de nossa congregação e com a comunidade em que estamos inseridos. Permanecer conectado, inclusive com nossos inimigos, requer o reconhecimento de que eles também têm dignidade. A conexão pode ter o maior impacto no nível da comunidade. Embora os processos de diálogo estruturado tenham seu lugar, é no processo de trabalho em conjunto (ainda mais do que na conversa) que os laços genuínos de amizade são forjados.
Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. (1 Pedro 3:8 - NVI)
Polarização transformadora
Que passos podemos dar para superar as tendências polarizadoras em nós mesmos, em nossos relacionamentos e em outros sistemas sociais? Dentro de nós mesmos, podemos começar recusando-nos a desprezar os outros, honrando a dignidade inerente a cada ser humano, ampliando nosso conhecimento e falando além dos binários de nosso discurso típico. No contexto de nossos relacionamentos, podemos nos comprometer a buscar primeiro entender (antes de tentar ser compreendido), convidando ao diálogo e permanecendo conectado em meio a desentendimentos.
Em nossas congregações, podemos trabalhar para desenterrar as questões subjacentes (em vez de nos concentrar demais na questão identificada), fortalecer as conexões entre os membros e examinar os padrões históricos (incluindo traumas históricos) que podem estar nos mantendo alienados.
A preocupação com a nossa língua, o cuidado em não falar algo de que depois nos arrependemos, deu lugar, no contexto digital, ao cuidado com o que se escreve. O poder de palavra escrita e de uma imagem postada deve ser uma preocupação constante nos ministérios de comunicação. Fortaleça os laços de sua equipe, criando um ambiente onde não há espaço para opiniões próprias, polarizadas, e sim uma forte relação com os princípios das Escrituras, que deve ser o que norteia pensamentos e atitudes.
• Neriel Lopez, profissional com mais de 30 anos de experiência na área de comunicação e marketing. Formado em Publicidade e Propaganda, pela PUCCAMP e com MBA em Comunicação em Marketing, pela Metrocamp. É CEO da Editora Literal. E diretor da NLopez Comunicação.
Estamos vivendo em uma época conturbada. A polarização tem tomado conta das mídias sociais e transformado a missão do ministério de comunicação cada vez mais delicada. Posicionar-se ou não? Qual é a melhor maneira de construir uma cultura de respeito, boa convivência e paz entre os membros de uma congregação? Como cuidar da imagem da igreja, da perspectiva do ministério de comunicação?
Um ambiente polarizado requer um conjunto muito diferente de habilidades. As tentações em um contexto polarizado são: tomar partido (lutar) ou fugir da briga (fugir). Mas há um terceiro caminho, uma terceira via, que vai além da fuga ou da luta nesse emaranhado de relacionamentos polarizados. Esse caminho requer alguns pontos a serem observados pela liderança e pela equipe:
Comunique com clareza
Nesse ambiente é necessário que o ministério tenha por princípio essa clareza, tanto internamente, como também com os outros. A clareza interna requer que conheçam e ajam de acordo com os valores e princípios essenciais. O importante é conhecer a missão da igreja local, alinhada à missão da Igreja de Cristo. Quando sabemos quem somos e no que acreditamos, naturalmente comunicamos essa clareza aos outros. É necessário que toda a equipe esteja alinhada e engajada nessa missão. A clareza com os outros requer, portanto, clareza interna, transparência e coragem relacional – a disposição de revelar as próprias crenças e valores, mesmo correndo o risco de rejeição ou ridículo. Jesus demonstra essa clareza e coragem em seu sermão inaugural em sua cidade natal de Nazaré, quando reivindicou um manto profético e desafiou os habitantes da cidade a compreender Deus em termos universais (em vez de tribais).
Exercite a compaixão
Compaixão e clareza estão juntas. A clareza nos leva a falar com convicção. A compaixão nos convida a ouvir com respeito e atenção. É nesse ambiente, entre a clareza e a compaixão, que se constrói a confiança. Temos a tendência de respeitar os líderes que sabem em que acreditam, mas estão igualmente interessados em aprender sobre nossas crenças e experiências. A compaixão genuína também requer a compreensão das múltiplas fontes de identidade e experiências de vida que moldam as perspectivas radicalmente diferentes dos seres humanos. A compaixão não requer concordância. Não precisamos concordar com posicionamentos e argumentos. A compaixão requer que eu reconheça a dignidade de outro ser humano e me comprometa a tentar compreender sua perspectiva. Essa tentativa cria um vínculo humano que pode superar a polarização.
Tenha coragem
Tempos polarizados exigem coragem. É preciso coragem para iniciar um processo de escuta e mudança em uma questão altamente polarizada. A comunicação requer entrar na tempestade do conflito, enquanto se apega às próprias convicções e compaixão. Comunicar sempre de maneira clara e com atitudes que condizem com os princípios adotados. Coragem para defender os argumentos construídos com sobre os princípios da inerrante Palavra de Deus.
Estabeleça uma conexão
Para sobreviver num ambiente polarizado é necessário também estabelecer uma conexão interna com seus próprios valores, crenças e emoções. Dessa maneira poderemos nos conectar então com a equipe do ministério, com os membros de nossa congregação e com a comunidade em que estamos inseridos. Permanecer conectado, inclusive com nossos inimigos, requer o reconhecimento de que eles também têm dignidade. A conexão pode ter o maior impacto no nível da comunidade. Embora os processos de diálogo estruturado tenham seu lugar, é no processo de trabalho em conjunto (ainda mais do que na conversa) que os laços genuínos de amizade são forjados.
Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. (1 Pedro 3:8 - NVI)
Polarização transformadora
Que passos podemos dar para superar as tendências polarizadoras em nós mesmos, em nossos relacionamentos e em outros sistemas sociais? Dentro de nós mesmos, podemos começar recusando-nos a desprezar os outros, honrando a dignidade inerente a cada ser humano, ampliando nosso conhecimento e falando além dos binários de nosso discurso típico. No contexto de nossos relacionamentos, podemos nos comprometer a buscar primeiro entender (antes de tentar ser compreendido), convidando ao diálogo e permanecendo conectado em meio a desentendimentos.
Em nossas congregações, podemos trabalhar para desenterrar as questões subjacentes (em vez de nos concentrar demais na questão identificada), fortalecer as conexões entre os membros e examinar os padrões históricos (incluindo traumas históricos) que podem estar nos mantendo alienados.
A preocupação com a nossa língua, o cuidado em não falar algo de que depois nos arrependemos, deu lugar, no contexto digital, ao cuidado com o que se escreve. O poder de palavra escrita e de uma imagem postada deve ser uma preocupação constante nos ministérios de comunicação. Fortaleça os laços de sua equipe, criando um ambiente onde não há espaço para opiniões próprias, polarizadas, e sim uma forte relação com os princípios das Escrituras, que deve ser o que norteia pensamentos e atitudes.
• Neriel Lopez, profissional com mais de 30 anos de experiência na área de comunicação e marketing. Formado em Publicidade e Propaganda, pela PUCCAMP e com MBA em Comunicação em Marketing, pela Metrocamp. É CEO da Editora Literal. E diretor da NLopez Comunicação.
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