Opinião
- 28 de dezembro de 2012
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2013 sem tirar Deus de cena
Quando as universidades de Oxford, na Inglaterra, de Paris, na França e de Bologna, na Itália, foram fundadas no século 12, a teologia era tida como a rainha das sete ciências ali estudadas.
A relevância de Deus foi perdendo terreno progressivamente. A começar com o advento do Iluminismo e seus expoentes, como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant, todos do século 18. Eles não chegaram a negar a existência de Deus, mas abraçaram o deísmo – “a crença num Deus que, como um grande relojoeiro, criou um universo mecânico, deu-lhe corda e depois o deixou entregue à própria sorte, permitindo que trabalhasse de acordo com as leis naturais sem jamais nele intervir” (Tim Dowley). Nessa chamada “Era da Razão”, os intelectuais europeus estabeleceram a razão como árbitro derradeiro de todos os assuntos, desbancando a Bíblia e a doutrina cristã. A fé se enfraquecia e a razão se fortalecia. Mais tarde, no século seguinte, William Gladstone, várias vezes primeiro ministro inglês, diria que essa perda da fé religiosa era “a mais indizível calamidade que poderia abater-se sobre um homem ou sobre a nação”. Eugene Peterson, autor da mais recente paráfrase da Bíblia, afirma categoricamente: “Se tirarmos Deus de cena, substituindo-o por nosso próprio autorretrato cruamente delineado, trocaremos a aspiração em ambição e acabaremos nos tornando arrogantes”. Ele diz ainda que “ser cristão significa aceitar Deus como nosso Criador e Redentor”, pois Deus “é a realidade central de toda a nossa existência”.
A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, tudo vai desmoronar ao redor de quem tira Deus de cena. E para sabermos bem o que é desmoronamento – queda dramática de algo construído –, basta que nos lembremos do desmoronamento da imponente estátua de Nabucodonosor. Ela foi derrubada, despedaçada e tornada pó – pó que o vento levou sem deixar nenhum sinal (Dn 2.31-35). Outro exemplo bem mais dramático é o desmoronamento
dos dois edifícios mais altos do “World Trade Center”, em Nova York, ambos com 110 andares, que caíram em menos de 100 minutos, matando quase 3 mil pessoas (entre elas 658 funcionários de uma única empresa).
Quando Deus é colocado fora de cena:
• Perde-se o rumo e perguntas cruciais – quem sou? De onde vim? para onde vou? – ficam sem resposta.
• A vida termina com a morte somatopsíquica e não se pode ter a menor esperança para o além-túmulo.
• Jogam-se fora todas as esperanças cristãs até então acumuladas e guardadas, como a ressurreição dos mortos, a morte da morte, a extinção do pecado, o reino de justiça e paz pelo qual sempre ansiamos, a plenitude da glória de Deus e o advento de novos céus e nova terra.
• Tudo aquilo que sempre teve valor e era tratado com respeito é desprezado: a Bíblia como a Palavra de Deus, o batismo, a Santa Ceia, o Natal, a Semana da Paixão, a confissão, o perdão de pecados.
• Perde-se o paradigma de comportamento baseado no Decálogo e nas Escrituras, que prevê o relacionamento da criatura com o Criador, com a criatura e com a criação.
Se neste 2013, que desponta com o nascer do sol do dia primeiro de janeiro, continuarmos a colocar Deus fora de cena, estaremos dando mais alguns passos em direção ao inevitável desmoronamento de tudo que nos cerca. Só então reconheceremos que tudo aquilo que inventamos para compensar a ausência de Deus era como cisternas tão furadas que pareciam verdadeiras peneiras (Jr. 2.13).
Quem sabe, tomaremos a decisão de viver 2013 sem tirar Deus de cena!
Nota: Artigo publicado na seção “Abertura” da revista Ultimato nº 340 (janeiro-fevereiro/2013). Em breve, esta edição estará disponível aqui no site apenas para os assinantes.
Leia mais
Lembretes para o cotidiano
A apoteose que está para vir
A arte da reanimação
A relevância de Deus foi perdendo terreno progressivamente. A começar com o advento do Iluminismo e seus expoentes, como Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant, todos do século 18. Eles não chegaram a negar a existência de Deus, mas abraçaram o deísmo – “a crença num Deus que, como um grande relojoeiro, criou um universo mecânico, deu-lhe corda e depois o deixou entregue à própria sorte, permitindo que trabalhasse de acordo com as leis naturais sem jamais nele intervir” (Tim Dowley). Nessa chamada “Era da Razão”, os intelectuais europeus estabeleceram a razão como árbitro derradeiro de todos os assuntos, desbancando a Bíblia e a doutrina cristã. A fé se enfraquecia e a razão se fortalecia. Mais tarde, no século seguinte, William Gladstone, várias vezes primeiro ministro inglês, diria que essa perda da fé religiosa era “a mais indizível calamidade que poderia abater-se sobre um homem ou sobre a nação”. Eugene Peterson, autor da mais recente paráfrase da Bíblia, afirma categoricamente: “Se tirarmos Deus de cena, substituindo-o por nosso próprio autorretrato cruamente delineado, trocaremos a aspiração em ambição e acabaremos nos tornando arrogantes”. Ele diz ainda que “ser cristão significa aceitar Deus como nosso Criador e Redentor”, pois Deus “é a realidade central de toda a nossa existência”.
A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, tudo vai desmoronar ao redor de quem tira Deus de cena. E para sabermos bem o que é desmoronamento – queda dramática de algo construído –, basta que nos lembremos do desmoronamento da imponente estátua de Nabucodonosor. Ela foi derrubada, despedaçada e tornada pó – pó que o vento levou sem deixar nenhum sinal (Dn 2.31-35). Outro exemplo bem mais dramático é o desmoronamento
dos dois edifícios mais altos do “World Trade Center”, em Nova York, ambos com 110 andares, que caíram em menos de 100 minutos, matando quase 3 mil pessoas (entre elas 658 funcionários de uma única empresa).
Quando Deus é colocado fora de cena:
• Perde-se o rumo e perguntas cruciais – quem sou? De onde vim? para onde vou? – ficam sem resposta.
• A vida termina com a morte somatopsíquica e não se pode ter a menor esperança para o além-túmulo.
• Jogam-se fora todas as esperanças cristãs até então acumuladas e guardadas, como a ressurreição dos mortos, a morte da morte, a extinção do pecado, o reino de justiça e paz pelo qual sempre ansiamos, a plenitude da glória de Deus e o advento de novos céus e nova terra.
• Tudo aquilo que sempre teve valor e era tratado com respeito é desprezado: a Bíblia como a Palavra de Deus, o batismo, a Santa Ceia, o Natal, a Semana da Paixão, a confissão, o perdão de pecados.
• Perde-se o paradigma de comportamento baseado no Decálogo e nas Escrituras, que prevê o relacionamento da criatura com o Criador, com a criatura e com a criação.
Se neste 2013, que desponta com o nascer do sol do dia primeiro de janeiro, continuarmos a colocar Deus fora de cena, estaremos dando mais alguns passos em direção ao inevitável desmoronamento de tudo que nos cerca. Só então reconheceremos que tudo aquilo que inventamos para compensar a ausência de Deus era como cisternas tão furadas que pareciam verdadeiras peneiras (Jr. 2.13).
Quem sabe, tomaremos a decisão de viver 2013 sem tirar Deus de cena!
Nota: Artigo publicado na seção “Abertura” da revista Ultimato nº 340 (janeiro-fevereiro/2013). Em breve, esta edição estará disponível aqui no site apenas para os assinantes.
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Lembretes para o cotidiano
A apoteose que está para vir
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Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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