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Palavra do leitor

Xô para o ato de rogar praga!

É muito rico, quantitativamente, o catálogo pátrio no que diz respeito à pratica de desejar mal ao próximo o que é denominado de "jogar praga" ou "imputar maldição"; todavia chega a ser anedotário no que diz respeito à racionalidade dos atos – o mesmo se dá com uma grande diversidade de superstições.

A praga mais comum, no seio das famílias, sem malícia, sem dolo, sem vontade de ofender, mas de repreender, é quando uma criança tira uma nota baixa, é reprovada e os progenitores dizem: "você é preguiçosa, você é bu--- [pouco inteligente], não vai ser nada na vida."

Aconteceu comigo; no entanto, entre 5 irmãos, fui o único a colar grau no Ensino Superior no período normal de escolarização [7 a 22 anos, 24 no meu caso].

Eu fui [ou sou] asmático, creio que fiquei curado aos 21 anos, após 19 anos de crises quase que fatais; na infância, fomos a uma casa de campo de um tio, lá foi procurada uma espécie de árvore, nela se abriu um pequeno orifício e se depositou ali, na minha estatura, um saquinho com as unhas dos meus 10 dedinhos, fechando-se, em seguida, a "cova" das minhas pobres unhas.

Dizia a superstição [simpatia], que, quando eu passasse daquela altura, a asma seria curada, mas parece que não cresci, pois minha cardiologista afirma que ainda sou asmático; disse ela: "estou escutando daqui, olha o gatinho aí no seu peito!"

Um colega de trabalho solicitou-me: "peça a um dos seus auditores, que estão indo para os EUA inspecionar as unidades americanas, para me trazer uma nota de US$ 2,00; vou mantê-la na carteira, como talismã, atrai dinheiro, muito dinheiro" - tive vontade de rir; poucos meses depois ele foi transferido e, logo, perdeu o emprego!

Entre os bibelôs, objetos de adorno do lar, em mesas de centro e/ou armários, há também exemplares de "elefantinhos de costas" e "pirâmides" [estas que são túmulos no Egito] para, supostamente, dar sorte ou afastar energias negativas; note-se que, ao contrário do que se crê, "túmulos" são locais de maldição [morte], não de bênção.

Já contei, aqui, a história da minha caxumba: a "benzedeira" com um pano e uma agulha, no pescoço da criança, pergunta: "o quê que eu coso [costuro]" e a criança tem que responder "caxumba", isso várias vezes; eu, muito zombeteiro, dizia "macumba" e saia correndo entre risadas.

Há, em alguns lares, uma bíblia aberta no Salmo 91 como medida protetora da família, da casa; usar a Bíblia de modo inadequado desagrada a Deus.

Como disse, no início, o rol de crendices é muito grande, tais como: quebrar espelho dá azar, trevo de 4 folhas dá sorte, não passar debaixo de escada, orelhas esquentam quando falam mal de você, gato preto dá azar, levantar com o pé direito, bater na madeira, sexta-feira 13 [há até um vírus de computador com esse nome, que ataca nas sextas-feiras 13] etc.

As crendices são colocadas em coisas, em objetos inanimados, que não pensam, não falam, não andam, sequer se movem, pois não têm vida; muitas dessas coisas fazem parte do folclore [história de um povo], constituem a cultura da nossa civilização, à qual recebeu a contribuição de outras culturas:

Afro [dos escravos trazidos da África], Indígena [dos nativos encontrados no Continente], Lusa [dos nossos descobridores portugueses] etc.

A verdade é que, como cristãos, não podemos firmar nossa fé em "coisas", estranhas como essas, temos um Deus que criou o mundo e tudo o que nele há, é um Deus vivo, um Deus Pai que nos cuida, nos protege dos males.

Não é prudente praticar esses rituais que giram em torno de "lendas", de objetos; seria como dispensar a proteção de Deus.

Sua Palavra diz: "O Anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra" (Salmo 34. 7), temos, pois, que crer é nisso, apenas na sábia Palavra de Deus, em seu Amor, em sua Bondade, em suas Misericórdias, que se renovam a cada manhã (Lamentações 3. 22-23).

Não podemos entristecer o coração de Deus quando recorremos a "caminhos" alternativos, quando a solução já nos foi outorgada na cruz, graciosamente.

A salvação, a cura, a libertação de maldições e tudo o mais já recebemos com o sacrifício vivo, único, eficaz e eterno feito pelo Senhor Jesus na cruz; Ele, e somente Ele, deu a sua vida por nós.

A Bíblia, que colocam aberta na sala para proteção, como objeto nada pode fazer por ninguém; o salmo referido dá a receita para nossa vida, nosso lar, nossa família não serem objetos dos poderes do mal.

"Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio. No altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda" (Salmo 91. 9-10).

Esta é a verdade que temos que praticar com vistas a não sermos vítimas de maldades, de enganos, de superstições vazias, pobres, sem poder algum; se o Senhor [e não objetos] é o nosso refúgio, se fizemos de Deus a nossa morada, ou seja, mantemos a nossa presença contínua e constante em seu seio, não precisamos temer mal algum.

Só ele nos liberta!

Pense nisto!
São Paulo - SP
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