Palavra do leitor
- 22 de fevereiro de 2012
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William Lane Craig vem aí! Oh, Glória!
Apologista Cristão, teólogo e filósofo, é pesquisador junto ao Seminário (School of Theology) Talbot em La Miranda, Califórnia. Sofre de rara doença neuromuscular que envolve membros inferiores resultando em atrofia degenerativa.
Tirei esse período de carnaval para assistir mais de 12 horas de debates entre Craig e muitos outros ateístas, e notei que realmente tinha algo errado com suas mãos (especialmente a direita).
Fala rápido, excelente inglês, voz sonora, sorriso generoso e cativante, é ágil no raciocínio e versado em retórica e lógica, entre outras, e deve dar trabalho aos tradutores na conferência anunciada aqui no portal ULTIMATO para o mês que vem.
Eu acabara de ler o livro de Alain de Botton, ‘The Architecture of Happiness’ e começara outro mais ameno, de Bill Bryson, ‘Em Casa – Uma breve história da vida doméstica’, quando decidi dar uma pausa nesse período de carnaval para assistir os debates entre ateístas e teístas no Youtube.
Craig é teísta. Se você perguntar a ele se Jesus ressuscitou dentre os mortos, dirá que sim. Botton, ateísta, dirá que não. Tudo isso é teísmo e ateísmo? Não. Mas dá a exata medida da dimensão dos debates nessa arena entre eles.
Sobre tudo o que já li sobre ateísmo até hoje, e não passa de uns 9 livros tidos como clássicos e não mais do que cinco autores mesmo porque não é minha área de interesse, ‘A[não]-TE[‘theo’=deus]ÍSMO’ é uma palavra ingrata (e maldosamente, até) pelo sentido empregado, tal qual a de charlatão, atirada em Craig.
A confusão entre teístas e ateístas centra, entre outras coisas, na questão terminológica. Se voce perguntar ao Dr. Craig se Apolo, Zeus ou Alá existem como transcendentes, supernaturais, dirá que não. Nesse sentido (cínico) poder-se-á dizer que Craig é um ‘ateísta’ tanto quanto Hitchens.
Para apreciar os debatedores, é preciso familiarizar-se com o sentido das palavras que cada lado dá.
‘Ateísmo’ não faz justiça àqueles que julgam não haver ‘evidência’ para a existência de deus, deuses, ou Deus. ‘Evidência’, é uma questão crucial nesses debates. Recomendo que você se sirva do Houaiss ou um Aurélio para entender alguma coisa do que estão falando.
Com Dinesh d’Souza (teísta) Hitchens declarou à audiência que seria plausível a posição do Dr. d’Souza, ‘se’. Duvido que Dinesh diria o mesmo se a ‘evidência’ fosse ao contrário.
Há um ponto na argumentação de Craig que é fundamental lembrar aqui e que aparece em quase todos seus debates. Se voce colocar Craig e um ateísta lado a lado, como no debate promovido pelo Talbot School, o primeiro dirá que a ressurreição é sustentada pela ‘evidência’ do Novo Testamento. Hitchens (faleceu ano passado) diria que o registro neo-testamentário não é ‘evidência’.
Assim, a diferença entre teístas e deístas tende a aumentar na relação inversa em que certos termos são entendidos por ambos os lados, sendo ‘evidência’ o exemplo típico a distanciar uns dos outros. Fé, então, nem se fala!
Lane Craig, baseado em o Novo Testamento como exemplo de ‘evidência’ é convincente ao estabelecer que Jesus ressuscitou dentre os mortos, muito embora, quando confrontado por Hitchens sobre Mateus 27:52, não se mostrou tão seguro e confiante nessa narrativa tanto quanto a do ‘túmulo vazio’.
Estou dizendo que existe possibilidade, ainda que remota, de que Deus exista para um ateísta? Não. Estou dizendo que tanto um (teísta) como outro (ateísta) são pessoas sérias, mas com uma terminologia que se voce não prestar muito atenção não apreciará nada. Apenas sentirá o seu fígado amargo e azedume na boca.
Outra palavra é ‘teoria’. Nos debates que assisti não registrei nenhuma sustentação oral em que o Dr. Craig apoiasse o ensino do Criacionismo no sistema escolar público Americano. Na Inglaterra é proibido. Não creio que ele concordaria com o Criacionismo (teológico) brasileiro, tal qual Adventistas ensinam e o Mackenzie AQUI http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u473446.shtml.) admite.
Em geral os Criacionistas Americanos tomam a palavra ‘teoria’ no sentido popular de ‘guess’ (suposição).
Observei também que nesses debates realizados nos EUA e na Inglaterra – o formato é o mesmo nos dois países (apresentação das posições, réplica, tréplica, perguntas) – a audiência em cada país e bastante diferente uma da outra.
Ao final das 12 horas de debates entre Craig e outros ateístas (dentre eles, com o biólogo Lewis Wolpert), os comentários que se seguiram constitui, na grande maioria, puro lixo. Tanto para um lado como para o outro.
Não se deixe levar em conta se decidir tirar um tempo para assistir debates inteligentes, perspicazes, de gente preparada e culta. Comentários como, ‘A arrasou B no debate’, etc., mostram apenas a virulência de um lado contra o outro.
Pessoalmente, achei a audiência na Inglaterra mais academicamente generosa com os dois lados nos debates. Nos EUA é mais ‘branco-é-branco’ e ‘preto-é-preto’ (no caso de Talbot, favorecendo Craig). No Brasil? Até posso imaginar!
Tirei esse período de carnaval para assistir mais de 12 horas de debates entre Craig e muitos outros ateístas, e notei que realmente tinha algo errado com suas mãos (especialmente a direita).
Fala rápido, excelente inglês, voz sonora, sorriso generoso e cativante, é ágil no raciocínio e versado em retórica e lógica, entre outras, e deve dar trabalho aos tradutores na conferência anunciada aqui no portal ULTIMATO para o mês que vem.
Eu acabara de ler o livro de Alain de Botton, ‘The Architecture of Happiness’ e começara outro mais ameno, de Bill Bryson, ‘Em Casa – Uma breve história da vida doméstica’, quando decidi dar uma pausa nesse período de carnaval para assistir os debates entre ateístas e teístas no Youtube.
Craig é teísta. Se você perguntar a ele se Jesus ressuscitou dentre os mortos, dirá que sim. Botton, ateísta, dirá que não. Tudo isso é teísmo e ateísmo? Não. Mas dá a exata medida da dimensão dos debates nessa arena entre eles.
Sobre tudo o que já li sobre ateísmo até hoje, e não passa de uns 9 livros tidos como clássicos e não mais do que cinco autores mesmo porque não é minha área de interesse, ‘A[não]-TE[‘theo’=deus]ÍSMO’ é uma palavra ingrata (e maldosamente, até) pelo sentido empregado, tal qual a de charlatão, atirada em Craig.
A confusão entre teístas e ateístas centra, entre outras coisas, na questão terminológica. Se voce perguntar ao Dr. Craig se Apolo, Zeus ou Alá existem como transcendentes, supernaturais, dirá que não. Nesse sentido (cínico) poder-se-á dizer que Craig é um ‘ateísta’ tanto quanto Hitchens.
Para apreciar os debatedores, é preciso familiarizar-se com o sentido das palavras que cada lado dá.
‘Ateísmo’ não faz justiça àqueles que julgam não haver ‘evidência’ para a existência de deus, deuses, ou Deus. ‘Evidência’, é uma questão crucial nesses debates. Recomendo que você se sirva do Houaiss ou um Aurélio para entender alguma coisa do que estão falando.
Com Dinesh d’Souza (teísta) Hitchens declarou à audiência que seria plausível a posição do Dr. d’Souza, ‘se’. Duvido que Dinesh diria o mesmo se a ‘evidência’ fosse ao contrário.
Há um ponto na argumentação de Craig que é fundamental lembrar aqui e que aparece em quase todos seus debates. Se voce colocar Craig e um ateísta lado a lado, como no debate promovido pelo Talbot School, o primeiro dirá que a ressurreição é sustentada pela ‘evidência’ do Novo Testamento. Hitchens (faleceu ano passado) diria que o registro neo-testamentário não é ‘evidência’.
Assim, a diferença entre teístas e deístas tende a aumentar na relação inversa em que certos termos são entendidos por ambos os lados, sendo ‘evidência’ o exemplo típico a distanciar uns dos outros. Fé, então, nem se fala!
Lane Craig, baseado em o Novo Testamento como exemplo de ‘evidência’ é convincente ao estabelecer que Jesus ressuscitou dentre os mortos, muito embora, quando confrontado por Hitchens sobre Mateus 27:52, não se mostrou tão seguro e confiante nessa narrativa tanto quanto a do ‘túmulo vazio’.
Estou dizendo que existe possibilidade, ainda que remota, de que Deus exista para um ateísta? Não. Estou dizendo que tanto um (teísta) como outro (ateísta) são pessoas sérias, mas com uma terminologia que se voce não prestar muito atenção não apreciará nada. Apenas sentirá o seu fígado amargo e azedume na boca.
Outra palavra é ‘teoria’. Nos debates que assisti não registrei nenhuma sustentação oral em que o Dr. Craig apoiasse o ensino do Criacionismo no sistema escolar público Americano. Na Inglaterra é proibido. Não creio que ele concordaria com o Criacionismo (teológico) brasileiro, tal qual Adventistas ensinam e o Mackenzie AQUI http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u473446.shtml.) admite.
Em geral os Criacionistas Americanos tomam a palavra ‘teoria’ no sentido popular de ‘guess’ (suposição).
Observei também que nesses debates realizados nos EUA e na Inglaterra – o formato é o mesmo nos dois países (apresentação das posições, réplica, tréplica, perguntas) – a audiência em cada país e bastante diferente uma da outra.
Ao final das 12 horas de debates entre Craig e outros ateístas (dentre eles, com o biólogo Lewis Wolpert), os comentários que se seguiram constitui, na grande maioria, puro lixo. Tanto para um lado como para o outro.
Não se deixe levar em conta se decidir tirar um tempo para assistir debates inteligentes, perspicazes, de gente preparada e culta. Comentários como, ‘A arrasou B no debate’, etc., mostram apenas a virulência de um lado contra o outro.
Pessoalmente, achei a audiência na Inglaterra mais academicamente generosa com os dois lados nos debates. Nos EUA é mais ‘branco-é-branco’ e ‘preto-é-preto’ (no caso de Talbot, favorecendo Craig). No Brasil? Até posso imaginar!
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