Palavra do leitor
- 07 de novembro de 2011
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Vozes amordaçadas
A sociedade da informação anda a procura de vozes de protestos. Digo isso, em função de tudo ao seu alderedor parece enredado pela conformidade. Nada de pontuar, mesmo que sejam meras fagulhas, objeções as cartilhas estabelecidas. Assim, encontramos os mosaicos de uma pluralidade cultural desprovida de uma capacidade de firmar um diálogo cooptador, uma comunicação pautada na reciprocidade das diferenças. De maneira mais direta, tornamo – nos adeptos e adestrados, muito bem, diga – se de passagem, ao coloquial – ‘’cada um por si e Deus por todos’’ ou – ‘’Deus a vida para cada um cuidar da sua’’.
Aliás, independentemente de toda uma pletora de mudanças proporcionadas pela tecnologia, prosseguimos eqüidistantes de atentar para salutares alterações no script do nosso cotidiano. Em outras palavras, ou paramos de conceber a realidade da qual fazemos partes, como uma arena, senão, fatalmente, os díspares que maculam a humanidade, estampados nos noticiários de cada dia, continuarão a ser uma marca indelével. Ultimamente, esforços incisivos para assegurar a mantença dos interesses do mercado têm sido aplicados. Basta observamos o mais recente encontro do denonimado G – 20. Agora, ao olhar para o presente século, as vozes de protestos dão a conotação clara e inquestionável de terem sido amordaçadas. Lamentavelmente, a civilização ocidental se acostumou ao cotidiano da vida sobre a ótica das cotações da bolsa de valores.
Ora, quiçá, para muitos, essas palavras soam um nostalgismo ridículo e inócuo; entretanto, diante de tantas conquistas protagonizadas e regidas pela razão técnica, formalista e impessoal, ainda não há uma demanda a ser suprimida. Ou seja, a reinserção da ética da reaceitação, de ir a direção de um mundo mais autêntico e verdadeiro. Devo dizer, tudo até aqui colocado pode ser visto como desperdício e de articulações anódinas. Afinal de contas, uma andorinha só não faz verão. Nessa linha de análise, o Apóstolo Paulo enfoca e enfatiza o compromisso da Igreja a fim de não se conformar. Sem nenhuma ufania, chego a conclusão veemente no que toca a não aceitar as regras de um jogo voltado a tornar pessoas em consumistas tresloucadas e partícipes de uma depredação da vida.
Infelizmente, dentro dessa contextualidade desfiguradora do ser humano, pouco importa se o meio ambiente está ou não profundamente comprometido; se as metrópoles prosseguirão a acomodar o binômio ‘’progresso e exclusão’’; se os pobres de paz, de justiça e dignidade estarão conosco. Para piorar a situação, evitamos, como cristãos, aceitar o siga – me e assumir ser uma voz de protesto e, expressamente, enfrentar as lacunas de uma geração abarcada a uma esperança mórbida. Opostamente, ocupamo – nos mais e mais com uma vida de rentabilidade e ganho.
Eis a desgraça entranhada numa versão de ‘’loteria da prosperidade’’, de ‘’um misticismo barateado’’, de ‘’uma migração das omissões efetuadas para o destino, para as potestades e para o sistema e suas variantes (econômicas, sociais, culturais, étnicas, raciais e por ai vai).
Faz – se notar também, identificamos o crescimento exponencial de determinados vertentes ditas evangélicas que são o resultado de uma realidade de pessoas sem rumo. Ouso, então, parafraseando a canção dos Titãs, ‘’a gente não quer só comida, a gente quer diversão e arte’’, e trasponho para a dimensão cristã, ‘’a gente (deve ser dito, compromissada e comprometida com a vida) não quer se refém de uma ditadura do sucesso das aparências, de um Deus economicus, de uma salvação supérflua.’’ Mas sim, a gente objetiva o ser livre, o ser reaceito, o ser submergido no discipulado, no serviço e na tolerância.
Vou adiante, a gente quer ser, deveras, sal e luz, inteligência e imaginação, ética e respeito, dignidade e, em suma, portadores e promotores do Reino de Deus. Não paro por aqui, a gente quer a coragem para não admitir que mulheres espancadas por seus ‘’maridos’’, seja interpretado como um desígnio de Deus para uma apoteótica salvação desses algozes, que crianças continuem a ser vítimas da pedofilia e da prostituição infantil, que biqueiras não sejam tratadas como uma realidade de pessoas desajustadas, que não somos objetos dentro de objetos, peças descartáveis e coisificados.
Em contrapartida, deveríamos nos valer das redes sociais e protestarmos em face da aceitação funesta da corrupção, do toma cá e da lá, da apropriação espúria dos recursos públicos. Verdadeiramente, sermos vozes de protestos e negadores inexoráveis de um evangelho imiscuído ao utilitarismo, ao relativismo e ao individualismo como dogmas de uma fé adequada a atender as demandas de mentes cauterizadas e aversivas a dimensão de uma crença lúdica, poética, transcendental e afetuosa. Por enquanto, bato o pé e foco um evangelho não fugitivo, a par das contrariedades da vida, que encara a travessia e tece a história ao lado de um Deus alforriado de ser persuadido pela panacéia de ser moeda de troca, de ser ópio, de ser válvula de escape...
Aliás, independentemente de toda uma pletora de mudanças proporcionadas pela tecnologia, prosseguimos eqüidistantes de atentar para salutares alterações no script do nosso cotidiano. Em outras palavras, ou paramos de conceber a realidade da qual fazemos partes, como uma arena, senão, fatalmente, os díspares que maculam a humanidade, estampados nos noticiários de cada dia, continuarão a ser uma marca indelével. Ultimamente, esforços incisivos para assegurar a mantença dos interesses do mercado têm sido aplicados. Basta observamos o mais recente encontro do denonimado G – 20. Agora, ao olhar para o presente século, as vozes de protestos dão a conotação clara e inquestionável de terem sido amordaçadas. Lamentavelmente, a civilização ocidental se acostumou ao cotidiano da vida sobre a ótica das cotações da bolsa de valores.
Ora, quiçá, para muitos, essas palavras soam um nostalgismo ridículo e inócuo; entretanto, diante de tantas conquistas protagonizadas e regidas pela razão técnica, formalista e impessoal, ainda não há uma demanda a ser suprimida. Ou seja, a reinserção da ética da reaceitação, de ir a direção de um mundo mais autêntico e verdadeiro. Devo dizer, tudo até aqui colocado pode ser visto como desperdício e de articulações anódinas. Afinal de contas, uma andorinha só não faz verão. Nessa linha de análise, o Apóstolo Paulo enfoca e enfatiza o compromisso da Igreja a fim de não se conformar. Sem nenhuma ufania, chego a conclusão veemente no que toca a não aceitar as regras de um jogo voltado a tornar pessoas em consumistas tresloucadas e partícipes de uma depredação da vida.
Infelizmente, dentro dessa contextualidade desfiguradora do ser humano, pouco importa se o meio ambiente está ou não profundamente comprometido; se as metrópoles prosseguirão a acomodar o binômio ‘’progresso e exclusão’’; se os pobres de paz, de justiça e dignidade estarão conosco. Para piorar a situação, evitamos, como cristãos, aceitar o siga – me e assumir ser uma voz de protesto e, expressamente, enfrentar as lacunas de uma geração abarcada a uma esperança mórbida. Opostamente, ocupamo – nos mais e mais com uma vida de rentabilidade e ganho.
Eis a desgraça entranhada numa versão de ‘’loteria da prosperidade’’, de ‘’um misticismo barateado’’, de ‘’uma migração das omissões efetuadas para o destino, para as potestades e para o sistema e suas variantes (econômicas, sociais, culturais, étnicas, raciais e por ai vai).
Faz – se notar também, identificamos o crescimento exponencial de determinados vertentes ditas evangélicas que são o resultado de uma realidade de pessoas sem rumo. Ouso, então, parafraseando a canção dos Titãs, ‘’a gente não quer só comida, a gente quer diversão e arte’’, e trasponho para a dimensão cristã, ‘’a gente (deve ser dito, compromissada e comprometida com a vida) não quer se refém de uma ditadura do sucesso das aparências, de um Deus economicus, de uma salvação supérflua.’’ Mas sim, a gente objetiva o ser livre, o ser reaceito, o ser submergido no discipulado, no serviço e na tolerância.
Vou adiante, a gente quer ser, deveras, sal e luz, inteligência e imaginação, ética e respeito, dignidade e, em suma, portadores e promotores do Reino de Deus. Não paro por aqui, a gente quer a coragem para não admitir que mulheres espancadas por seus ‘’maridos’’, seja interpretado como um desígnio de Deus para uma apoteótica salvação desses algozes, que crianças continuem a ser vítimas da pedofilia e da prostituição infantil, que biqueiras não sejam tratadas como uma realidade de pessoas desajustadas, que não somos objetos dentro de objetos, peças descartáveis e coisificados.
Em contrapartida, deveríamos nos valer das redes sociais e protestarmos em face da aceitação funesta da corrupção, do toma cá e da lá, da apropriação espúria dos recursos públicos. Verdadeiramente, sermos vozes de protestos e negadores inexoráveis de um evangelho imiscuído ao utilitarismo, ao relativismo e ao individualismo como dogmas de uma fé adequada a atender as demandas de mentes cauterizadas e aversivas a dimensão de uma crença lúdica, poética, transcendental e afetuosa. Por enquanto, bato o pé e foco um evangelho não fugitivo, a par das contrariedades da vida, que encara a travessia e tece a história ao lado de um Deus alforriado de ser persuadido pela panacéia de ser moeda de troca, de ser ópio, de ser válvula de escape...
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