Palavra do leitor
- 01 de setembro de 2016
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Von Den Juden
“... Cristianismo: a corrupção das almas pelo conceito de culpa, castigo e imortalidade... sectário movimento à margem do judaísmo...” Quem lê Nietzsche já percebeu seu combate àquilo que originou o protestantismo. Também reconhece a crítica do filósofo alemão ao sentimento ultranacionalista de seus compatriotas no século 19. Como bom filólogo, recorreu a Lucrécio para compreender Epicuro e opor-se a Paulo e Lutero. Convenhamos: tem algum cristão que não sabe do antissemitismo evocado pelo reformador em sua obra Von den Juden und ihren Lügen, de 1543? Lendo os alemães citados e também o norte americano Shirer (*), há de se entender algo, por exemplo, sobre o comportamento protestante durante a segunda guerra mundial.
Judeus. Por que rejeitá-los? O ex-monge em sua afetação germânica ignorou Romanos 11. Martinho demonstra não sentir culpa enquanto o paradoxo cristão reflete não seguir o judaísmo, mas amar os judeus; que eu saiba, ele não se retratou. Nietzsche escreveria algo sobre isso se vivesse com saúde até 1945. O discurso do autor das 95 Teses é, às avessas, quase o mesmo no protestantismo multifacetado em cinco séculos. Veja, em nosso país, o clima inquisitorial nas polidas altercações ou nas indiscretas trocas de insultos entre aqueles que entoam Castelo Forte. As celeumas cristãs já envolveram clérigos versus laicidade nas tribunas do Congresso Nacional.
Falemos em combate: de um lado os terroristas usam o islã como anteparo, obrigando as nações a se reciclarem para uma nova modalidade de guerra. Na outra margem, é notória a perseguição de radicais muçulmanos a cristãos e judeus, seja no mundo árabe ou em governos sob sua influencia. Todavia, cristão promover intolerância é um retorno à idade Média, onde não apenas o Santo Oficio matava em nome de Deus. Tal disparate faz o crente que lê Nietzsche enxergar com mais facilidade a Grande Árvore¹, plantada pelo Catolicismo, e a Grande Casa², edificada pelo Protestantismo. Apesar de expor a descrença nos valores judaico-cristãos, uma das reflexões nietzschianas não apenas evidencia o sermão antitético de Lutero, como também ressalta o niilismo a quem não enxergou a Lavoura e o Edifício³ de Deus devido aos muitos véus da religião.
Adeptos da teologia do Pacto (e de outras) buscam entender o que fazem os filhos de Abraão com Daniel 9: 25-26. Ali o Ungido já veio e foi morto; profecia cumprida cabalmente no tempo exato: faça as contas a partir de Esdras. Mesmo assim aguardam o Messias! Lá vem o paradoxo: Todo o Antigo Testamento trata da infidelidade judaica e sua remissão. Nietzsche não filosofa o perdão, esteio da doutrina cristã; optou por engendrar e obcecar a culpa da “religião que corrompe a alma”. O Nazareno crucificado e Estevão apedrejado (entre outros) perdoaram a incredulidade dos compatriotas. Então, é mais que calamitosa a postura daquele que restaurou a justificação pela fé. Por fim, se até as denominações cristãs rejeitam as Escrituras em sua revelação completa, de maneira conveniente alguns judeus toleram somente o Jesus do turismo religioso, compartilhando-o com os mercadores evangélicos, protestantes e católicos.
(*) Ascensão e Queda do III Reich, autor: William L. Shirer; (1-2) Metáforas para crescimento anormal da igreja (cristandade) Mt 13:32, 2Tm 2:20; (3)O crescimento normal da Igreja 1Co 3:9
Judeus. Por que rejeitá-los? O ex-monge em sua afetação germânica ignorou Romanos 11. Martinho demonstra não sentir culpa enquanto o paradoxo cristão reflete não seguir o judaísmo, mas amar os judeus; que eu saiba, ele não se retratou. Nietzsche escreveria algo sobre isso se vivesse com saúde até 1945. O discurso do autor das 95 Teses é, às avessas, quase o mesmo no protestantismo multifacetado em cinco séculos. Veja, em nosso país, o clima inquisitorial nas polidas altercações ou nas indiscretas trocas de insultos entre aqueles que entoam Castelo Forte. As celeumas cristãs já envolveram clérigos versus laicidade nas tribunas do Congresso Nacional.
Falemos em combate: de um lado os terroristas usam o islã como anteparo, obrigando as nações a se reciclarem para uma nova modalidade de guerra. Na outra margem, é notória a perseguição de radicais muçulmanos a cristãos e judeus, seja no mundo árabe ou em governos sob sua influencia. Todavia, cristão promover intolerância é um retorno à idade Média, onde não apenas o Santo Oficio matava em nome de Deus. Tal disparate faz o crente que lê Nietzsche enxergar com mais facilidade a Grande Árvore¹, plantada pelo Catolicismo, e a Grande Casa², edificada pelo Protestantismo. Apesar de expor a descrença nos valores judaico-cristãos, uma das reflexões nietzschianas não apenas evidencia o sermão antitético de Lutero, como também ressalta o niilismo a quem não enxergou a Lavoura e o Edifício³ de Deus devido aos muitos véus da religião.
Adeptos da teologia do Pacto (e de outras) buscam entender o que fazem os filhos de Abraão com Daniel 9: 25-26. Ali o Ungido já veio e foi morto; profecia cumprida cabalmente no tempo exato: faça as contas a partir de Esdras. Mesmo assim aguardam o Messias! Lá vem o paradoxo: Todo o Antigo Testamento trata da infidelidade judaica e sua remissão. Nietzsche não filosofa o perdão, esteio da doutrina cristã; optou por engendrar e obcecar a culpa da “religião que corrompe a alma”. O Nazareno crucificado e Estevão apedrejado (entre outros) perdoaram a incredulidade dos compatriotas. Então, é mais que calamitosa a postura daquele que restaurou a justificação pela fé. Por fim, se até as denominações cristãs rejeitam as Escrituras em sua revelação completa, de maneira conveniente alguns judeus toleram somente o Jesus do turismo religioso, compartilhando-o com os mercadores evangélicos, protestantes e católicos.
(*) Ascensão e Queda do III Reich, autor: William L. Shirer; (1-2) Metáforas para crescimento anormal da igreja (cristandade) Mt 13:32, 2Tm 2:20; (3)O crescimento normal da Igreja 1Co 3:9
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