Você se acha grande?

Tweetar

Ah! É claro que como cristão a resposta é imediata, "não sou nada". Ainda que "se ache" superior aos outros, mesmo que alguns sintam-se grandes por ter maior conhecimento, ou por ter mais dinheiro, ou por ser mais bonito ou bonita do que a maioria, ainda assim a resposta do cristão é sempre: "não sou nada". 

Hipocrisia ou não essa resposta é vista como uma atitude de humildade. Humildade esta que vemos faltar no dia-a-dia, na condução das prioridades da Igreja, na compreensão ao próximo, no reconhecimento de um erro, no auxílio às necessidades alheias. Enfim, falamos, pregamos que não somos nada, mas será que sabemos o quão pequenos somos? 

Sempre que pensava na minha pequenez diante da grandeza de Deus, meditava no texto de Isaías 40.12-23, pra mim essa é uma das melhores explicações do quão minúsculos somos diante da grandeza de Deus. As nações são para Ele como gota num balde. E a imensidão do universo?

Após ler e observar alguns vídeos e fotos, logo me veio a mente: Diante da imensidão do universo... "nós"! É complicado definir nosso "tamanho" diante de tanta grandeza. Minha cidade é de 23.000 habitantes, e eu já acho ela grande, imagine uma nação ou o universo.

Por muito tempo pensei que estivéssemos no centro do universo. Tudo girava a nossa volta, hoje penso que a humanidade escolheu acreditar nisso para que nossa insignificância não escape do nosso controle. Já pensei que as estrelas eram brilhantes encravadas num globo preso à Terra por linhas invisíveis, e o Sol nosso escravo fornecedor de luz e calor. 

Hoje é difícil pra mim aceitar que a Terra é apenas mais um planeta girando em torno de uma estrela, ao me deparar com a imensidão de um universo "totalmente" desconhecido pude sentir realmente (ainda que por alguns minutos), o quão nada eu sou, me deu um frio na barriga, por alguns segundos senti medo, por alguns dias enquanto pensava o quão nada nós, uma humanidade "gigantesca", somos; ainda sentia o frio em minha barriga e um pouco de medo, nem sei explicar do quê. 

Entender que somos companheiros do Sol numa galáxia com mais de cem bilhões de estrelas, e, ainda, que a Via Láctea é apenas mais uma das dezenas de milhares de galáxias que já foram observadas e devidamente catalogadas, é compreender que por mais grandes que venhamos nos achar, por mais inteligentes que venhamos nos tornar, por mais ricos, bonitos, ou sei lá o que, que um ser humano possa se tornar ainda assim ele será um "nada". 

Se imaginarmos o Sol como uma bola de basquete, a Terra seria do tamanho de uma cabeça de alfinete de mapa, e Júpiter - o maior planeta do sistema - fica com o tamanho de uma bola de pingue-pongue. Voltando ao Sol - bola de basquete. Resumindo: não passamos de poeira cósmica. Sugerir que somos grandes beira o absurdo!

Se já diante dos fenômenos da natureza próximos de nós, como os oceanos e as montanhas, cachoeiras, etc, perdemos o fôlego, imagine diante da imensidão do universo? E principalmente da imensidão do nosso Deus... acredito que diante da imensidão Dele, fôlego é algo que perde o sentido.

"Somos pequenos" no universo, mas mesmo assim dentro desse pequeno e insignificante mundinho, chamado Terra, esta cheio de pessoas que pisam umas nas outras, escravizam uma as outras, matam umas as outras, desprezam umas as outras e tudo porque se sentem superiores aos outros. Dinheiro, dinheiro, por causa dele quantos já morreram? Mesmo assim continua sendo o sonho de consumo de muitos. 

É interessante "de vez em quando" abrirmos a janela e ver as casas mal acabadas, crianças mal alimentadas, pretos e brancos correndo sem um ideal e sem um futuro, talvez isso nos leve a pensar mais sobre os valores cristãos, talvez isso nos leve a pensar no por que Deus nos colocou aqui nesse insignificante planeta.

Do que vale a vida se não tem direção? Não precisamos ficar voando em perguntas e nem caminhando atrás das respostas. "Olhar para o céu", e reconhecer nossa pequenez pode ser um bom caminho para o desenvolvimento do amor e respeito a Deus e ao próximo.

Tweetar

Opinião do leitor