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Palavra do leitor

Visão e missão

Há alguns anos trás, o Rev. George Dakin disse: "Ter uma visão sem missão transforma-nos em sonhadores; ter uma missão sem visão transforma-nos em trabalhadores cansados e fatigados; ter visão com missão transforma-nos em missionários!".

O profeta Isaías teve uma visão no ano da morte do rei Uzias. Era um ano de tristeza, pois um rei reformador e amigo do povo havia morrido (ver 2 Cr 26. 1-15; Is 6. 1). Ainda que em um determinado período de seu reinado Uzias tenha sido castigado por Deus por sua soberba (2 Cr 26. 16-21), não é justo apagar todos os seus bons feitos do passado.

Mas foi, justamente, nesse contexto de dor, de lamento e de perda, que Isaías teve a visão que mudou a sua vida. Isaías teve uma visão em três dimensões:

- Sua visão tinha altura – viu o Senhor (Is 6. 1)
- Sua visão tinha profundidade – viu a si próprio (Is 6. 5)
- Sua visão tinha largura – viu o mundo (Is 6. 5, 8)

Mas para alcançar a plenitude dessa visão, Isaías teve de se deparar com a santidade de Deus (Is 6. 1-3). Isaías teve uma visão da santidade de Deus! E somente aí, olhou para dentro de si e contemplou a sua miserabilidade e, em seguida, contemplou a miserabilidade do mundo pecador! Isaías já era crente! Já era ligado à realidade cultual do templo! Mas nunca havia contemplado, verdadeiramente, a santidade de Deus!

Muitas vezes, dizemos que para o mundo se converter, ele necessita ter uma visão do inferno para que se arrependa! Creio que estamos enganados. O que o mundo necessita para se arrepender e se converter é de uma visão do Calvário! Do Servo sofredor, do Cristo crucificado em nosso lugar, lacerado pelas nossas iniqüidades! E talvez, nós mesmos, crentes, precisemos, assim como Isaías, ser bombardeados com essa visão! Visão que nos concederá a verdadeira missão!

A igreja pós-moderna tem perdido, passo a passo, a visão da santidade de Deus. Visão que nos convida a ser, também, santos, separados, consagrados para uma grande obra que nos foi confiada (cf. 1 Pe 1. 13-16; 2 Pe 3. 14-18). Temos contemporizado e, a cada dia, encontramos diversas justificativas para todo tipo de pecado. Mas pecado continua sendo pecado! E neste assunto, não há meio termo: todo pecado é abominação e afronta aos olhos de Deus! Não há como aliviar ou amenizar. Se assim agimos, nos tornamos mentirosos e dizemos que não precisamos de um Salvador (cf. 1 Jo 1. 8-10;2. 1-2).

Cremos que é hora da igreja suplicar, humildemente, por uma visão que lhe coloque de novo no rumo da verdadeira missão. Uma visão da santidade de Deus!

Que tenhamos consciência do grande ato de amor que Deus, em Cristo, realizou por nós. Que tenhamos consciência de que recebemos o privilégio de proclamar este ato de amor a um mundo vil e necessitado. Que tenhamos a consciência de que nem nós (igreja) e nem o mundo (aqueles que ainda teimam em viver apartados de Deus), somos dignos deste imensurável amor!
Rio De Janeiro - RJ
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