Palavra do leitor
- 17 de março de 2011
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Vida na periferia
A vida na periferia, apesar dos transtornos ocasionais e do preconceito que, via de regra, a cerca tem as suas compensações.
Morei em uma grande cidade onde as pessoas que moram na periferia são chamadas, pejorativamente, de suburbanas Esta designação está correta de acordo com o Dicionário, mas o que me chocava era o tom pejorativo usado nesta expressão. Morar no subúrbio, longe de ser motivo de chacotas e brincadeiras de mau gosto, é honroso se levarmos em conta a pureza evidente que aproxima as pessoas fazendo-as (supostamente) viverem mais seguras. As pessoas se conhecem e se ajudam.
A pureza flui em cada sorriso, em cada gesto e a sinceridade é latente no olhar e nas palavras. Viver na periferia, muitas vezes é sinal de humildade e pureza, mas nunca deve motivo de deboche, preconceito ou zombaria.
Com a crise dominando cada vez mais as classes sociais, sem ter outra opção, mais pessoas se mudam para os bairros distantes do centro. Os bairros vão crescendo e dando ensejo à formação de outros bairros, muitas vezes com nomes estranhos e pessoas desconhecidas vindas de outros Estados... A pequena cidade de outora passa a ser uma cidade grande, cheia de problemas estruturais e apelos sociais. Tudo parece conspirar contra esses moradores, mas aos poucos tudo vai se ajeitando, as pessoas vão se conhecendo melhor e se ajudando, formando, em virtude das circunstâncias, uma grande familia.
E esta familia de suburbanos é o exemplo mais claro de solidariedade com base na amizade recíproca, que feito semente, brota nos corações puros e carentes. A vida é feita dessas pequenas coisas que vemos e sentimos a cada dia - coisas simples, mas que nos dão mais vontade de viver.
A realidade às vezes nos obriga a fazermos certas adaptações e a nos sujeitarmos a determinadas condições. Parafraseando Euclides da Cunha, eu diria que o brasileiro é, sobretudo, um forte. O sonho de uma casa própria às vezes demora para se realizar, mas o esforço e a determinação operam o milagre da realização. O homem da periferia acalenta esse sonho e luta com todas as forças e não descansa enquanto não vê esse sonho se materializar.
A periferia fica tão longe, ainda não tem água, esgoto nem luz, mas o nosso herói enfrenta os desafios para enfim conseguir o seu intento. A união da vizinhança em torno dos objetivos comuns faz a carga ficar mais leve e todos saem recompensados.
A sobrevivência é algo básico e fundamental, as dificuldades não devem se sobrepor: há um confronto aberto, um desafio a mais que não pode sufocar a esperança que luta para sobreviver e revive a cada manhã. Talvez toda a beleza aqui descrita resida exatamente neste enfrentamento, nessa luta por que passa o bravo morador da periferia.
A vida na periferia,apesar das dificuldades e do preconceito que ainda existem, é algo que deve ser motivo de alegria, pois a vida por si só é um dom inestimável. A liberdade para conversar e desfrutar da verdaeira amizade... tudo somado, dividido e multiplicado acaba criando um laço muito dificil de ser rompido.
A vida na periferia tem o cheiro e o sabor gostoso do café passado na hora. Pessoas se sentam na calçada para jogar conversa fora ou analisar a situação atual do País. A simplicidade é o apanágio de todos e não há desentendimentos nem discussões acirradas. A paz é a coroa que todos ostentam e são felizes - simplesmente felizes. Por tudo que aqui foi exposto neste instante, neste dia, eu lhes digo que dá gosto morar na periferia.
Morei em uma grande cidade onde as pessoas que moram na periferia são chamadas, pejorativamente, de suburbanas Esta designação está correta de acordo com o Dicionário, mas o que me chocava era o tom pejorativo usado nesta expressão. Morar no subúrbio, longe de ser motivo de chacotas e brincadeiras de mau gosto, é honroso se levarmos em conta a pureza evidente que aproxima as pessoas fazendo-as (supostamente) viverem mais seguras. As pessoas se conhecem e se ajudam.
A pureza flui em cada sorriso, em cada gesto e a sinceridade é latente no olhar e nas palavras. Viver na periferia, muitas vezes é sinal de humildade e pureza, mas nunca deve motivo de deboche, preconceito ou zombaria.
Com a crise dominando cada vez mais as classes sociais, sem ter outra opção, mais pessoas se mudam para os bairros distantes do centro. Os bairros vão crescendo e dando ensejo à formação de outros bairros, muitas vezes com nomes estranhos e pessoas desconhecidas vindas de outros Estados... A pequena cidade de outora passa a ser uma cidade grande, cheia de problemas estruturais e apelos sociais. Tudo parece conspirar contra esses moradores, mas aos poucos tudo vai se ajeitando, as pessoas vão se conhecendo melhor e se ajudando, formando, em virtude das circunstâncias, uma grande familia.
E esta familia de suburbanos é o exemplo mais claro de solidariedade com base na amizade recíproca, que feito semente, brota nos corações puros e carentes. A vida é feita dessas pequenas coisas que vemos e sentimos a cada dia - coisas simples, mas que nos dão mais vontade de viver.
A realidade às vezes nos obriga a fazermos certas adaptações e a nos sujeitarmos a determinadas condições. Parafraseando Euclides da Cunha, eu diria que o brasileiro é, sobretudo, um forte. O sonho de uma casa própria às vezes demora para se realizar, mas o esforço e a determinação operam o milagre da realização. O homem da periferia acalenta esse sonho e luta com todas as forças e não descansa enquanto não vê esse sonho se materializar.
A periferia fica tão longe, ainda não tem água, esgoto nem luz, mas o nosso herói enfrenta os desafios para enfim conseguir o seu intento. A união da vizinhança em torno dos objetivos comuns faz a carga ficar mais leve e todos saem recompensados.
A sobrevivência é algo básico e fundamental, as dificuldades não devem se sobrepor: há um confronto aberto, um desafio a mais que não pode sufocar a esperança que luta para sobreviver e revive a cada manhã. Talvez toda a beleza aqui descrita resida exatamente neste enfrentamento, nessa luta por que passa o bravo morador da periferia.
A vida na periferia,apesar das dificuldades e do preconceito que ainda existem, é algo que deve ser motivo de alegria, pois a vida por si só é um dom inestimável. A liberdade para conversar e desfrutar da verdaeira amizade... tudo somado, dividido e multiplicado acaba criando um laço muito dificil de ser rompido.
A vida na periferia tem o cheiro e o sabor gostoso do café passado na hora. Pessoas se sentam na calçada para jogar conversa fora ou analisar a situação atual do País. A simplicidade é o apanágio de todos e não há desentendimentos nem discussões acirradas. A paz é a coroa que todos ostentam e são felizes - simplesmente felizes. Por tudo que aqui foi exposto neste instante, neste dia, eu lhes digo que dá gosto morar na periferia.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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