Palavra do leitor
- 26 de julho de 2018
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Vida de poeta
Vida de poeta, jeito de poeta, parece algo normal do dia a dia que muita gente nem percebe. Mas o poeta sabe que é poeta e vê como poeta, pensa como poeta e age como poeta. Portanto, a sua via é diferente da dos demais seres que perambulam por este mundo sem fim e sem começo. O poeta paga o preço em função desse seu jeito, ao mesmo tempo fechado e desinibido, amado e iludido, pequeno e crescido na sua arte de escrever, ler e reler, pensar e se entusiasmar com a vida, com a pequena planta que brota da terra, com o som, com o sonho, com o mundo, com a chuva que desaba de repente e com o sol inclemente. Eu não queria escrever sobre o poeta, sou suspeito e nem sei se deveria faze-lo. Mas aproveito para brindar os meus leitores e ao mesmo tempo me esforçar e me inteirar afim de colocar no papel este jeito, esta fábula, esta figura muitas vezes estranha que é o poeta. O poeta não é, ele muitas vezes nem sabe que é e acaba sendo assim mesmo, caminhando a esmo por seu caminho cheio de flores e de espinhos, orvalhado de manhã, quente e intransitável à tarde, sombrio à noite. Me descobri poeta, ou fui descoberto pela poesia que teimava em me perseguir. Era só ver uma flor, ou mesmo uma folha bailando que a poesia aparecia e me tocava. Enquanto poeta eu chorava, mas não era de tristeza, era de leveza, de coração e de pura inspiração. Às vezes me enervava, não gostava daquele sentimento estranho que me preocupava e muitas vezes me machucava. Mas a poesia teimava em aparecer e me mostrar o seu rosto num rio que descia, ou numa flor que se abria. Fatalmente eu tinha que escrever alguns versos numa folha de papel tentando materializar aquele momento. Vida de poeta é assim, mas não é sempre assim. Temos momentos de pessoas comuns, falantes e até extrovertidas. Mas são poucos esses momentos, apenas alguns momentos. E eu fico pensando nos demais poetas, penso no rapaz Davi com sua harpa, tocando, cantando ou escrevendo e ainda olhando as ovelhas de seu pai Jessé. Uma figura simples e simpática diante da natureza, louvando a Deus, cantando, salmodiando e adorando. Davi olhava tudo e se olhava e imaginava como era o mundo, como era Deus, que ele conhecia e amava, como era a vida, como era ser pastor de algumas ovelhas, cuidar daqueles animais e ao mesmo adorar a Deus. Certo dia ele se encheu de alegria e de prazer ao pensar em Deus e exclamou: "O Senhor é o meu pastor, nada me faltará" - e continuou o seu poema falando do cuidado desse pastor com as suas ovelhas. "Deitar-me faz em pastos verdejantes, guia-me a águas tranquilas, refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome". A poesia tomou o jovem Davi, e ele continuou o seu poema enquanto as ovelhas pastavam pelos pastos verdejantes margeados por águas tranquilas que refrigeram a alma. Vida de poeta é assim: um misto de alegria, apreensão e de cuidados; é a presença de Deus cuja poesia enche a terra e o céu e preenche a vida. E a poesia quer ser vivida e dar vida, dar alegria, alimentar os carentes, agraciar os descrentes e fortalecer os fracos e caídos. O poeta vê e sente, não apenas vê, mas sente algo, um carinho e se expressa com os seus versos lindos num momento de felicidade, amor e de bondade. A Bíblia é um livro de poesia, de cantos e de cânticos, de orações e de advertências. Mas, sobretudo, é um livro de amor, de paz e de perdão. Vou prosseguir com a minha poesia, mesmo que a tristeza venha e procure interromper esse diálogo com o céu, com as estrelas, com o criador de tudo. Sei que Deus aprova e inspira o poeta e faz dele um instrumento de paz, de sonhos e de vida. Poesia é vida, poesia é Deus presente nos versos e em cada rima colhida e semeada na poesia. Poesia é, sobretudo, amor. Poesia é a presença constante do Criador.
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