Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Vale lembrar: os evangélicos e a política brasileira

(...)

Já em 2002 quando o irmão Anthony Garotinho concorreu às eleições para Presidente da República, fez da sua fé, estratégia de campanha eleitoral buscando o apoio dos evangélicos brasileiros, que não o fizeram em sua totalidade, conforme reportagem da Folha de São Paulo: “A estratégia do presidenciável Anthony Garotinho (PSB) de investir na evangelização de sua campanha para melhorar a posição nas pesquisas dividiu o próprio segmento evangélico. As chamadas igrejas tradicionais, entre as quais a Presbiteriana, da qual faz parte o próprio Garotinho, consideram um erro de estratégia. As pentecostais, porém, apoiam o novo rumo da campanha.”

Neste contexto lembro-me que diversos pastores midiáticos fizeram campanhas eleitorais em seus programas e usavam o texto bíblico de Deuteronômio 17.14-15 para fundamentar a crença de que crente só pode votar em crente, todavia quando a irmã Marina Silva concorreu em 2010 ao mesmo cargo pretendido por Garotinho, não contou com o apoio dos mesmos pastores e estes nem sequer usaram o texto acima para apoiar nossa irmã!

Mas por qual razão os irmãos Garotinho e Marina tiveram tratamentos tão diferenciados por parte de alguns líderes protestantes? Será que a interpretação dada em 2002 não servia para 2010? Será que tais líderes entenderam que estavam errados? Na verdade o que me parece é que a bíblia foi usada para fim diverso, por parte desses líderes, ao fazerem uso dela para conseguirem seus objetivos pessoais e/ou denominacionais.

A participação dos evangélicos na política nacional tem chamado a atenção de estudiosos como o sociólogo Ricardo Mariano que em entrevista dada a Roldão Arruda, da seção de Política do Estadão respondeu assim a pergunta “Como o senhor vê o enorme destaque dado às igrejas evangélicas nas eleições deste ano (2012)?: “O ingresso organizado dos evangélicos na política não é novo. Desde a segunda metade da década de 1980 ficou evidente o interesse desses religiosos pela política partidária, muito ávidos por recursos públicos, emissoras de rádio e TV, barganhas e alianças com candidatos e partidos e governantes. Eles participaram dos debates da Assembleia Constituinte, ajudaram o José Sarney a ampliar o mandato de quatro para cinco anos – em troca de concessões de emissoras e rádio e verbas públicas. No segundo turno das eleições de 1989, Fernando Collor de Mello conseguiu o apoio esmagador dos pentecostais contra a candidatura lulopetista. De lá para cá, a instrumentalização recíproca entre esses grupos, sobretudo pentecostais e neopentecostais, com candidatos, partidos e governantes tem se intensificado.”

É uma vergonha e uma triste realidade ver que parte dos evangélicos não amadureceram política e espiritualmente, ao fazerem dos espaços destinados a proclamação do evangelho em espaços para “evangelização” partidária do político A ou B; e o que dizer dos pastores que têm transformado suas igrejas em verdadeiros comitês políticos,... ou ainda daqueles que têm feito de seus rebanhos títeres para votarem em quem eles querem que ganhem e ainda os enganam com o discurso de que crente deve votar em crente ou daqueles que apoiam determinado candidato em troca de favores, concessões de rádios e TV, secretárias, ministérios, prestigio social etc.

Diante dessas condutas inapropriadas encontramos focos de luzes que surgem para dizer “não, não é assim que o evangelho ensina e nem deve ser esta a postura cristã na política” e dentre estes focos posso destacar as falas de pastores e irmãos que andam na contramão deste processo alienante e entende que “o discurso de um candidato deve ser para todos os brasileiros, católicos, umbandistas, espíritas, ateus… deve ser um discurso mais abrangente”; que não se governa ou se faz leis para um segmento da sociedade, mas para a sociedade; que precisamos acordar e buscar nossa maturidade política, bem como sermos conscientes e conscientizadores do papel de cada cidadão e da responsabilidade de seu voto; que não cabe ao pastor ou qualquer outra autoridade religiosa dizer em quem devemos votar, mas nós mesmos devemos tomar tal decisão.

Dentre esses irmãos, devo destacar o papel que a Rede FALE tem tido neste ano com sua campanha conscientizadora contra o voto de cajado e em fomentar o debate sobre os evangélicos e o voto, que tem atraído a atenção da mídia, fazendo-me lembrar das palavras de Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Estes irmãos demonstram que política é coisa de crente e que o exercício da cidadania faz parte da nossa vocação como luz do mundo e sal da terra.

Naquele que espera que nossa fé se relacione com a ética de seu Reino,
Arapiraca - AL
Textos publicados: 23 [ver]
Site: http://www.zebruno.wordpress.com

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.