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Palavra do leitor

Usa-me

Uma vez, há aproximadamente um ano atrás, ouvi a música Sonda-me, de autoria da nossa querida irmã Aline Barros (corrijam-me se estiver errado) e meus ouvidos ficaram atentos para uma parte da letra, citada logo após o refrão que dizia:

"... sonda-me, quebranta-me, transforma-me, enche-me e usa-me."

Confesso que essa frase entrou na minha cabeça e nunca mais saiu. Até pensei em escrever um texto sobre o assunto. Fui adiando, adiando até o dia de hoje.

Já repararam que essa frase nada mais é do que a ordem cronológica do agir de Deus em nossas vidas?

Tanto faz se você já nasceu num lar evangélico – como no meu caso – ou se teve uma vida totalmente voltada ao sentido oposto do que Deus deseja para todos nós. Independente da sua, vamos chamar de ‘origem’, todos passamos ou passaremos um dia por essa seqüência de fatos que mudará nossa vida para sempre. Posso incluir também crentes que ao longo de suas carreiras acabaram-se desviando dos caminhos do Senhor. Para esses, a cada vacilo ou desvio também é necessário voltar e refazer todo o caminho.

Vamos desmembrar essa frase em cinco situações distintas.

SONDA-ME
No encontro com a mulher samaritana, em João 4, Jesus afirmou que o Pai (Deus) está procurando verdadeiros adoradores. Aqui já tens uma boa notícia. Se você ainda não está engajado na obra de Deus, saiba que Ele está te procurando! Os olhos do Senhor estão percorrendo toda a Terra à procura desses adoradores. Pessoas que não baseiam-se em fatores externos para expressar gratidão e louvores a Deus. Pessoas que louvam a Deus independentemente se têm emprego ou não, se têm o que comer ou não, se têm família ou não, se têm amigos ou não, se têm descanso ou não, e acima de tudo se o diabo está atacando ou não. Deus está procurando esse tipo de gente. O problema é que, para uma grande fatia do povo, o amor por Jesus está condicionado ao que Ele está ou não fazendo por nós. Vemos igrejas ou seitas que abusam da condição de ‘filhos’ e acabam exigindo coisas do Senhor. Acabam tornando-se como crianças que vemos por aí, mandando em seus pais, invertendo a ordem natural da família. Por acaso vou deixar de amar e obedecer ao meu pai porque não recebi nenhum presente de natal? Ou porque ele me proibiu de sair de bicicleta com medo que o trânsito pudesse me fazer algum dano? É claro que não. Então por que com Deus a coisa é diferente? Nos achamos no direito de pedir, pedir e pedir e acabamos não enxergando nossa real situação, na qual deveríamos apenas agradecê-lo pelo fato de recebermos a salvação gratuitamente!

Fique atento ao falar do Senhor. Ele está buscando adoradores e você é um deles! Basta um ‘SIM’ e Ele poderá te usar de uma forma sobrenatural.

Mas não pense que isso tudo é fácil ou rápido. Há casos, como por exemplo o apóstolo Paulo, que a distância entre a conversão e o ser usado foi muito pequena. Mas isso não é freqüente. Na verdade, esse período de espera é inversamente proporcional ao tempo que gastas com Deus, te entregas a Ele. Em outras palavras, quanto mais tempo passares com o Senhor, menor será o tempo de espera para seres alguém no reino.

QUEBRANTA-ME
É uma palavra comum nas igrejas. Se houve muito falar em corações quebrantados, ou que o irmãozinho estava quebrantado, etc. Mas eu vejo o significado de quebrantamento algo muito maior do que isso.

Desde pequeno, como fui criado na Igreja do Evangelho Quadrangular, tive acesso aos saudosistas Corinhos, cantados com muita alegria e entusiasmo pelo povo. Um deles, já num ritmo bastante lento, tinha a seguinte letra:

“Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do oleiro. Quebra minha vida, e faça de novo. Eu quero ser, eu quero ser um vaso novo”.

Até estava comentando há alguns finais de semanas atrás com dois irmãos que vieram ministrar aqui em Gravataí – Geziel Freitas e Wiliam Frasseto – que se hoje cantarmos esse tipo de música nas igrejas, a grande maioria das pessoas vai ficar olhando para o telão esperando a projeção da letra. Por isso admiro igrejas como a Quadrangular, Batista e Assembléia de Deus que mesmo com toda a evolução musical e o passar do tempo, ainda utilizam-se de seus hinários e freqüentemente cantam essas canções. Quantos irmãos não lembram alguma situação ou recordam com emoção a própria conversão quando ouvem uma música dessas?

Mas voltando ao texto, cantar esse corinho era fácil. O difícil era pô-lo em prática quando Deus pegasse a gente de jeito e nos levasse até o oleiro.

Parece que as pessoas não entendem bem a passagem onde o Senhor levou Jeremias até a olaria para observar um vaso sendo moldado de acordo com a vontade do oleiro. Não esqueça que argila não fala, argila não escolhe formato e argila não define o momento de ser trabalhada! A argila só segue os movimentos das mãos do oleiro.

Continua em:

amiltonsantosjr.wordpress.com
Gravataí - RS
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