Universo dos Credos (Parte 2)

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Continuando a conversa da semana passada, onde foi abordada uma pequena fração sobre o universo do crer, teístas, deístas, ateístas, politeístas, panteístas, etc., não somente hoje, mas sempre foram as provas vivas de que o homem tem dentro de si a faculdade de buscar algo além da realidade material, há sem dúvida alguma uma parcela do sobrenatural dentro de cada ser humano, se isso não for levado em conta, tal ser não é totalmente humano.

Agora dando uma ampliada de forma bem específica nesse universo de credos, podemos notar que muitas formas de crer são totalmente excludentes, ou seja, não há como admitir que duas, ou mais formas de crer são ao mesmo tempo verdadeiras, não se está falando sobre tolerar ou não uma forma de crer, mas declarar que alguns credos se excluem um ou outro apenas pela razão de existirem. Um bom exemplo para melhor entendermos esse fato é tomarmos o cristianismo e o espiritismo.

O cristianismo (católicos e protestantes) crê de forma dogmática e fundamental que a Bíblia, o Magistério e a Tradição da Igreja (para os católicos) ou somente a Bíblia (para os protestantes) são as únicas regras de fé e conduta para o homem, e desta forma o consultar o espírito dos entes queridos que já faleceram, a doutrina da reencarnação, a não divindade de Cristo, etc., que são doutrinas do espiritismo, são excludentes em relação ao cristianismo, ou seja, se alguém é um cristão ou um espírita de verdade, não tem como beber aqui e acolá, frequentar e viver as duas práticas simultaneamente, pois uma anula a outra.

Dentro dessa questão entre cristianismo e espiritismo, podemos tomar outro exemplo, a pessoa de Jesus Cristo, para o espiritismo Jesus Cristo era um espírito puro que foi enviado pelo pai a fim de cumprir uma missão, por outro lado, para o cristianismo ele é o próprio Deus que se fez homem a fim de resgatar a humanidade do pecado, nisso vemos uma grande distância entre esses credos, pois em ser alguém enviado por Deus e ser o próprio Deus há uma grande diferença. Ainda dentro do cristianismo há uma veemente proibição bíblica em relação a algumas práticas, como ler as mãos, ler as nuvens, consultar os astros, fazer adivinhações; práticas essas que são adotadas por outros credos como o candomblé, umbanda, hinduísmo, e outros. E assim por diante, não somente entre espiritismo e cristianismo, islamismo e judaísmo, etc. São credos completamente excludentes, ainda que em reuniões oficiais entre ministros de vários credos fiquem um ao lado do outro num momento ecumênico, sempre haverá verdades excludentes.

Qual a razão disso? Por que não posso ser um pouco de tudo ao mesmo tempo? Simplesmente por deixar de ser você mesmo. Assim como o cara que diz que tem um gosto eclético sobre música, na verdade não tem uma personalidade musical ou não gosta de nada, ou ainda diz que gosta de tudo apenas para agradar a todos, ou seja, falta de identidade.

Identidade de fé é completamente distinta de intolerância religiosa, dizer o que eu penso sobre isso ou aquilo não me faz um intolerante, pois a intolerância está diretamente ligada à violência e ao preconceito. Para muitos, defender um conceito religioso é sinônimo de fundamentalismo, pois bem, o que seria de nós se não houvesse mais fundamentos? A própria sociedade organizada é um fundamento, a família é outro fundamento, a natureza está firmada sobre os fundamentos de seus ciclos, a ciência e a física possuem seus fundamentos. Remover os fundamentos é remover as bases que sustentam qualquer civilização.

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Opinião do leitor