Palavra do leitor
- 04 de outubro de 2012
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Uma vez salvo, salvo para sempre?
São intermináveis os chavões que sintetizam doutrinas teológicas. Muitos são mais tradições, ou paradigmas do que uma minuciosa aferição da Palavra. Afirma-se, ou simplesmente repete-se categoricamente: “Uma vez salvo, salvo para sempre!”, mas isso está longe de ser unanimidade e não creio na sua veracidade. Proponho alguns pontos à reflexão.
Primeiramente o básico: como se dá a salvação? O contexto bíblico nos informa que o homem pecou e isso gerou a morte física e espiritual; separação de Deus. Deus vai ressuscitar todo o que creu em Cristo dando-lhe um corpo eterno. Literalmente a salvação se dará no futuro, no grande dia da ressureição, na volta de Cristo (1 Co 15). Então, ainda em vida ninguém é salvo, logo não temos como perder algo que não ganhamos! Perdemos sim é a garantia da salvação, algo muito próximo. Deixamos de nos enquadrar no pré-requisito. Concordo que às vezes a Bíblia fala como se fosse já no presente (1 Jo 5:13), mas é a força da argumentação para nos dar convicção. Temos uma certeza ligada a uma condição: perseverar até o fim. É como alguém que recebe um bilhete de um voo que lhe garante a viagem. O bilhete foi pago por um alto preço e temos fé para guardá-lo e apresentá-lo. O Espírito compartilha esta convicção de salvação e ninguém nos arrebatará das mãos do Pai, mas Ele não é um tirano que nos impeça de trocar o bilhete pelo pecado, jogá-lo fora.
Um segundo ponto são as advertências, e o Novo Testamento está repleto delas. Mensagens que atrelam perseverança (“até o fim”) como condição para a salvação (Mt 24:13; Mc 13:13; Hb 3:6,14; 6:11; AP 2:26; 3:10). João 15 é um clássico. A palavra chave “permanecer” repete-se dez vezes e vem ligada à partícula condicional “se”. Em Apocalipse 3:5: “O que vencer será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida”. Entre as advertências às sete igrejas, esta nos indica sermos riscados do livro da vida (salvação) se não vencermos (perseverar).
O livro de Hebreus é fundamental nesta discussão. A mensagem central é advertir o cristão a não se desviar com o perigo de perder-se eternamente. Todos os assuntos levantados no livro são bases para se chegar ao assunto principal que é a advertência. A chave do livro está em 2:1: “Portanto, devemos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.” Costuma-se argumentar só em cima do capítulo 6, que é o mais enfático à perda da salvação, mas nele todo o assunto é uma constante.
Algo muito interessante também é a incrível semelhança entre Hebreus com a segunda carta de Pedro, ambos têm o mesmo cunho. Veja este texto: 2 Pd 2:20-22: “Se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que diz este provérbio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: a porca lavada voltou a revolver-se na lama.” Temos então dois livros inteiros exclamando: “Cuidado! Persevera!”
Outra argumentação é sobre aqueles que apostatam (1 Tm 4:1), naufragaram (1 Tm 1:19),ou desviaram-se (1 Tm 5:15; 6:10,21; 2Tm 2:18; 1 Tt 1:14). Se alguém é um apostata, é porque um dia foi um fiel. Se está desviado, é porque outrora esteve no Caminho. Se não há perda de salvação, não há apóstata nem desviado. É uma lógica simples; um fato claro. No caso da apostasia de blasfêmia contra o Espírito Santo, o pecado que não tem perdão, o crente, em via de regra, é o único que pode executar tal afronta porque é ele quem conhece e se relaciona com o Espírito de Deus. Pode alguém blasfemar contra outrem sem conhecê-lo? Não (Jo 14:17).
Se há pecado sem perdão, e “uma vez salvo, salvo para sempre”, então esta advertência é somente para o incrédulo! Se ele pecar assim nunca poderá converter-se! Na prática, imagine quantos estão atribuindo as obras de Deus ao Diabo (pecar contra o Espírito), como foi o caso dos fariseus com os milagres de Jesus (Mt 12:22-32). Então, milhares estão condenados sem possibilidade de perdão. Prefiro acreditar que este pecado é gravíssimo, imperdoável porque é praticado pelo próprio discípulo (apóstata). Este foi o caso do Diabo e seus demônios que viveram a glória de Deus face a face e o desprezaram. Temos também Ananias e Safira que “mentiram ao Espírito” (At 5:3) e foram fulminados.
Tanto à salvação quanto à santificação e perseverança dos santos será sempre necessária a volição humana, sem a qual não haveria o livre arbítrio (“imagem e semelhança”) e a reta justiça. Nesse parâmetro o homem pode sim, em qualquer momento da vida, voltar ao pecado. Vindo do homem, não duvide, tudo é possível. Hoje um santo, amanhã um demônio. Temos conhecido muitos assim.
Primeiramente o básico: como se dá a salvação? O contexto bíblico nos informa que o homem pecou e isso gerou a morte física e espiritual; separação de Deus. Deus vai ressuscitar todo o que creu em Cristo dando-lhe um corpo eterno. Literalmente a salvação se dará no futuro, no grande dia da ressureição, na volta de Cristo (1 Co 15). Então, ainda em vida ninguém é salvo, logo não temos como perder algo que não ganhamos! Perdemos sim é a garantia da salvação, algo muito próximo. Deixamos de nos enquadrar no pré-requisito. Concordo que às vezes a Bíblia fala como se fosse já no presente (1 Jo 5:13), mas é a força da argumentação para nos dar convicção. Temos uma certeza ligada a uma condição: perseverar até o fim. É como alguém que recebe um bilhete de um voo que lhe garante a viagem. O bilhete foi pago por um alto preço e temos fé para guardá-lo e apresentá-lo. O Espírito compartilha esta convicção de salvação e ninguém nos arrebatará das mãos do Pai, mas Ele não é um tirano que nos impeça de trocar o bilhete pelo pecado, jogá-lo fora.
Um segundo ponto são as advertências, e o Novo Testamento está repleto delas. Mensagens que atrelam perseverança (“até o fim”) como condição para a salvação (Mt 24:13; Mc 13:13; Hb 3:6,14; 6:11; AP 2:26; 3:10). João 15 é um clássico. A palavra chave “permanecer” repete-se dez vezes e vem ligada à partícula condicional “se”. Em Apocalipse 3:5: “O que vencer será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida”. Entre as advertências às sete igrejas, esta nos indica sermos riscados do livro da vida (salvação) se não vencermos (perseverar).
O livro de Hebreus é fundamental nesta discussão. A mensagem central é advertir o cristão a não se desviar com o perigo de perder-se eternamente. Todos os assuntos levantados no livro são bases para se chegar ao assunto principal que é a advertência. A chave do livro está em 2:1: “Portanto, devemos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.” Costuma-se argumentar só em cima do capítulo 6, que é o mais enfático à perda da salvação, mas nele todo o assunto é uma constante.
Algo muito interessante também é a incrível semelhança entre Hebreus com a segunda carta de Pedro, ambos têm o mesmo cunho. Veja este texto: 2 Pd 2:20-22: “Se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que diz este provérbio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: a porca lavada voltou a revolver-se na lama.” Temos então dois livros inteiros exclamando: “Cuidado! Persevera!”
Outra argumentação é sobre aqueles que apostatam (1 Tm 4:1), naufragaram (1 Tm 1:19),ou desviaram-se (1 Tm 5:15; 6:10,21; 2Tm 2:18; 1 Tt 1:14). Se alguém é um apostata, é porque um dia foi um fiel. Se está desviado, é porque outrora esteve no Caminho. Se não há perda de salvação, não há apóstata nem desviado. É uma lógica simples; um fato claro. No caso da apostasia de blasfêmia contra o Espírito Santo, o pecado que não tem perdão, o crente, em via de regra, é o único que pode executar tal afronta porque é ele quem conhece e se relaciona com o Espírito de Deus. Pode alguém blasfemar contra outrem sem conhecê-lo? Não (Jo 14:17).
Se há pecado sem perdão, e “uma vez salvo, salvo para sempre”, então esta advertência é somente para o incrédulo! Se ele pecar assim nunca poderá converter-se! Na prática, imagine quantos estão atribuindo as obras de Deus ao Diabo (pecar contra o Espírito), como foi o caso dos fariseus com os milagres de Jesus (Mt 12:22-32). Então, milhares estão condenados sem possibilidade de perdão. Prefiro acreditar que este pecado é gravíssimo, imperdoável porque é praticado pelo próprio discípulo (apóstata). Este foi o caso do Diabo e seus demônios que viveram a glória de Deus face a face e o desprezaram. Temos também Ananias e Safira que “mentiram ao Espírito” (At 5:3) e foram fulminados.
Tanto à salvação quanto à santificação e perseverança dos santos será sempre necessária a volição humana, sem a qual não haveria o livre arbítrio (“imagem e semelhança”) e a reta justiça. Nesse parâmetro o homem pode sim, em qualquer momento da vida, voltar ao pecado. Vindo do homem, não duvide, tudo é possível. Hoje um santo, amanhã um demônio. Temos conhecido muitos assim.
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